terça-feira, 21 de novembro de 2017

JUNINHO PERNAMBUCANO PODERIA ESCALAR UMA SELEÇÃO






Na minha infância, mais precisamente, década de 90 em Recife, capital pernambucana, um moleque de quase 18 anos perturbava meus fins de semana de clássicos Sport x Santa Cruz. Eu torcedor doente do tricolor do arruda, sofria em ver alguns lances daquele pós-adolescente com cara de “playboy” jogando aquele futebol todo. Claro, precisou que os ponteiros do relógio desse algumas voltas, que eu passasse por algumas experiências pessoais para que eu, fiel da coral, chegasse diante da minha tela de computador pra colocar o nome desse, “pivete”, num texto pra falar de seus feitos dentro e fora dos gramados. Inferno coral, me perdoe!
Juninho não é herói. Deixo bem claro que não faz parte do meu “jogo” ficar nomeando salvadores para tarefas que devem ser feitas por mim mesmo. Isso é coisa de "técnicos" caras-pintadas, que já erraram na escalação dos seus centroavantes há algum tempo. E como trocam de atacantes viu? Primeiro foi o Joaquim Barbosa, depois o Eduardo cunha, Aécio... Até chegar na contratação curiosa de um jogador que nunca fez um mísero golzinho, mas já está treinando com investimento público por alguma décadas, e com sérias possibilidades de ser escalado para o time principal.
Acho que a experiência que o atleta acumulou nos seus 22 anos de futebol e claro, contrariando minha expectativa de que o futebolista fosse na década de 90 playboy, como o próprio já afirmou em suas redes sociais que é filho de militar de baixa patente, lhe condicionou a produzir algumas análises da realidade diferente da maioria. Seus discursos e, não podemos esquecer, “indicações” ultimamente vem me surpreendendo. Principalmente, quando se trata de uma figura pública que toma posições políticas diferentes da empresa que o contratou e que também tem o poder de decidir alguns “jogos”.
Primeiro Juninho marcou um golaço, solicitando a expulsão de seguidores (daquele jogador) em suas redes sociais. Aquele, que falei que há algum tempo está por ai sem marcar gols e mesmo assim é uma crescente possibilidade de jogar no time principal. O camisa 6 (seus mandatos como deputado), Jair Bolsonaro. Uma jogada, considerada por mim ideal contra o fascismo. Me lembrou Eric Cantona dando uma voadora no hooligan fascista Matheus Simmons, em 1995, só que de uma forma mais suave, literalmente: “Vaza Bolsominions, te respeito fora de meu twitter!
Suave sim!
E como numa premiação dos melhores do ano do campeonato, o craque elegeu o melhor jogador da temporada: Um zagueiro! 



Espero que suas próximas indicações (comentários) girem em torno de um grupo de “(em)boleiros” que há algum tempo eram divisão de base e que hoje, possuem alguns atletas atuando como profissionais em times pelo Brasil afora. Suas táticas são antigas, copiadas de uma conhecida equipe de futebol alemã de 1936. Gostam de driblar a atenção da geral com um toque de bola rasteiro, sem fundamentos, e de proteger o craque da equipe, que apesar de parecer um senhor senil, adora dar uns carrinhos por trás e estimular a diretoria do clube a terceirizar os lucros nas “costas” dos pobres torcedores. Oriundos do Austeridade F.C. MBL e Michel Temer. Ultimamente, para deixar seu protegido longe dos holofotes, esses jogadores estão forçando o jornalismo e a torcida a focar em homens nus que invadem o jogo, como intervenção artística.

Vamos encerrar nosso bate bola. Como sugere o título do texto, o comentarista poderia escalar uma seleção dos melhores do ano, com banco de reservas, comissão técnica e tudo que se tem direito. Não custa nada sonhar, mas, como um torcedor de um time que fez história em Pernambuco, um time que levanta multidões em qualquer série do campeonato que estiver, torço para sairmos da apatia nessa temporada e que façamos como numa final de campeonato diferente: Invadir o campo, ocupar o gramado e decidir novas regras para esse jogo. Quem sabe até, criar um campeonato só nosso.