Micheli Ortega Escobar - Fonte: Revista Motrivivência |
"Doutorando que se preze deve ler, no mínimo, 500 páginas por dia de referência do seu objeto de estudo". Essa frase foi dita, certa feita, pela professora Micheli Ortega Escobar em um dos vários momentos que tínhamos o prazer da sua presença nos nossos grupos de estudos.
Óbvio que era uma provocação seguida de uma exortação para as necessárias leituras em um momento que havia um "recuo teórico" na academia por parte de certas orientações pós-modernas de recrudescimento do relativismo epistemológico.
Conhecendo como conhecia a condição material de existência da classe trabalhadora, Micheli reconhecia que a apropriação do conhecimento, fundado no materialismo histórico dialético, era força revolucionária ao penetrar nas massas e que para tanto, tínhamos a obrigação, igualmente revolucionária, de nos apropriarmos da assertiva leninista: "sem teoria revolucionária, não há prática revolucionária".
Essa brasileira de alma chilena que nos deixou hoje, fisicamente, deixou também um enorme legado que a fará presente no cotidiano de todes que têm compromisso com a mudança estrutural do metabolismo do capital e que reconhece, na educação/educação física, um espaço estratégico para potencializar/materializar novas formas de produção e reprodução da existência. E essas formas estão presentes nas experiências históricas do socialismo/comunismo que Micheli, tão bem, soube expressar na sua práxis.
Em alto e bom som, meus sinceros e profundos agradecimentos professora, lutadora do povo, Micheli Ortega Escobar. Presente!!!