sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tragédia da Fonte Nova: 4 anos atrás

Hoje completam quatro anos da maior tragédia do futebol baiano e por que não dizer, do futebol nacional: a morte de sete torcedores do Esporte Clube Bahia na partida válida pelo brasileiro da Série C. Na oportunidade o Bahia empatou com o Vila Nova em 0 x 0, resultado que levava o esquadrão para a Série B.

Na época o Esporte em Rede não existia. Eu alimentava um outro blog, o Movimento do Real e lá postei algumas considerações sobre o fato. Seguem abaixo, na sequência, as postagens da época.

POSTAGEM 1 (Tragédia na Fonte Nova)

Infelizmente, o que poderia ter si
do um jogo festivo, já que o Bahia com o empate de 0 a 0 com o Vila Nova de Goiás conseguiu ascender a Série B do campeonato brasileiro, acabou se transformado em uma catástrofe.


7 torcedores morreram e outros 60 se encontram em estado grave no Hospital Geral do Estado por conta do desabamento de parte das arquibancadas do anel superior da Fonte Nova.


O jogo já havia terminado e os torcedores comemoravam a subida do Bahia para a Série B do Brasileirão 2008 quando caíram de uma altura de mais ou menos 20 metros.

POSTAGEM 2 (Tragédia na Fonte Nova - Parte 2)

Quem são os culpados? Quem vai pagar pelos acontecimentos ocorridos no final da partida de ontem no Estádio Octávio Mangabeira, mais conhecido como Fonte Nova, quando no lugar dos gritos de alegria e de festa pela ascensão do Esporte Clube Bahia à Série B do Campeonato Brasileiro, tivemos choros e gritos de angústia e desespero por conta das vítimas do desabamento de uma parte da arquibancada?


Essas perguntas atravessaram toda a programação do “Se liga Bocão”, e do “Balanço Geral”, dois dos principais programas populares aqui de Salvador que vão ao ar todo meio-dia.

Importante salientar que todos os dois programas são ancorados por radialistas. Um, que atualmente trabalha nas transmissões esportivas pela transamérica e o outro, que já trabalhou por muito tempo como comentarista esportivo.

Todos os dois buscaram culpados pela tragédia que acabou sobrando para o Governo do Estado e o Superintendente da SUDESB (Superintendência de Desportos do Estado da Bahia), o ex-jogador do Bahia, Bobô.

Sem querer tirar as responsabilidades dos elementos citados acima, gostaria de pontuar o que considero ser importante. Em nenhum momento a imprensa esportiva baiana, que vive a incentivar os torcedores do Bahia para que encham a Fonte Nova, para que lotem o estádio e prestigiem o seu “esquadrão de aço”, se posicionou de forma crítica sobre os seus próprios atos.

Se a imprensa sabia dos laudos técnicos sobre a Fonte Nova que apontavam para uma reestruturação da mesma, por que incentivava tanto os torcedores a irem ao estádio? Por que ao invés disso, não esclarecia o torcedor sobre os riscos iminentes de uma lotação excessiva da Fonte Nova?

Agora a mesma imprensa que aplaudia os 50, 60 mil torcedores que iam à Fonte Nova torcer pelo seu time do coração, que enaltecia em todas as programações radiofônicas ligadas ao esporte o fato de em plena série C, o time do Bahia colocar uma média de mais de 30 mil torcedores por partida, apedreja o Estado, que diga-se de passagem não pode se responsabilizar em manter e construir uma praça esportiva para uma agremiação de cunho privado, seja ela qual for.

Mas isso é assunto para um outro comentário. Por ora, fica aqui registrado a necessidade da imprensa esportiva baiana fazer o seu dever de casa, registrando também, não a sua culpa, mas ao menos a sua parcela de responsabilidade no episódio.
 
POSTAGEM 3 (Implosão, não!!!)
 
Em minha humilde e em relação às opiniões expressas em um dos maiores jornais do norte e nordeste do Brasil, solitária opinião, sou contra a implosão da Fonte Nova e a favor de uma consulta pública sobre o destino da mesma, com amplo debate envolvendo setores organizados da sociedade civil.

Aos meus ouvidos não soou bem a determinação do governador do estado da Bahia de implodir a Fonte Nova. Caso ele queira implodir a casa dele, tudo bem, não tenho absolutamente nada com isso, mas implodir um patrimônio público sem consulta pública e amplo debate é uma posição, no mínimo, autoritária. Quero crer que a posição do governador se deva às pressões políticas e da opinião pública que ainda assim explica, mas não justifica tal atitude.

Lembro-me perfeitamente bem que em uma enquête levada ao ar pela TV Bahia, no sábado que antecedeu ao trágico jogo, mais de 60% dos telespectadores eram contra a implosão da Fonte Nova.

Precisamos acalmar os nossos ânimos e discuti de forma ampla e democrática, o destino deste estádio que é de todo cidadão baiano (capital e interior) e não do Esporte Clube Bahia. Estou profundamente sensibilizado com o ocorrido, mas não posso concordar, sem discutir com a população de uma forma geral, o destino que devemos dar, antes de tudo, a um patrimônio público. Penso, até, que é um bom momento para discutirmos as políticas de esporte e lazer do estado.

Fica aqui a minha opinião. IMPLOSÃO, NÃO!!! CONSULTA POPULAR E DEBATE AMPLO COM SETORES ORGANIZADOS DA SOCIEDADE CIVIL, SIM!!!

Um comentário:

Leandro de Assis disse...

Infelizmente quem morreu, morreu de graça