Nós que estamos mais à esquerda do espectro político e que temos o esporte como um dos objetos de investigação, estamos contentes, imagino, com a posição da presidenta Dilma Rousseff frente à Medida Provisória 656 de 2014.
Essa MP, no seu artigo 141, concedia aos clubes brasileiros de futebol 20 anos para saldarem suas dívidas, refinanciando seus débitos com a União sem nenhuma contrapartida.
Ao vetar o artigo citado, a presidenta cumpre uma das suas promessas de campanha quando afirmava ter como objetivo do seu governo, reabrir o debate sobre a responsabilidade fiscal dos clubes.
É importante ressaltar que os clubes, em governos anteriores, inclusive do PT, obtiveram ajuda via REFIS I, REFIS II, TIMEMANIA I e TIMEMANIA II. Atualmente a dívida fiscal dos clubes de futebol gira em torno de 4 bilhões de reais.
Se a posição assumida pela presidenta foi, no nosso entendimento, uma martelada no cravo, o mesmo não ocorreu com a sua infeliz escolha em relação ao Ministro da pasta do Esporte. Ponto para a ferradura.
Sabemos que a escolha dos Ministros tem, para a presidência da República, uma conotação política mais do que técnica, visando a governabilidade. O que explica mas não justifica a indicação do mineiro George Hilton, deputado federal pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB).
Esse conseguiu a façanha de desagradar praticamente todos os espectros políticos. Dos setores do PT, passando pela base governista e chegando até a ONG Atletas pelo Brasil. E apesar dos esforços de todos, a presidenta confirmou o mesmo no cargo.
Já existem apostas fortíssimas de que ele será o primeiro ministro que cairá nesse segundo mandato de Dilma Rousseff que vem se caracterizando, assim como o primeiro, pelas ações que buscam conciliar os interesses antagônicos das classes sociais em luta.
Em um momento acerta no cravo e em outro, toca firme da ferradura.
Um comentário:
Posições, aliás adotadas em diversas ações para além da esfera esportiva. Estas conciliações preocupam demais!
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