Por Riva
Após ter anunciado a aposentadoria das narrações esportivas pela Rede Globo, Galvão Bueno criou um canal no YouTube e concretizou uma parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), adquirindo o direito de transmissão do amistoso Brasil x Marrocos dia 25 de março, em Tânger, às 19h00 (horário de Brasília). Além de Galvão Bueno narrando, a transmissão contará com os comentaristas Casagrande e Arnaldo Cezar Coelho e o repórter Tino Marcos.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, disse o seguinte: " A narração de jogos da seleção brasileira na voz de Galvão Bueno confere emoção única a essa paixão que é o nosso futebol. E já é uma marca registrada que torna cada lance, cada situação de jogo, ainda mais especial. Estamos muito felizes que Galvão Bueno e toda equipe fantástica ao redor dele, repleta de ícones das transmissões esportivas, tenham se reunido novamente nessa primeira partida da seleção brasileira após a Copa do Mundo. Vamos ter a melhor escalação para narrar e comentar o jogo do Brasil contra Marrocos".
Como eu sempre digo, o mundo é feito de transformações e, principalmente nessa área, observo essas transformações de forma positiva. Ao contrário de muitos jornalistas que, quando estavam trabalhando em grandes veículos de comunicação criticavam esse novo modelo de comunicação - independente da área de atuação.
Em um passado recente, nós ficávamos reféns de alguns veículos de comunicação e, muitas vezes, éramos enganados por opiniões muito mais pessoais do que profissionais. A chegada da Internet e seu enorme poder de alcance, fez com que muitos veículos de comunicação otimizasse as transmissões das partidas de futebol e de outros esportes porque o conhecimento, a exigência e as opções dos torcedores (podemos chamá-los de clientes) são maiores.
Esse novo modelo das transmissões das partidas de futebol também vai movimentar o mercado publicitário. Com tabelas que somente as maiores empresas do Brasil podiam expor a marca, os grandes veículos de comunicação eram privilegiados com robustos contratos publicitários. As transmissões e programas realizadas no YouTube tem um custo de produção bem menor e podem ser comercializadas com um valor mais acessível.
Longe de ser pessimista, mas existem situações incômodas que precisam ser analisadas.
Os grandes veículos de comunicação já estavam transmitindo a maioria das partidas de futebol do estúdio. Justificável devido ao alto custo para deslocar os profissionais para as cidades em que estavam sendo realizadas as partidas. Na pandemia da Covid-19, muitos veículos de comunicação reduziram a quantidade de funcionários nas redações e o trabalho começou a ser na modalidade HOME OFFICE.
A redução salarial, da carga horária e de profissionais é consequência das dificuldades de aporte financeiro vindos do mercado publicitário. Observando essa situação, muitos profissionais estão buscando espaços nas redes sociais. Exemplo do crescimento de canais no YouTube.
A concorrência é desleal e vou explicar porque. Comunicadores/jornalistas que têm longa experiência de mercado e enorme visibilidade dificilmente perderão espaço para quem está iniciando nos grandes veículos de comunicação ou nas redes sociais. Temos YouTubers que fazem um bom trabalho, já estão no mercado há muito tempo e, mesmo assim, precisam de outra fonte de renda para sobreviver.
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