A entrada e ampliação do capital financeiro no futebol é diretamente proporcional ao fenômeno da corrupção que há muito vem sendo denunciada por diversos profissionais do ramo.
Refletir sobre o esporte para além das configurações táticas e técnicas que lhes são próprias e tendo o mesmo como expressão singular para pensarmos fenômenos mais gerais da sociedade, eis o objetivo do blog.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Por que só agora?
Retirada o esporte.ig.com.br |
Se existe algo que surge invariavelmente
nos nossos argumentos, explicitamente ou não, é o tal "complexo de
vira-lata", termo criado pelo dramaturgo, escritor e cronista esportivo
Nelson Rodrigues, para designar, segundo ele mesmo, o sentimento de “inferioridade
em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto
em todos os setores e, sobretudo, no futebol”.
Eis que mais uma vez esse
sentimento aparece e, não por acaso, vinculado ao futebol. Refiro-me a prisão
dos cartolas do futebol mundial, incluindo brasileiros, feita pela polícia
federal estadunidense e a repercussão dessa ação aqui no Brasil, eivadas, nos comentários,
de sentimentos de inferioridade.
A tônica é de infelicidade,
tristeza ou algo parecido porque foi preciso uma insatisfação dos Estados
Unidos para que houvesse uma atitude contundente contra a maior Federação
esportiva ligada ao futebol. Outros até partidarizam a peleja, afirmando que só
mesmo nos Estados Unidos para que um simpatizante do tucanistão nacional fosse
tocado, se referindo ao senhor José Maria Marin.
De minha parte, se humilhação
houve, toda a Europa, América Latina e a África, entre outros, todos eles,
juntos e misturados, devem assim se sentirem, pois são expressões muito mais
robustas do futebol que se pratica no mundo, cuja exceção é, justamente, os
Estados Unidos da América.
Em função disso, uma pergunta me acompanha desde ontem: por que os Estados unidos, depois de tantos anos de denúncias e mais denúncias contra a FIFA e seus braços esportivos no mundo todo, justamente agora, resolveram agir?
quinta-feira, 14 de maio de 2015
Esporte feminino
Ontem, a Comissão de Desporto, Paradesporto e Lazer da Assembléia Legislativa da Bahia, representada pelo Deputado Raimundo Nonato (Bobô), realizou um importante debate sobre o esporte feminino.
Não tenho conhecimento dos detalhes do evento e do que foi discutido por lá. Mas pela imagem acima, alusiva ao mesmo, ficaria muito surpreso se soubesse que uma das pautas versou sobre o preconceito em relação a mulher no esporte.
Só faltaram colocar um batom em formato de salto.
terça-feira, 12 de maio de 2015
Publicidade futebol clube
Caso eu fizesse uma pergunta simples, como essa: qual o principal motivo que leva um técnico de futebol a não escalar um determinado atleta para atuar em uma partida? Qual seria a sua resposta?
Possivelmente sua resposta seria: o aspecto físico ou técnico do mesmo. Talvez tentasse um complemento mais rebuscado, dizendo que tem atletas que não se encaixam em determinado esquema tático que envolve certas partidas e em função disso alguns ficam na reserva esperando um momento adequado do jogo, etc, etc.
Bem. Você estaria completamente errado, embora as respostas estejam bem adequadas ao que presenciamos corriqueiramente nos comentários das resenhas esportivas nacionais e internacionais.
Veja a que ponto chegou a relação entre futebol e negócio. Um jogador não foi escalado para uma partida realizada no Brasil, pela Taça Libertadores, simplesmente porque o mesmo chama-se Santander.
Não demora muito, os narradores não poderão nem gritar "gol". Serão punidos por fazerem propaganda de uma certa empresa de aviação.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Por que não?
Por que, sendo torcedor do Vitória, não posso reconhecer a superioridade do meu maior rival? Por que nós, torcedores, não podemos ter uma compreensão do fenômeno esportivo além das aparências, mesmo quando o fato é determinado pela emoção? Não é esta parte constituinte do ser? Ou uma parte de mim é racional e uma outra parte, emocional? É isso?
Sim. Estaria muito feliz se o Conquista tivesse ganho o campeonato ontem por diversos motivos: é do interior, chegou na última partida invicto, contratou bem diante das condições financeiras do clube entre outros. Mas não posso desconhecer, apenas por ser torcedor do Vitória, que o Esporte Clube Bahia conquistou, com mérito, após 21 anos, o bicampeonato.
domingo, 3 de maio de 2015
Bicampeão
O Esporte Clube Bahia sagrou-se, hoje, bicampeão do Baianão 2015. Após ter perdido a primeira partida por três gols de diferença em favor do Vitória da Conquista, até então invicto na competição, de maneira surpreendente até para os mais otimistas dos seus torcedores, o tricolor baiano, já no primeiro tempo, conseguiu reverter a vantagem conseguida pelo time conquistense. Foram três gols no primeiro tempo, repetindo o feito no segundo e finalizando o jogo em seis a zero.
O Vitória da Conquista não conseguiu demonstrar o mesmo futebol dos seus últimos jogos e no momento decisivo os seus principais jogadores simplesmente desapareceram em campo. Nem o atacante Tatu, nem o lateral Apodi, conseguiu imprimir o mesmo ritmo de jogos anteriores.
No entanto, o time do interior está de parabéns. Fez um campeonato muito bom. Conseguiu, como já dissemos, chegar na última partida como invicto. Feito brilhante que poucas agremiações conseguem.
Parabéns ao Bahia e ao Vitória da Conquista.
sábado, 2 de maio de 2015
Estética
Como perguntar não ofende: de que estética se fala no âmbito da educação física/ciências do esporte?
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Alerta geral
Aos técnicos de futebol que adoram ser chamados de "professor" pela imprensa esportiva, um alerta: muito cuidado quando seus times forem jogar no Paraná.
Imprensa esportiva
Aguardando a imprensa esportiva baiana falar sobre o Vitória da Conquista. O time chega à final do baiano invicto e só ouvimos falar sobre o Bahia e suas deficiências técnicas.
Competência profissional
Nas idas e vindas do raciocínio, quando da exposição do conteúdo em sala, assuntos aparentemente desconexos surgem, procurando fazer parte do momento pedagógico da contextualização.
Na aula de história, dizia que embora a Educação Física se colocasse como uma área da saúde, a sua perspectiva sobre o tema ainda era, hegemonicamente, centralizada no indivíduo e o exercício físico, além de "receita e remédio para os males da sociedade", assumia um caráter utilitário, funcionalista, objetivando a promoção e o desenvolvimento “normal” da sociedade, assumindo uma visão conservadora, típica dos tratados higienistas e eugenistas do século XVIII. E arrematava: NÓS NÃO ESTAMOS NO SÉCULO XVIII. ESTAMOS EM PLENO SÉCULO XXI, e problemas sérios de saúde pública afetam a população brasileira e nós, o que estamos fazendo? Discutindo a importância do galho seco na reprodução dos macacos.
Isso foi na aula de história, pela manhã. Na parte da tarde, na disciplina de Introdução ao Trabalho Científico eis que surge, mais uma vez, a preocupação por parte dos acadêmicos, sobre sua formação e a necessidade de inclusão, no currículo de novas disciplinas. Entre elas, a BIOMECÂNICA.
De maneira alguma, estou querendo negar essa necessidade. Não tenho base concreta para isso. Mas disse aos estudantes que se eles consideravam importante a inclusão de qualquer disciplina, que demonstrassem cientificamente essa importância. Se, com base no desejo particular, interesses singulares, o curso começasse a mexer na matriz curricular, onde iríamos parar?
Nesse ínterim, suponho que está em jogo, por parte do alunado, a preocupação com a sua competência técnica. Algo extremamente importante. No entanto, se apartamos esta do debate sobre o compromisso político da formação de professores, estaremos reforçando a hegemonia dos que entendem a Educação Física, enquanto uma área do conhecimento, como mais um aríete a reforçar a visão oitocentista.
Precisamos ter muito cuidado com este processo. Citando uma antiga referência diria, para início de conversa, que devemos procurar desenvolver um movimento simétrico entre a competência técnica e o compromisso político.
Eis o desafio que está posto e ele não é novo.
De maneira alguma, estou querendo negar essa necessidade. Não tenho base concreta para isso. Mas disse aos estudantes que se eles consideravam importante a inclusão de qualquer disciplina, que demonstrassem cientificamente essa importância. Se, com base no desejo particular, interesses singulares, o curso começasse a mexer na matriz curricular, onde iríamos parar?
Nesse ínterim, suponho que está em jogo, por parte do alunado, a preocupação com a sua competência técnica. Algo extremamente importante. No entanto, se apartamos esta do debate sobre o compromisso político da formação de professores, estaremos reforçando a hegemonia dos que entendem a Educação Física, enquanto uma área do conhecimento, como mais um aríete a reforçar a visão oitocentista.
Precisamos ter muito cuidado com este processo. Citando uma antiga referência diria, para início de conversa, que devemos procurar desenvolver um movimento simétrico entre a competência técnica e o compromisso político.
Eis o desafio que está posto e ele não é novo.
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