Esporte e "estupro"
O estupro é um ato de violência, com toda a certeza. E outros existem e assistimos passivamente, sem questionar. Pobreza, analfabetismo, fome, desemprego, etc, etc, etc. Pensando sobre isso com os meus botões, surgiu este rosto desfigurado de um lutador de MMA. Não estaríamos assistindo a um ato violento consentido, protagonizado, também, pela Rede Globo?
5 comentários:
NÃO! Definitivamente não, afinal não é só no MMA (ou qualquer outro esporte de contato) que os atletas se machucam, e com certeza não estão lá por obrigação, por mais estranho que nos pareça foi a escolha deles. Lutaram para chegar onde estão, treinam, se dedicam e amam o que fazem; Com certeza não concordariam com a questão aqui levantada.
Diante de tantas outras situações vivenciadas, tanto contra indivíduos como contra toda a sociedade, comparar um esporte (violento de fato) com práticas realmente abomináveis como matar milhares de pessoas desviando verba de hospitais dentre outras atrocidades seria no mínimo um equívoco.
Não. Isso jamais será caracterizado como um ato de violência. Isso se trata de um atleta altamente preparado e sujeito a esse tipo de acontecimento. Não é cabível julgar uma imagem dessa levando em conta o rosto desfigurado, uma vez que o lutador está preparado fisicamente a suportar isso e prosseguir na luta. Além de que existem profissionais da medicina atuando nesse meio com o poder de dar a ''permisssão'' pro atleta prosseguir no combate de acordo com a gravidade da lesão, como ocorreu nesse caso. Meu objetivo não é entrar nessa discussão de estupro. É apenas defender o esporte e tentar anular essa infeliz comparação!
Nada haver! Esse texto fala bem, um até consentido. O MMA é um esporte com regras e que todos os praticantes sabem muito bem o que estão estão fazendo, treinam para isso e vivem disso, não uma violencia inesperada e sem justificativa. Não vou entrar no caso do Big Besteira Brasil, mais comparar um esporte serio como o MMA á um estrupo é errado, e sem noção. Esse é um esporte serio que merece todo o respeito.
Venho tendo que responder aos que insistem em resgatar os principios marciais para justificar esta aberração. Pior, de quem a gente menos espera vem as maiores criticas (nem um pouco criticas). Não sabem eles que se existe alguma dimensão de marcial neste ato de violência, é infinitamente mínimo. Só os Romanticos- neste caso, no sentido pejorativo- defendem. Penso que o professor Felipe de Marta definiu bem: as filhas de Marte foram adotadas por Salus e Victória; respectivamente, Deus da saúde e Deusa da vitória. Neste caso, MMA, o que está em jogo é tudo aquilo que já estamos acostumados no esporte de rendimento. É Deusa Victória na veia!!!!
Só depois de postar acima que li os comentários dos colegas e me senti na obrigação de manter um diálogo fraterno, mas que trás elementos para pensar para além da aparência. Não dá mais para pegar informações - estilo esporte- de atletas preparados, que passaram fome, que ajudam sua família, que vencem na vida (minoria) para justificar o processo de alienação do esporte e, agora, da luta esportivizada que encontra no MMA sua máxima expressão. Sim! Podia ser qualquer outra luta. Sim!Podia ser qualquer esporte! Se ficarmos presos a análises que colocam o MMA, as lutas,ou esportes em uma lupa e o isola do meio, a conclusão a e chegaremos é que tá tudo lindo: a técnica, a raça, o sucesso, etc.
Precisamos analisar pela totalidade.
Com que objetivo um atleta fica com o olho como este de cima (podia ser qualquer outro exemplo)? Ele pode ser preparado como for; não me digam que este cara não terá lesões irreversíveis. É só acompanhar a careira destes atletas pós aposentadoria - coisa difícil já que sai da mídia- para saber o cem numero de lesões irreversíveis. À custas de que? Para atender a que interesses?
E antes que seja acusado - como já fui- de não ver lado bonito, subjetividade, valor de uso etc. nisso, reconheço que existe uma satisfação pessoal, uma qualidade, um valor de uso, um poder de superação.
O que os colegas parecem não querer enxergar é que com a universalização das relações mercantis, a Cultura Corporal também virou uma grande mercadoria e os trabalhadores tem sua força de trabalho cada vez mais explorada. Para mim, esta é a raiz da questão. Não se trata de gostar ou não de luta (tenho 13 anos de prática de Karate); trata-se de entender como isto que tanto gostamos foi levado a se tornar uma mercadoria. Trago, por fim, duas consequências disso:
1- Nem todos têm acesso;só os que tem o correspondente universal: dinheiro.
2- Os atletas cada vez mais se submetem à condições extremas em nome de valorizar uma marca: MMA, Pretoriam, Coca-cola, Nike, etc. É lógico que se valoriza no processo até por quê a sua força de trabalho é a mercadoria que leva as outras. Ainda assim, nem se compara com o valor que agrega para os que de fato engordam suas contas com estas lutas esportivizadas.E nisso desgastam sua única posse: sua força de trabalho. A tal ponto que com 35 anos - idade de ouro pra alguns- não serve mais para nada; nem para praticar a luta que tanto gosta.
Ou levamos em conta as categorias da critica à economia política – tão caras à Educação Física- ou nossas análises serão romantizadas!!!
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