Nas idas e vindas do raciocínio, quando da exposição do conteúdo em sala, assuntos aparentemente desconexos surgem, procurando fazer parte do momento pedagógico da contextualização.
Na aula de história, dizia que embora a Educação Física se colocasse como uma área da saúde, a sua perspectiva sobre o tema ainda era, hegemonicamente, centralizada no indivíduo e o exercício físico, além de "receita e remédio para os males da sociedade", assumia um caráter utilitário, funcionalista, objetivando a promoção e o desenvolvimento “normal” da sociedade, assumindo uma visão conservadora, típica dos tratados higienistas e eugenistas do século XVIII. E arrematava: NÓS NÃO ESTAMOS NO SÉCULO XVIII. ESTAMOS EM PLENO SÉCULO XXI, e problemas sérios de saúde pública afetam a população brasileira e nós, o que estamos fazendo? Discutindo a importância do galho seco na reprodução dos macacos.
Isso foi na aula de história, pela manhã. Na parte da tarde, na disciplina de Introdução ao Trabalho Científico eis que surge, mais uma vez, a preocupação por parte dos acadêmicos, sobre sua formação e a necessidade de inclusão, no currículo de novas disciplinas. Entre elas, a BIOMECÂNICA.
De maneira alguma, estou querendo negar essa necessidade. Não tenho base concreta para isso. Mas disse aos estudantes que se eles consideravam importante a inclusão de qualquer disciplina, que demonstrassem cientificamente essa importância. Se, com base no desejo particular, interesses singulares, o curso começasse a mexer na matriz curricular, onde iríamos parar?
Nesse ínterim, suponho que está em jogo, por parte do alunado, a preocupação com a sua competência técnica. Algo extremamente importante. No entanto, se apartamos esta do debate sobre o compromisso político da formação de professores, estaremos reforçando a hegemonia dos que entendem a Educação Física, enquanto uma área do conhecimento, como mais um aríete a reforçar a visão oitocentista.
Precisamos ter muito cuidado com este processo. Citando uma antiga referência diria, para início de conversa, que devemos procurar desenvolver um movimento simétrico entre a competência técnica e o compromisso político.
Eis o desafio que está posto e ele não é novo.
De maneira alguma, estou querendo negar essa necessidade. Não tenho base concreta para isso. Mas disse aos estudantes que se eles consideravam importante a inclusão de qualquer disciplina, que demonstrassem cientificamente essa importância. Se, com base no desejo particular, interesses singulares, o curso começasse a mexer na matriz curricular, onde iríamos parar?
Nesse ínterim, suponho que está em jogo, por parte do alunado, a preocupação com a sua competência técnica. Algo extremamente importante. No entanto, se apartamos esta do debate sobre o compromisso político da formação de professores, estaremos reforçando a hegemonia dos que entendem a Educação Física, enquanto uma área do conhecimento, como mais um aríete a reforçar a visão oitocentista.
Precisamos ter muito cuidado com este processo. Citando uma antiga referência diria, para início de conversa, que devemos procurar desenvolver um movimento simétrico entre a competência técnica e o compromisso político.
Eis o desafio que está posto e ele não é novo.
Um comentário:
Muito bom o texto, professor.
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