quarta-feira, 12 de abril de 2023

Wallace e Sada Cruzeiro entraram com recurso para que o jogador dispute a reta final da Superliga de Vôlei

 


Por Riva / 12 de abril de 2023 / quarta-feira / 12h00
No dia 01 de fevereiro, eu escrevi um texto comunicando o afastamento por tempo indeterminado do jogador de vôlei Wallace, do Sada Cruzeiro, depois de ter incitado violência contra o presidente Luiz Inácio da Silva (PT) em uma postagem no instagram no dia 30 de janeiro. A princípio, o Sada Cruzeiro apenas repudiou a postagem do jogador Wallace, mas, depois da enorme repercussão negativa nas redes sociais, a equipe mineira decidiu afastar o jogador por tempo indeterminado.
Todos nós temos o direito de liberdade de expressão - direito conquistado com muitas lágrimas derramadas nos rostos daqueles que foram agredidos violentamente e psicologicamente pela Ditadura Militar. Essa liberdade de expressão é confundida de forma proposital por pessoas com conduta violenta, incitação a atos violentos, disseminação do ódio, mentiras e informações distorcidas. Foi o que aconteceu com o jogador Wallace.
Segue abaixo a postagem do jogador nas redes sociais dia 30 de janeiro.
Wallace Souza postou uma enquete no Instagram questionando quem daria "um tiro na cara do Lula" com uma espingarda calibre 12. A postagem foi apagada depois e Wallace se retratou pela atitude. Wallace, inicialmente postou uma foto com a espingarda e abriu uma "caixinha de comentários", recurso para interagir com os seguidores. Um dos seguidores perguntou: "Daria um tiro na cara do Lula com essa 12?". Foi quando Wallace criou uma enquete. O jogador perguntou: "Alguém faria isso" e completou com um smile de anjo.
A decisão do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil foi unânime e Wallace foi condenado por "ato antiético de promover e incitar a violência por meio da internet e das redes sociais". Como punição, além de 90 dias afastado de competições nacionais, o atleta também ficará um ano sem vestir a camisa da Seleção Brasileira.
Depois da suspensão, a defesa do jogador Wallace e o Sada Cruzeiro entraram com um recurso de garantia nesta segunda-feira, 10 de abril, no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva para buscar a liberação do atleta na reta final da Superliga. Em nota oficial, as defesas do atleta e do clube questionam a validade de determinada suspensão no âmbito das competições, especialmente as promovidas pela Confederação Brasileira de Voleibol. Segundo os advogados, certa medita impede que o cliente exerça a própria profissão. O clube e os representantes do atleta buscam uma liberação.
Os representantes do jogador ainda destacam que Wallace se arrependeu do post publicado e chegou a pedir desculpas publicamente. Além disso, a defesa alega que a suspensão do jogador das competições nacionais está sendo interpretada de forma irregular, ilegal e equivocada por parte da Confederação Brasileira de Voleibol, que pune o atleta campeão olímpico, sem qualquer antecedente.
Os recursos são legais e já era esperado que o jogador Wallace e o Sada Cruzeiro iam exercer esse direito. A Superliga de Vôlei é a competição mais importante da modalidade no Brasil, tem uma enorme visibilidade no mundo e gera uma enorme receita para os clubes, patrocinadores e todos que estão envolvidos com a competição. O Sada Cruzeiro terá um ganho técnico muito grande se Wallace for liberado para jogar a Superliga e, no meu ponto de vista, estará apoiando atos violentos de um dos seus principais atletas.
Tudo que o esporte e a sociedade brasileira NÃO está precisando nesse momento é de situações que incentivem a violência. Serve para qualquer tipo de violência. As pessoas violentas, agressivas, perversas, cruéis, egoístas, intolerantes,… precisam repensar as atitudes e, caso continue cometendo os mesmos erros, que sejam punidas dentro das leis.
O esporte é uma das ferramentas que proporcionam a inclusão social e o respeito entre as pessoas. É através do esporte que muitas pessoas – principalmente os jovens – conseguem tornar-se cidadãos melhores independente do resultado esportivo. Wallace teve incentivo / apoio financeiro do Bolsa Atleta antes de ser um dos principais jogadores de vôlei do Brasil, mas não aprendeu que, dentro ou fora das quadras, o respeito é mais importante do que a qualidade técnica.
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