Pelo jogo da Copa do Brasil, na última quarta-feira, o Corinthians venceu o Bahia por três tentos a zero, abrindo uma excelente vantagem para o jogo de volta aqui na Arena Fonte Nova.
Mas o que me chamou a atenção não foi o placar. Confesso que não esperava coisa diferente. O inusitado foi a saída de alguns torcedores do estádio lá pelos 35 minutos do segundo tempo.
Não pense você que os torcedores que saiam eram os tricolores mas, sim, os alvinegros. Muitos não viram o terceiro gol de penalti do timão.
Imagem retirada do blog Desacato |
Isso porque por imposição da Rede Globo de televisão, o jogo começou às 22 horas, logo após a novela das nove. Como muitos torcedores dependem de metrô e trem para se locomoverem na metrópole paulista, e suas respectivas estações fecham meia noite, eles tinham que sair antes do final do espetáculo. Caso contrário, perderiam seus transportes para casa.
Nos últimos dias, logo após a acachapante derrota para a Alemanha por 7 x 1 do selecionado brasileiro, a imprensa esportiva começou a considerar de maneira mais veemente a necessidade imperativa de mudança estrutural no esporte nacional, notadamente, o futebol.
Estamos percebendo, pelos últimos movimentos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que isso não é necessário. Ao menos para eles. Não concordamos. Pelo contrário. Consideramos que a mudança deve ser estrutural e estruturante e isso passa, também, por dentro da CBF e pelo debate sobre o direito de transmissão dos campeonatos brasileiros.
Um jogo começando às 22 horas, em plena quarta-feira, não é bom para ninguém. Nem para o torcedor que vai para o estádio, nem o que fica em casa para assistir na televisão, nem para os patrocinadores, que perdem pela pouca visibilidade dos seus produtos e anúncios.
Parece que só quem sai ganhando é a Rede Globo. O que não é nenhuma novidade, não é mesmo?