domingo, 5 de abril de 2020

O esporte em tempo de coronavírus - Primeira parte

Mais um domingo sem assistir em tempo real minhas modalidades esportivas preferidas, principalmente as partidas de futebol. Mais um domingo sem tentar uma "fezinha" na peleja entre Barcelona e Real Madrid, Vitória e Bahia, Flamengo e Fluminense, Schalke e Dortmund, entre outros.

Mais um final de semana em que as arenas estão fechadas para as contendas esportivas. Não haverá cestas mirabolantes, esteticamente maravilhosas e inéditas dos formidáveis Stephe Curry, LeBron James ou Kawhi Leonard. O pivô Ferrão, os tricampeões mundiais Rodrigo, Leandro Lino e Danilo Baron, não preencherão o coração dos fãs do Futsal.

Há muito a fórmula 1 nos deixou um vazio com a morte do ídolo Airton Senna. Vazia também estarão as quadras de tênis, voleibol, handebol, os campos de beisebol, golfe, pistas de kart. A bola oval não provocará o touchdown, assim como não veremos o fumble e o punt, entre outros, em mais um domingo.

Imagem retirada do Jornal O Correio
Em mais um final de semana sem as várias expressões da cultura corporal (que não se resume a dimensão esportiva), excetuando as diferentes estratégias das emissoras e canais esportivos, em função do coronavírus, de reprisar disputas diversas, a pergunta que emerge é: o que fazer? O que será da vida sem o esporte? O que faremos sem essa dimensão social que ocupa, tão fielmente, nosso cotidiano, que se faz tão presente nas nossas vidas ao ponto de em algum momento imaginarmos ser impossível viver sem?

Exagero de minha parte? Não? Sim? Talvez? Insensibilidade? Indiferença? O que é todo esse vazio esportivo frente ao sofrimento de centenas e milhares de pessoas que estão perdendo seus entes queridos por conta de mais uma pandemia que assola o mundo?

Ou será algo que está presente na dimensão do nosso inconsciente, sejamos ou não um torcedor de poltrona, praticante ou não de alguma modalidade esportiva e que só agora, no vazio da sua espetacularização, na ausência da sua midiatização, no hiato do seu televisionamento, os questionamentos citados emergem, permitindo reflexões diversas, como essa que agora faço e que continuarei na próxima postagem.

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