Existe toda uma cadeia de produção, circulação e consumo quando se fala de esporte, principalmente quando o mesmo é visto como uma mercadoria, como tudo sob o movimento do capital. Não podemos perder isso de vista quando pensamos na relação esporte/transformação social.
A prática esportiva no Brasil representa 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto - dados de 2015). Uma cadeia produtiva extremamente subutilizada na produção da riqueza nacional, se fizermos a comparação com os Estados Unidos das Américas, cujo o PIB do esporte está na casa dos 3,2%. Algo nada desprezível.
Em evento recente, produzido pela Sports Summit, em São Paulo, que contou com a presença de executivos da indústria esportiva na América Latina, além de atletas e ex-atletas (como Ronaldo Nazário), técnicos e técnicas, CEO do Atlético de Madrid, o presidente da LaLiga, entre outros, a cada R$ 1 real investido em esporte, economizamos R$ 3 reais em segurança e R$ 5 reais em saúde, além de uma melhora de 35% na frequência escolar.
Em abril deste ano, aqui mesmo neste blog, trouxemos a informação de que mais de 360 mil viagens realizadas no Brasil, são motivadas pelo esporte (acesse a matéria AQUI).
São muitos os elementos que compõem a cadeia produtiva do esporte. Os mais imediatos dizem respeito aos artigos esportivos (vestuários e calçados, principalmente). Mas nós podemos também mencionar os lugares onde se praticam esportes, como estádios, ginásios, quadras, piscinas (construção e permanente manutenções), a cadeia que envolve o marcado de suplementos alimentares, entre outros.
O fato é que a relação do esporte e a transformação social não pode ser visto de forma mecânica. Há interesses mercadológicos à vista e nós sabemos que esses, em vários momentos da história da humanidade, sobre vários aspectos, quando se sobrepõem aos interesses sociais, humanos, provocam uma transformação para uma parcela específica da sociedade, muito bem representada no evento citado acima.