O jornalismo esportivo desta província lambuzada de dendê sempre confirma aquele velho axioma do Barão de Itararé de que “de onde menos se espera, daí é que num sai nada mesmo”.
PUTAQUEPARIU A PREVISIBILIDADE!
É fato que, nas Condições Normais de Temperatura, Pressão e Canjebrina, raramente costumo gastar meu ocioso tempo com as reportagens de tais periódicos. Porém, de quando em vez, um amigo, esta raça de gente ruim, me manda uma notícia para ratificar o que já sei: A imprensa baiana só trabalha com afinco para construir farsas.
Aos fatos. Ou melhor, às distorções.
Na tarde de ontem, as sardinhas confirmaram, uma vez mais, a sina deste ano da graça de 2012: não têm condições de ganhar de time grande, mesmo contra reservas e juvenis.
No entanto, ao invés de relatar a bisonha apresentação diante do time C do Santos, o jornal a tarde (deixa em caixa baixa, maestro) revolveu, com seu tradicional dom de iludir, apelar ao surrado golpe de louvar os torcedores do atual campeão do interior baiano.
Assim, na maior cara lisa, publicou uma chamada na primeira página intitlulada: “Torcida 10. Dilúvio não desanima os tricolores”. E, na matéria, tome-lhe depoimento choroso para ilustrar a alagada tese. “Já vim pra estádio doente. Então, não seria uma chuva que iria me atrapalhar”, disse um. Enquanto isso, outro garantia que saiu de Alagoinhas, terra de jean aerowillys, só para ver a chibança.
Nem graça eu acho, mas asseguro que, com um pouco mais de dedicação, seria possível entrevistar todas as testemunhas que compareceram ao Hospital Robertos Santos (sim, hospital. Todo time que entra lá este ano sai com ponto). Afinal, segundo informações oficiais, menos de 9 mil fizeram o sacrifício de presenciar a horrenda peleja.
Pois muito bem.
Para combater a farsa, nada melhor do que recorrer à história. Por isso, vamos às comparações com medidas que podem ser efetivamente comparadas.
Seguinte foi este.
No dia 15 de maio do ano da graça de 2010, ano da última participação do Vitória na Série A (2012 também será o último das sardinhas), o Leão estreou no Santuário Ecológico praticamente nas mesmas condições que o time de itinga jogou (?) ontem. Empatou com um time do eixo, no caso o Flamengo (completo, ressalte-se) num dia de muita chuva. Ou, para ser mais preciso, debaixo de um verdadeiro temporal. Neste dia, o Jornal o Globo classificou o aguaceiro como tempestade.
A única diferença é que, ao contrário das 8 mil e poucas testemunhas de ontem, na ocasião estiveram presentes exatos 16.882 guerreiros. Isso mesmo: 16.882. Agora, vocês sabem quantas linhas o mesmo jornal vespertino deu para a brava torcida leonina na ocasião? Extamente isso que vocês estão pensando. Nenhuma. Apenas disseram que o Vitória tinha empatado em casa com o flamengo sob forte chuva.
Imaginem se fosse as sardinhas que, com um time todo desfalcado, tivesse dominado o Flamengo, como o Vitória fez na ocasião? Agora, imagine se, além disso, num dia de temporal, botasse um público pagante de 16.882? Ave dona maria!!! Ia até faltar papel no Estado para tanta louvação, digo, empulhação.
E, por falar em empulhação, nunca é demais apelar a outro dado histórico relativo a este mesmo 2010 para desmacarar fraudes. Seguinte. Neste referido ano da graça, a impoluta CBF concedeu a honraria de torcida de ouro às sardinhas porque elas conseguiram uma média de 18.654 pessoas por jogo. Que beleza, né não? Acontece que, em 2007, ano em que também conquistamos o acesso à primeira divisão, colocamos 18.762 por jogo, exatamente 108 a mais que eles, por partida. E a CBF? Fez o o mesmo que os jornalecos baianos.
Porém, eles podem continuar iludindo, pois aqui, do outro lado da trincheira, prosseguiremos lutando para que a farsa não prospere – até porque a altivez vai vencer a pusilanimidade.
P.S Quem quiser mais informações sobre o tema recomendo este texto aqui, ó
TEXTO RETIRADO DO SITE Victoria Quae sera Tamen