Foto do meu arquivo pessoal
Jorge Gioscia Filho, telespectador da TV 247, em texto monetizado disse que "Ciência não é jogo de futebol. Não é com torcida que se trabalha mas com pesquisa". Colocou esse raciocínio no momento em que os jornalistas Leonardo Attuch e Brian Mier discutiam sobre a insistência do presidente do Brasil em relação ao uso da hidroxicloroquina para os contaminados pelo Covid-19.
Não é difícil concluir, com referência ao texto presente na mensagem, que Jorge resume o jogo de futebol ao que ele enxerga na televisão, especificamente os 90 minutos que se desenrolam os lances na telinha. Ou então, como muitas vezes fazemos, utiliza da modalidade esportiva mais popular do país para passar um recado rápido e importante: não se cuida de coisa grave - como uma pandemia - com paixão ou emoção. Elas até podem e talvez devam existir no processo, desde que balizadas pelo imprescindível conhecimento científico.
Independente da intencionalidade de Jorge, sua observação pertinente serve como possibilidade de refletir para além das aparências em relação a dimensão esportiva. Ao contrário do que muitos talvez imaginem, há muita ciência no desenvolvimento das modalidades esportivas. Há muita reflexão sobre o esporte vinda das mais diferentes áreas do conhecimento.
Do sofá da nossa casa, da mesa do bar com os nossos amigos e/ou amigas, das arquibancada dos estádios ou das modernas arenas, das quadras poliesportivas, entre outros, todos nós estamos assistindo, seja como torcedor ou apenas alguém que gosta de assistir competições esportivas, aos resultados não da competição em si, mas de várias técnicas e métodos de estudos visando melhorias das performances dos atletas.
Antes mesmo da bola rolar, do velocista ou maratonista começar a correr, do nadador iniciar suas braçadas nas raias, enfim, do atleta enfrentar os limites e as possibilidades dos seus gestos, assumindo por completo a máxima da prática como critério da verdade, a ciência se fez e se faz presente.
Quando se trata da dimensão social do esporte competição, ouso afirmar que o mesmo, na atualidade, não existe sem alguma dose de ciência. Desde suas indumentárias, assim como seus objetos de treinamento e competição, passando pela influência ideopolítica e sua possibilidade de integração, emancipação e inclusão social, tudo é pensado cientificamente.
Concordo com Jorge sobre o risco que representa enfrentarmos uma pandemia que está matando milhares de pessoas no mundo inteiro, com as paixões e emoções próprias aos torcedores, sejam os de poltrona ou não. Apenas reforço que o esporte, seja o futebol ou qualquer outro, na sua dimensão de espetáculo, de rendimento, está completamente impregnado de ciência.
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