Imagem retirada do Radar On Line |
Em função do desastre de avião que vitimou o
candidato à presidência da república, o senhor Eduardo Campos e mais seis
outros passageiros (Alexandre Silva, Carlos Filho, Geraldo Cunha, Marcos
Martins, Marcelo Lyra e Pedro Valadares Neto), ocorrido no último dia 13,
mantive-me em silêncio no embate políticos nos últimos três dias.
Não foi fácil. Li, vi e ouvi muitas asneiras. E
não estou falando das piadas de mau
gosto que proliferaram nas redes sociais. Essas também estiveram presentes em
profusão. Mas ressalto, principalmente, as tentativas de capitalização política
do fato, junto com teorias conspiratórias das mais absurdas, muitas apresentadas
por formadores de opinião com reconhecimento público, o que tornam mais graves
e irresponsáveis seus atos, textos e reflexões.
Nem
o velório foi respeitado. Transformaram o mesmo em um quase showmício, com
direito a acenos, sorrisos, distribuição de bandeiras partidária e selfies.
Podemos dizer que ocorreu o primeiro velório eleitoral gratuito que se tem
notícia no Brasil. Quem sabe, no mundo.
Não
votaria em Eduardo Campos. Considerei ele, inclusive, um traidor. Sua ambição
política colocou o mesmo no legítimo direito de disputar o maior cargo eletivo
da nação. Na minha humilde opinião, atemporalmente.
Mas
é do jogo. Como ensina o poeta, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.
Não cabe julgá-lo. A história fará de maneira muito mais apropriada.
Particularmente,
fiz a minha pequena homenagem. A ele e a todos que sofreram o trágico acidente
de avião. Todos jovens e com imenso futuro pela frente. Tiveram suas vidas
ceifadas, como muitos outros e tantos jovens das periferias espalhadas por essa
imensa e desigual nação, que tombam a cada minuto, não vitimados pela tragédia,
mas pela falta de oportunidades, pelo ódio de classe e pela violência gratuita.
Com
toda a certeza, eu não vou desisti do Brasil. Apesar das atitudes até agora
presentes nas mídias de todo tipo, dos aproveitadores e caluniadores, dos
oportunistas de todo momento, continuarei na minha luta diária por um país
justo, republicano, referenciado socialmente e emancipado política e
humanamente.
(Texto originalmente publicado no Facebook)