Desde que o termo arena passou a designar os novos estádios construídos ou os reformados, na maioria enormes elefantes brancos, para sediar grandes jogos de futebol e shows de cantores e cantoras famosos e famosas, pois trazem na sua alcunha o sobrenome de multiuso, que não me acostumo com esta palavra.
Sei que a mesma já era utilizada na Europa há tempo. Mas quando começou a ser insistentemente falada em terra brasilis, não agradou aos meus ouvidos. E continua desagradando.
São dois os motivos. O primeiro é semântico. As partidas de futebol jogadas nesses espaços se dão sobre a grama e não sobre a areia, como é comum na praia.
Nos ensina Houaiss (2008) no seu formato mini, revisado e aumentado para a sua terceira edição que o termo ARENA significa: 1) parte central, coberta de areia, dos anfiteatros romanos; 2) anfiteatro; 3) área central do circo; picadeiro; 4) espaço circular para touradas e outros espetáculos; 5) estrado onde lutam os boxeadores 6) local de debate, de desafio.
Logo, nada referente ao futebol. A não ser que forçosamente se queira incluí-lo nos indefinidos termos "outros espetáculos" e "desafio". Mas ainda assim faltariam as areias.
Imagem retirada do site www.gazetamaringa.com.br |
Lembro-me que quando houve a decisão de demolir o Estádio da Fonte Nova, diversas entidades (ABENC – Associação Brasileira ; ANEAC; IAB/BA; CREA-BA, CEB; Fórum A Cidade Também é Nossa; IBAPE; Movimento Vozes de Salvador, SENGE; SINARQ; GAMBÁ; UMP/BA; FABS -Federação das Associações de Bairros de Salvador; FAMEB – Federação das Associações deMoradores do Estado da Bahia; CONAM – Confederação Nacional das Associações deMoradores. GERMEM – Grupo de Defesa e Promoção Socioambiental; Faculdade de Arquitetura da UFBA; Escola Politécnica da UFBA) se uniram e propuseram, dia 11 de maio de 2010, alternativas à demolição.
Essas entidades defendiam a requalificação do equipamento em função dos aspectos culturais e do valor arquitetônico que o mesmo tinha. O Estádio da Fonte Nova, junto com o ginásio do balbininho, completamente destruído para construção de um estacionamento, conjuntamente com o Dique do Tororó tinha sido, em 1959, tombados pelo IPHAN.
Era Patrimônio Histórico.
3 comentários:
Sociedade de mercado vale o mercado,
não é sociedade humana onde o valor esta no humano e sua cultura.
quem paga pode...
Concordo plenamente!"!!
Cadê os projetos de incentivo ao esporte baiano depois que acabar esse evento milionário? O que a população poderá utilizar depois de junho?
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