segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O imbróglio do direito de transmissão do brasileirão

Esta semana que passou foi pródiga em demonstrar o quanto o futebol está imerso em jogos de interesses diversos. Assuntos não faltaram. O cardápio esportivo pode ser aberto e o pedido feito ao gosto do freguês.

O São Paulo Esporte Clube, teima em ficar com a taça da bolinha. Sport e Flamengo são declarados, pasmen, campeões de um mesmo torneio. Os clubes e a televisão promovem um "campeonato" a parte, a disputa é acirrada, e o que menos se discute são os interesses dos torcedores e torcedoras deste imenso país.

Entre os componentes citados, a situação que mais expressa o que significa o fenômeno esportivo nos dias de hoje, indubitavelmente, é a relação entre televisão e esporte, especificamente o futebol, e embora o fato tenha eclodido esta semana, o seu germem vem do ano passado e começa com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e, por que não dizer, quando da eleição do senhor Fábio Koff, presidente do Clube dos 13 (C13), desafeto da figura por demais carimbada, o senhor Ricardo Teixeira. Este, mais a rede globo de televisão (leia-se Marcelo Campos Pinto, da Globo Esporte), protagonizaram um rico capítulo sobre política, economia e esporte.

No ano passado, o CADE (Conselhor Administrativo de Defesa Econômica), vetou o monopólio de transmissão do campeonato brasileiro pela Rede Globo, permitindo que todas as tvs nacionais entrassem na luta pelo direito de transmitir o torneio dos anos de 2012, 2013 e 2014, já que o de 2011 ainda pertence a Globo.

Entraram na briga, para peitar a Globo, a Rede Record e a Rede TV!. Junto com a Globo, está o senhor Ricardo Teixeira que, tendo o seu candidato, Kleber Leite, que também era o candidato da Globo, sido derrotado nas últimas eleições para presidir o C13, fez duas jogadas de mestre: 1) anunciou logo após o resultado da eleição que o Morumbi estava fora da abertura da Copa 2014 e b) entregou a Taça das bolinhas ao São Paulo Esporte Clube. A primeira atitude puni o São Paulo de Juvenal Juvêncio, principal articulador da eleição do Fábio Koff e a segunda joga o São Paulo contra o Flamengo, com a nítida intensão de rachar o C13 que, historicamente, é quem negocia os direitos de imagem dos clubes que fazem parte do seu plantel.

Dos times que compõem o C13, dois são fundamentais nesta celeuma capitaneada pelo senhor Ricardo Teixeria e Rede Globo, trata-se de Corinthians e Flamengo. Ambos nunca se contentaram com a fórmula utilizada pelo C13 na partilha dos direitos de imagem, alegando que tem maior audiência que todos os outros clubes da lista e que, portanto, teriam que ser tratados diferencialmente.

Quarta-feira, 23, o Flamengo deu um passo à frente para conquistar o que sempre sonhou: tratamento diferenciado. Junto com o Botafogo, Fluminense e Vasco, anunciou que negociará diretamente com as redes de televisão que tiverem interesses na venda dos direitos de transmissão do brasileirão do triênio 2012, 2013 e 2014, deixando de lado, portanto, o C13. O presidente da entidade disse não ser possível esse tratamento diferenciado, pois um jogo do campeonato envolve dois times (em parte, pois estamos observando que envolve muito mais do que dois times), lembrando também que pelo estatuto do clube não existe previsão de negociação em separado.

O fato é que a celeuma tá posta e somente os interesses dos clubes e das redes de televisão estão em discussão. Até parece que estas não são concessões públicas. O que cabe para o torcedor? Qual a dimensão da sua participação nesta decisão? Como podemos opinar? De que maneira podemos particpar deste debate? Os canais de televisão podem passar os jogos que querem e bem entendem?

Outras perguntas surgem: qual o real interesse da CBF pela Rede Globo de televisão? Por que esta tem um ágio de 10% em relação às outras redes de tv? Por que somente agora, depois de anos de "sofrimento" o Flamengo e o Corinthians, entre outros, resolveram peitar o C13? Como fica a dívida desses clubes com a entidade?

Acompanhemos o desenrolar dos acontecimentos, pois este jogo não tem somente 90 minutos. Teremos prorrogações e disputas de penaltis e, quem sabe, para felicidade de poucos que comandam o destino do futebol, que para muitos é apenas paixão, emoção e rede balançando, se o resultado ao final não atender os seus interesses, ainda resta o tapetão.

3 comentários:

Anônimo disse...

O FLAMENGO TEM QUE CAIR FORA URGENTEMENTE DO CLUBE DOS TRAÍRAS , CHEGA DE SUSTENTAR DIRETORES PARASITAS COM SALÁRIOS DE 50 MIL , CHEGA DE LEVAR NAS COSTAS TIMECOS NANICOS . E NO CASO TA TAÇA DE OLINHAS O CLUBE DOS TRAÍRAS NAO TEVE REAÇAO NENHUMA. O FLAMENGO TEM A MAIOR TORCIDA DO BRASIL E DO MUNDO , É A MAIOR AUDIÊNCIA DISPARADA, NAO PRECISA DO CLUBE DOS TRÍRAS PRA NEGOCIAR POR ELE

Heitor Jr disse...

Este foi o melhor post que lí sobre este assunto... Principalmente pelo tom imparcial. Os torcedores do flamengo e do corinthians(Adão e Eva no mundo do futebol), como sempre, acham que seus times estão um patamar acima dos outros só por conta do número de torcedores. A mesma baboseira. É notório que um jogo é realizado com dois participantes e não com um só. Vejo que os interesses particulares e articulações nefastas ao interesse alheios, estão sempre configurados como um câncer em nosso meio político e esportivo. Quero lembrar que todo time seu tem valor, não só os times citados acima possuem títulos. Reflitam...

Anônimo disse...

Este fato demonstra mais uma vez que o futebol é um jogo para alem das quatro linhas e que o poder econômico muitas vezes não só influi, mas também determina o resultado dos placares isto mostra que sim temos paixão pelos nossos clubes, mas não podemos ser ingênuos de não compreendermos que estas jogadas de bastidores muitas vezes são o que definem o resultado dentro de campo parabens professor muito bom debate e é dialogo que segue! ass Flávio sonaldo