Na
minha infância, mais precisamente, década de 90 em Recife, capital
pernambucana, um moleque de quase 18 anos perturbava meus fins de semana de
clássicos Sport x Santa Cruz. Eu torcedor doente do tricolor do
arruda, sofria em ver alguns lances daquele pós-adolescente com cara de “playboy” jogando aquele futebol todo. Claro,
precisou que os ponteiros do relógio desse algumas voltas, que eu passasse por
algumas experiências pessoais para que eu, fiel da coral, chegasse diante da minha
tela de computador pra colocar o nome desse, “pivete”, num texto pra falar de
seus feitos dentro e fora dos gramados. Inferno coral, me perdoe!
Juninho
não é herói. Deixo bem claro que não faz parte do meu “jogo” ficar nomeando
salvadores para tarefas que devem ser feitas por mim mesmo. Isso é coisa de "técnicos" caras-pintadas, que já erraram na escalação dos seus centroavantes há
algum tempo. E como trocam de atacantes viu? Primeiro foi o Joaquim Barbosa,
depois o Eduardo cunha, Aécio... Até chegar na contratação curiosa de um
jogador que nunca fez um mísero golzinho, mas já está treinando com
investimento público por alguma décadas, e com sérias possibilidades de ser
escalado para o time principal.
Acho
que a experiência que o atleta acumulou nos seus 22 anos de futebol e claro,
contrariando minha expectativa de que o futebolista fosse na década de 90 playboy, como o próprio já afirmou em
suas redes sociais que é filho de militar de baixa patente, lhe condicionou a
produzir algumas análises da realidade diferente da maioria. Seus discursos e,
não podemos esquecer, “indicações” ultimamente vem me surpreendendo.
Principalmente, quando se trata de uma figura pública que toma posições
políticas diferentes da empresa que o contratou e que também tem o poder de
decidir alguns “jogos”.
Primeiro
Juninho marcou um golaço, solicitando a expulsão de seguidores (daquele jogador)
em suas redes sociais. Aquele, que falei que há algum tempo está por ai sem
marcar gols e mesmo assim é uma crescente possibilidade de jogar no time
principal. O camisa 6 (seus mandatos como deputado), Jair Bolsonaro. Uma
jogada, considerada por mim ideal contra o fascismo. Me lembrou Eric Cantona
dando uma voadora no hooligan fascista Matheus Simmons, em 1995, só que de uma
forma mais suave, literalmente: “Vaza Bolsominions, te respeito fora de meu
twitter!”
Suave
sim!
E
como numa premiação dos melhores do ano do campeonato, o craque elegeu o melhor
jogador da temporada: Um zagueiro!
Espero que suas próximas indicações
(comentários) girem em torno de um grupo de “(em)boleiros” que há algum tempo
eram divisão de base e que hoje, possuem alguns atletas atuando como profissionais
em times pelo Brasil afora. Suas táticas são antigas, copiadas de uma conhecida
equipe de futebol alemã de 1936. Gostam de driblar a atenção da geral com um
toque de bola rasteiro, sem fundamentos, e de proteger o craque da equipe, que
apesar de parecer um senhor senil, adora dar uns carrinhos por trás e estimular
a diretoria do clube a terceirizar os lucros nas “costas” dos pobres
torcedores. Oriundos do Austeridade F.C. MBL e Michel Temer. Ultimamente, para
deixar seu protegido longe dos holofotes, esses jogadores estão forçando o
jornalismo e a torcida a focar em homens nus que invadem o jogo, como
intervenção artística.
Vamos encerrar nosso bate bola. Como sugere o
título do texto, o comentarista poderia escalar uma seleção dos melhores do
ano, com banco de reservas, comissão técnica e tudo que se tem direito. Não
custa nada sonhar, mas, como um torcedor de um time que fez história em
Pernambuco, um time que levanta multidões em qualquer série do campeonato que
estiver, torço para sairmos da apatia nessa temporada e que façamos como numa
final de campeonato diferente: Invadir o campo, ocupar o gramado e decidir
novas regras para esse jogo. Quem sabe até, criar um campeonato só nosso.