sexta-feira, 25 de julho de 2014

Pelo direito de assistir ao espetáculo esportivo

Pelo jogo da Copa do Brasil, na última quarta-feira, o Corinthians venceu o Bahia por três tentos a zero, abrindo uma excelente vantagem para o jogo de volta aqui na Arena Fonte Nova.

Mas o que me chamou a atenção não foi o placar. Confesso que não esperava coisa diferente. O inusitado foi a saída de alguns torcedores do estádio lá pelos 35 minutos do segundo tempo.

Não pense você que os torcedores que saiam eram os tricolores mas, sim, os alvinegros. Muitos não viram o terceiro gol de penalti do timão.

Imagem retirada do blog Desacato
Isso porque por imposição da Rede Globo de televisão, o jogo começou às 22 horas, logo após a novela das nove. Como muitos torcedores dependem de metrô e trem para se locomoverem na metrópole paulista, e suas respectivas estações fecham meia noite, eles tinham que sair antes do final do espetáculo. Caso contrário, perderiam seus transportes para casa.

Nos últimos dias, logo após a acachapante derrota para a Alemanha por 7 x 1 do selecionado brasileiro, a imprensa esportiva começou a considerar de maneira mais veemente a necessidade imperativa de mudança estrutural no esporte nacional, notadamente, o futebol.

Estamos percebendo, pelos últimos movimentos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que isso não é necessário. Ao menos para eles. Não concordamos. Pelo contrário. Consideramos que a mudança deve ser estrutural e estruturante e isso passa, também, por dentro da CBF e pelo debate sobre o direito de transmissão dos campeonatos brasileiros.

Um jogo começando às 22 horas, em plena quarta-feira, não é bom para ninguém. Nem para o torcedor que vai para o estádio, nem o que fica em casa para assistir na televisão, nem para os patrocinadores, que perdem pela pouca visibilidade dos seus produtos e anúncios.

Parece que só quem sai ganhando é a Rede Globo. O que não é nenhuma novidade, não é mesmo?

terça-feira, 22 de julho de 2014

Dunga: aguardemos o milagre

Como todos nós já imaginávamos por tudo o que saia na imprensa esportiva falada e escrita nesses últimos dois dias, Dunga foi oficialmente apresentado pela Confederação Brasileira de Futebol, hoje, dois dias antes de completar oito anos do seu primeiro anúncio para comandar a seleção brasileira pela CBF, em 24 de julho de 2006.

Naquela época, o cotado era o técnico Luis Felipe Scolari. Mas como este tinha renovado seu contrato com a seleção de Portugal, o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sacou da cartola o Dunga, jogador campeão mundial em 1994 mas que nunca tinha sido técnico de futebol.

No entanto, embora inexperiente, o seu nome caia como uma luva à época, já que os jogadores da seleção brasileira, eliminada na Copa do Mundo na França, pela seleção francesa que sagrou-se campeã, estavam sendo considerados preguiçosos, lenientes, desinteressados, sem paixão pela camisa canarinho, displicentes (quem não se lembra do Roberto Carlos preocupado com o meião em plena cobrança de falta pelo selecionado francês?) todos os aspectos que se situavam no pólo oposto a personalidade construída pelo jogador Dunga: brigador, guerreiro, vigoroso, etc, etc.

Imagem retirada do site da ESPN
Pois é. Não era bem o que todos nós queríamos. Mas é o que é. Como já disse em outras postagens, não podíamos esperar coisa diferente dos dirigentes de uma Confederação Brasileira de Futebol que tem um Marín como presidente.

Se em odre velho não se pode colocar vinho novo, a CBF está certa em chamar o Dunga. Até porque ambos não são nem uma coisa, nem outra. A ação se assemelha mais a multiplicação dos pães: mais do mesmo.

Vamos ter que esperar por um milagre.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Filosofia da vaca

Cagando e andando. Esta é, em síntese, a chamada filosofia da vaca.

Pelo que estou observando, é esta filosofia que vem fundamentando as ações da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e suas respectivas federações.

Em primeiro lugar, imaginam os dirigentes da entidade que o único estado brasileiro capaz de dotar a seleção brasileira de bons técnicos é o Rio Grande do Sul. Não aceitam em hipótese alguma técnico de um outro país. E pelo jeito, de nenhum outro Estado.

Dunga, Mano Menezes, Felipão e agora a grande renovação...Dunga de novo.  Todos eles do rio grande, tchê. Bem que poderiam ter iniciado uma farroupilha na CBF, né? Cada um fazia uma parte e quem sabe o todo seria diferente. Marx, o mouro e alemão (vixe!!!), não concordaria com esse pensamento indutivo. Será que preciso explicar que se trata de uma ironia?
Imagem tirada do blog do Dimitri

O que dizer do coordenador técnico das seleções? Um empresário, um agenciador de jogadores. É mole? E a gente reclamando aqui do Ronaldo, ex-fenômeno, como comentarista da Rede Globo na Copa só porque ele tinha alguns "produtos" desfilando nos gramados do campeonato mundial.

Bem que ele poderia sair das cabines globais e ir direto para a CBF como o próximo preparador físico dos futuros selecionados. Penso que cairia muito bem. O que acham? Será que ficaria pior?

Penso que sim. Principalmente se a direção do trabalho ficar nas mãos dos "senhores dos anéis". Ou do senhor que roubou a medalha na premiação da Copa São Paulo de Juniores (Copinha), em 2012 quando era vice-presidente da CBF da região Sudeste.

Esperar o quê de um cara desse à frente de uma entidade esportiva e dos dirigentes à frente das suas respectivas federações? Todos subservientes aos desmandos da entidade maior do futebol brasileiro? Tudo e nada ao mesmo tempo, que é o que ele vem fazendo desde a acachapante derrota para o selecionado alemão por 7 x 1.

Um verdadeiro faz de conta, fundamentado na filosofia da vaca que já foi para o brejo faz tempo, deixando no interior das entidades o produto da sua ruminante digestão.

Esporte para todos ou para alguns?

Imagem retirada do blog Diário de Pernambuco

Toda organização para a ação não pode prescindir de duas coisas: da tática e da estratégia.

Em ambas, a mediação histórica deve se fazer presente. Colocar toda uma discussão no plano da ação é perigoso se o plano e a ação não estiverem fundamentados na história. Nem tudo o que ocorreu na história da humanidade deve se repetir ou deve se inserir no plano da ação.

Para fazer mesmo a diferença, devemos pensar em fazer coisas diferentes. Não será reproduzindo e repetindo experiências que a prática já demonstrou serem obsoletas que faremos a diferença.

Estamos diante de um momento pós-copa, onde o debate sobre o modelo esportivo para o país - centrado no futebol, mas que não precisa se resumir ao mesmo - está sendo proposto com mais evidência.

Podemos participar do mesmo. Repetindo as fórmulas prontas (Dunga no lugar de Felipão) ou debatendo seriamente sobre o que queremos para o nosso país: esporte para todos ou apenas para alguns?

Reflitamos sobre isso.

sábado, 19 de julho de 2014

Novo técnico?

Na próxima semana a CBF poderá anunciar o nome do novo técnico da seleção brasileira. Provavelmente na terça-feira.

"Novo técnico" é só um eufemismo, caso o nome do Dunga, que vem sendo ventilado nos meios do jornalismo esportivo como o mais cotado entre outros, seja confirmado.

Dunga já treinou a seleção brasileira em outros tempos, portanto não seria nenhuma novidade, apenas mais do mesmo.

Imagem retirada do Blog da Cidadania
Então essa tal "transformação pelo alto", diriam meus amigos gramscianos, colocará um técnico que foi eliminado nas quartas-de-final quando do seu comando na seleção brasileira na Copa do Mundo na África do Sul, no lugar de um outro, o Luis Felipe Scolari (Felipão), que foi eliminado nas semi-finais.

Excrescência? Penso que sim. Mas o que esperar das decisões oriundas de uma Confederação Brasileira de Futebol carcomida por dentro? Nada mais, não é mesmo?

Talvez, e só talvez, a única coisa que pode justificar o nome de Dunga para ser o "novo" técnico da seleção canarinho é a sua ascendência alemã.

Risos do blogueiro.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

"Imparcialidade" se vence com democratização

Em países com democracia madura e substantiva é comum editorialistas de grandes jornais se posicionarem politicamente em momentos decisórios importantes, como no caso de eleições presidenciais, por exemplo.

Os editoriais e as abordagens das notícias de uma maneira geral tornam-se ferramentas importantes, balizando o debate republicano, franco e fraterno, onde as divergências são respeitadas e os posicionamentos políticos são (ou deveriam ser) demonstrados com base na realidade factual.

Recentemente a revista Carta Capital externou, em editorial do Mino Carta, o seu posicionamento, apoiando a candidatura da Dilma Rousseff e fez de maneira inteligente, demonstrando os pontos fortes e fracos (que deverá ser atacado em uma possível recondução ao cargo, caso as correlações de força a favoreçam) do governo do PT.

Imagem retirada do site Casa dos Focas
Infelizmente, essa não é a tônica da imprensa nacional hegemônica. Além de muitas se posicionarem, na prática, em favor deste ou daquele candidato, seus editorialistas e suas abordagens jornalísticas são protegidas pelo falacioso, para não dizer sofismático, argumento da "isenção" e/ou "imparcialidade" sobre os fatos apresentados.

Em nome desta tal "imparcialidade" e "isenção", eles omitem e distorcem a realidade com contorcionismos ideológicos de fazer inveja aos artistas do Circo de Soleil.

São por essas e outras que defendo a democratização da mídia. Entendo que isso seria muito saudável para o desenvolvimento e ampliação da nossa república, inibindo as inúmeras performances não condizentes com a prática de um jornalismo sério.

Infelizmente, pelo que venho analisando das propostas dos principais candidatos ao mais alto posto da representação pública de um Estado, elas não apresentam uma plataforma clara, confiável e factível da sua materialização.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Só perderam






Cruzeiro 3 x 1 Vitória. Ontem Bahia 0 x 2 São Paulo. E os times baianos caindo das pernas e na tabela. Vou dar o desconto do reinício da temporada.

Por enquanto.

Não recomendo



Socorro!!!

Então o novo coordenador de seleções da Confederação Brasileira de Futebol situou, em entrevista coletiva, o boné "Força Neymar" como algo que mais chamou a atenção dele na derrota de 7 x 1 para a Alemanha?

Para ele deveria está escrito "Força Bernard"? É isso mesmo? Eu ouvir bem?

Socorro!!!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Artigo na "Em aberto"

Após um ano do seu lançamento, recebi hoje na minha residência três exemplares do número 89 da revista "Em aberto".

Segundo o site do periódico, o mesmo tem a finalidade de "(...) estimular e promover a discussão de questões atuais e relevantes da educação brasileira, trazendo opiniões divergentes ou confrontos de pontos de vista".

A temática deste número girou em torno dos megaeventos esportivos e suas implicações no âmbito da educação física escolar.

Estamos presentes junto com a professora Celi Taffarel e o professor Cláudio de Lira Santos Júnior, ambos da Universidade Federal da Bahia, discorrendo sobre o tema: "Megaeventos esportivos: determinações da economia política, implicações didático-pedagógicas e rumos da formação humana nas aulas de Educação Física".

Todos os números, incluindo o mencionado (vol. 26, No 89, 2013), podem ser acessados clicando aqui.

Boa leitura.

CBF toma uma atitude

Finalmente uma atitude concreta por parte da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ocorreu. Parabéns à entidade. No entanto, embora concreta, a mesma é insuficiente.

A própria entidade precisa ser repensada, debatida e modificada por dentro. Uma revolução precisa acontecer no processo de gestão do futebol brasileiro. Aliás de toda a estrutura esportiva, a começar pelo financiamento. Mas isso fica para outra postagem.

No momento, comemoramos a demissão de Luiz Felipe Scolari e todos da comissão que tinham ligação direta com ele, observando que eles não "deixaram seus cargos" como anunciam alguns sites esportivos, querendo dourar a pílula. Foram demitidos.

Que outras ações também nos surpreendam positivamente. Tenho uma ideia. Que tal todos os membros da CBF entregarem seus respectivos cargos.

Fica a dica!!!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Handebol

Alunos do nono ano do Colégio Maria de Jesus, no Paraná, escreve para este blogueiro perguntando sobre o por que do handebol não ser tão mostrado na televisão.

Pergunta muito interessante. Aliás, não só na televisão, não é mesmo? Em vários suportes midiáticos o tratamento sobre o handebol é quase nulo.

Neste blog, por exemplo, nunca tratamos do mesmo. Como também de outras modalidades.

Fica então a questão colocada pelos alunos do Maria de Jesus e o convite para quem tiver interesse em escrever algo sobre handebol ou o esporte de uma maneira geral.

O Esporte em Rede abre o espaço.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Sem luta não existe vitória

A Copa do Mundo segue. Alimentada pelos incessantes programas esportivos, tanto em canais especializados quanto em outros, ela parece ser um evento interminável tamanha a exposição dos assuntos a ela relacionados.

Torço para que a seleção conquiste o hexa. Com menos força, é verdade, com que torço para que os cidadãos e as cidadãs do meu país levem tão a sério a política, como levam a sério os jogos do momento.

Em qualquer esquina, homens e mulheres discutem sobre futebol. Parecem especialistas no assunto.

Chegará o dia em que discutiremos a vida e a situação da nossa cidade, do nosso bairro, do nosso país com igual interesse e afinco?

Confesso que torço por isso.