Do meu quarto, já de manhã cedinho, escuto um trabalhador falar com um colega sobre o jogo de ontem. De como a defesa deveria se comportar, o passe que o "cabeça de bagre" deixou de realizar.
Na sua avaliação o coitado do atleta desaprendeu a jogar. Não é possível que treine a semana inteira para fazer o que fez em campo. Todos os parentes dele jogam melhor do que o atleta mencionado. E a sua avó, que segundo ele se encontra na cadeira de rodas, não perderia àquele gol. Só ele e o goleiro. Bastava dá um simples toque com a ponta da chuteira e sairia para o abraço da galera. Mas, não. Um perna de pau!!!
Fico imaginando o corpo de alguém com pernas de pau e cabeça de bagre. Mas logo volto ao assunto do torcedor especialista. A impressão que fica para mim é que o problema é pessoal. Dele com o jogador mencionado. Já tem uns quinze minutos que só ouço o nome do coitado que a essa hora deve tá se dirigindo para o treino. Se é que ele treina, né?.
Um desavisado pensaria que se tratava de um atleta de atletismo correndo os cem, duzentos ou uma maratona e não de alguém que joga com mais 10 outros. Não há uma só menção, até aqui, da responsabilidade dos outros atletas.
E, para finalizar, descubro que o time ganhou. Sim, o time ganhou de três a zero. Mas poderia ter sido quatro se o cabeça de bagre com pernas de pau não tivesse perdido o gol que a sua vó, se em campo estivesse, faria.
Há... pense a gozação com os colegas, disse ele, torcedores vencidos. Gritaria em alto e bom som: caiu de quatro!!! E sairia feliz da vida.