Por Riva
1) Nesta quarta-feira, 14 de março, o Conselho da FIFA - instância mais alta da entidade - se reuniu em Kigali, capital da Ruanda, e duas decisões importantes foram tomadas em relação ao novo formato da Copa do Mundo de 2026 e o Mundial de Clubes que será disputado a partir de 2025. Na próxima quinta-feira, 16 de março, o Conselho da FIFA estará reunido na mesma cidade para confirmar a reeleição de Gianni Infantino para mais um mandato de presidente da FIFA que terminará em 2027. Cargo que ocupa desde o dia 26 de fevereiro de 2016.
2) A Copa do Mundo de 2026 será a primeira a ser disputada com 48 seleções e em três países - México, Canadá e Estados Unidos. A competição terá 12 grupos com quatro seleções cada. Os dois primeiros de cada chave e os oito melhores terceiros colocados avançam para a fase eliminatória. A partir daí, as 32 seleções classificadas se enfrentam em mata-mata até a final. A dúvida ficou por conta do formato. Inicialmente, a FIFA pensou em dividir as 48 seleções em 3 grupos com dezesseis seleções cada. As duas primeiras seleções se classificavam para um mata-mata.
3) O formato tinha tudo para dar errado. Com três seleções em cada grupo, a seleção estaria classificada automaticamente com dois empates e o jogo defensivo iria prevalecer; a última rodada teria uma seleção descansando e, dependendo da classificação, as duas seleções que estivessem em campo poderiam combinar um resultado favorável para ambas. Mas, o principal motivo da desistência do formato com 3 grupos foi as emocionantes e surpreendentes partidas da última rodada da Copa do Mundo de 2022 no Catar.
4) Na Copa do Mundo de 2022, no Catar, foram disputadas 64 partidas. Na Copa do Mundo de 2026, no - México, Canadá e Estados Unidos - serão disputadas 104 partidas. Além do número de partidas ser bem maior, a disputa em três países vai exigir muita habilidade para o grupo de organização e logística organizar os locais das partidas, datas e horários.
5) Como é do conhecimento de todos, eu (Riva) sou saudosista de carteirinha. Mas não sou tolo a ponto de imaginar que mudanças / transformações não precisam serem realizadas em todos os segmentos da sociedade. Claro que o futebol não pode ficar de fora das transformações que o mundo nos apresenta constantemente e, falando especificamente das mudanças que serão realizadas na próxima Copa do Mundo, tenho uma forte impressão que não serão benéficas para o futebol de seleções.
6) O acréscimo de seleções participando da Copa do Mundo não tem como principal objetivo alavancar o futebol nos países de menor expressão futebolística. Existem países que, provavelmente estarão na Copa, mas as competições nacionais precisam de tudo. Esse tudo é tudo mesmo. Vai de fardamentos em boas condições de uso, passando pela precariedade dos gramados até chegar na organização das competições.
7) O atual modelo da Copa do Mundo já é cansativo para quem trabalha - profissionais de imprensa, profissionais das seleções - e para os torcedores. Imaginem com essa enorme quantidade de partidas. Sendo que boa parte, principalmente na primeira fase, serão fracas tecnicamente.
8) Como vai ser a negociação com os patrocinadores? Acredito que vai haver uma enorme transformação na captação e distribuição de receitas porque muitas partidas não terão interesse por parte dos torcedores. Vai depender do horário, da expectativa da partida e do nível técnico.
9) Os direitos de transmissão, por exemplo, vai ter que se adequar a grade de programação. Mesmo com a evolução de diversas plataformas que já transmitem algumas partidas, como vai ficar os direitos de transmissão das partidas? Será que vai ser negociado o "pacote" completo ou de forma individual?
10) A FIFA terá mais benefícios do que as seleções e o futebol. Essas mudanças só servirão para "contemplar" as Confederações e manter Gianni Infantino no poder sem ser questionado por improváveis opositores.
Não esqueci de escrever sobre o Mundial de Clubes. Mas, em breve, escreverei sobre o tema.
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