O duplo medalhista olímpico da Seleção Brasileira de Voleibol (Londres, 2012 e Rio de Janeiro, 2016 - prata e ouro respectivamente), Wallace Souza, de 32 anos de idade, foi entrevistado ontem pelo Jornal Folha de São Paulo.
Na oportunidade, o jornalista Daniel E. de Castro, fez duas perguntas, entre outras, e as respostas do jogador em relação às duas questões em particular: 1) Suas opiniões sobre política ganharam repercussão em 2018, após você declarar apoio ao então candidato à Presidência Jair Bolsonaro. Você sente que passou a ser cobrado por essas posições? e 2) Você tem uma avaliação sobre a política esportiva deste governo até agora?; foi motivo de comentário do professor, filósofo, Paulo Ghiraldelli Júnior, autor de várias obras, entre elas, uma que foi muito importante para os estudantes e professores de Educação Física na década de 80 do século passado - Educação Física Progressista: a pedagogia crítica social dos conteúdos e a educação física brasileira. (Edições Loyola).
Vídeo retirado do canal do professor no YouTube
No vídeo, o professor, que no meu entendimento está corretíssimo, faz crítica contundente ao atleta que até alguns meses atrás foi eleitor confesso do então candidato e atual presidente da república (em mínúscula, mesmo), jair bolsonaro (sempre em minúscula), e que diante da conjuntura nacional, promovida pelo seu candidato, se exime de prestar contas sobre sua posição política.
É incrível como nós temos atletas brasileiros completamente alienados. Não se posicionam politicamente - o que já se configura como um posicionamento - mas, quando fazem de maneira explícita, é sempre no plano conservador, e porque não dizer, reacionário!!!
E o posicionamento do Wallace torna-se mais emblemático ainda por conta dele ter sofrido, em 2012, em partida válida pela superliga, uma injúria racial ao ser chamado de "macaco" por uma torcedora mineira, e votar em um candidato declaradamente racista.
Se em 2018, ao declarar voto no bolsonaro, o minúsculo, Wallace perdeu a oportunidade de ficar calado; ontem, ele perdeu a oportunidade de falar.
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