Desde o dia em que a FIFA anunciou que também iria trabalhar com o voluntariado para a Copa de 2014, que este tema vem ganhando o lugar do debate. Uns são contra. Outros a favor. E outros tantos, nem contra e nem a favor, muito pelo contrário.
Brincadeira a parte, o fato é que este tema é realmente muito delicado. A ideia do trabalho voluntário para um evento que mexe com a casa dos bilhões, soa estranho para qualquer ouvido atento. No entanto, penso que devamos tomar cuidado com determinadas posturas a respeito do tema.
Refiro-me ao fato de não contextualizarmos as nossas opiniões discordantes. Dos que ouço falarem que são contra, parece generalizar sua contrariedade, como se todo o trabalho voluntário fosse algo absurdo, quando na verdade, não é bem assim. Senti esse clima quando na mesa sobre megaeventos esportivos que participei, no encontro nacional dos estudantes de educação física, falei que era a favor do voluntariado.
O voluntariado é uma bandeira cara a esquerda mundial. Cuba mesmo, um dos países referência desta bandeira, pratica o voluntariado no mundo inteiro, principalmente na área da saúde. Precisamos ter muito cuidado quando em alto e bom som, falamos que somos contra o trabalho voluntário. Não podemos jogar o bebê junto com a água do banho fora só porque, mais uma vez, o capital se apropriou de uma palavra cara a todos nós e a transformou em possibilidade de subtração de mais valor sobre as ações de homens e mulheres, que encaram esta empreitada com as maiores das boas intenções.
Devemos sim, condenar este tipo de voluntarismo que pratica a FIFA, que praticou o COI em Londres e praticará também aqui, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Este mesmo voluntarismo que alimenta ações do tipo "amigos da escola", da Rede Globo e tantas outras ações que a despeito de levarem a bandeira do exercício da cidadania, alimenta a sanha financeira de muitas corporações.
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