A questão da interatividade entre mídia e audiência não é recente, apenas ganhou contornos novos com o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação. Desde tempos remotos que ela vem se dando, inclusive em tempo real, se tomarmos como exemplo os programas de rádio.
Mas a mesma aparece agora como se fosse a novidade do momento. Não é. E continua, como antes, a causar situações interessantes. Veja o que ocorreu comigo no último dia 21 do corrente mês.
Ao acessar o meu instagram (welington_silva45), dei de cara com a imagem abaixo, vinculada pela Itaipava Fonte Nova.
Então questionei, observando que "Em terra de maioria negra, só branquinho na festa das torcidas é dose, não @itaipavafontenova?" A ideia era levantar uma discussão, um debate não com a Itaipava, mas com seus usuários que, assim como eu, participa com comentários nas suas mensagens publicitárias.
Mas, o que fez o agente que trabalhava no momento, operando a publicidade? Simplesmente, retirou o meu comentário, deixando o que ele tinha escrito, tal como demonstra o texto abaixo.
Eu então insisti, escrevendo a mesma coisa e ele então retirou. Isso ocorreu várias vezes. No caso, a interatividade estava incomodando. A mesma estava recebendo, inclusive, apoio expresso em outros comentários, que aproveitavam para questionar o valor dos ingressos cobrados nas contendas do Esporte Clube Bahia com outros times. Os mesmos foram também retirados pelo servidor.
Observo que o mesmo tem todo o direito de retirar os comentários. Trata-se de espaço privado. Apenas estou aproveitando o acontecido para refleti sobre o aspecto da interatividade entre partes. No caso os que usam o Instagram para interagir com a @itaipavafontenova.
Continuei então insistindo no meu questionamento. Até que o agente respondeu a minha provocação, sugerindo que ao levantar a pergunta, eu estava sendo preconceituoso. Diz ele no espaço abaixo que: "welington_silva45 há espaço para todos, só não há espaço para o preconceito. Grande abraço".
Aceitando a provocação e o debate, lembrei ao funcionário que "(...) atitude preconceituosa existe na medida em que não se obedece a constituição baiana que reza sobre a obrigatoriedade da presença de pelo menos uma pessoa da raça negra em todas as campanhas publicitárias produzidas na Bahia em que apareça mais de uma pessoa (...)." E finalizo afirmando que "(...) entre os cinco acima parece que não há espaço para todos".
Depois da franca e fraterna contenda, o que ocorreu? A interatividade continuou? O funcionário deu alguma explicação sobre a publicidade? Esclareceu algum ponto do questionamento?
Óbvio que não. Depois que escrevi, mencionando a constituição baiana e que a mensagem da imagem feria o texto da mesma, ele retirou foi a publicidade inteira, desconsiderando inclusive todas as outras interações que não tinham envolvimento no debate.