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No último mês de novembro ocorreu na cidade de Cachoeira, na Bahia, um congresso internacional de Capoeira. Segue abaixo um texto produzido pelo professor Petry Lordelo, comentando o encontro. O mesmo além de ser docente e coordenador do curso de licenciatura em educação física da FAMAM, docente do curso de educação física da UEFS e da rede estadual de enino, também é capoeirista e estudioso desta luta
Segue o texto logo abaixo. Aproveito para agradecer ao professor a gentileza em disponibilizar o mesmo para este blog.
Entre os dias 18 e 20 de novembro de 2013, aconteceu no campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em Cachoeira, o I Congresso Internacional de Pesquisadores de Capoeira. Na ocasião, foi possível constatar muitos “Mestres” de/da Academia defenderem a espetacularização e mercadorização desta manifestação da cultura corporal.
Por exemplo, muitos chegaram a afirmar que "não há uma essência, uma verdade, uma tradição, uma história da capoeira. E sim, "várias"! Que nessa "roda" cabe tudo! Que a capoeira - a partir de uma interpretação pós-moderna da célebre frase/filosofia de Pastinha - "é tudo o que a boca come" e que das "bocas", sai! Que "capoeira não é luta, nem tampouco está inserida na luta de classes"; aliás, está última "não existe"! "Pastinha morreu à míngua, porque não soube "vender" - sem se “prostituir" - o seu produto". Até aula de capoeira EAD tá valendo, onde pra entrar na roda a gente abaixa no pé do computador...
Alguns, como eu, até tentaram entrar no debate, mas, assim como na maioria das rodas de hoje - diferentemente do que aprendi no Jogo de Angola - podaram a fala, ou se preferi, pra não fugir da mercado-lógica ritualística, "compraram o jogo"!
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Esse papo de consenso, de ecletismo desvairado, de porralouquice teórico-prática comigo não rola! Ou se é malandro, ou se é mané! Ou oprimido, ou opressor! Ou revolucionário, ou reacionário! Não dá pra ser como aquele garoto da música de Frejat e Cazuza que tinha por "ideologia" mudar o mundo e agora, na convivência/conivência harmônica, passou a assistir a tudo "de cima do muro"; na hora que o bicho pegar, ele vai tomar pau dos dois lados!
O fato é que muitos não entendem que essa não é uma luta apenas da/pela Capoeira, mas sim, pela humanidade! Eu só me surpreendo como estes conseguem jogar tão bem olhando pro próprio umbigo.
É muita técnica...
3 comentários:
Assino em baixo do texto do camarada Petry. E estou disposto a comprar este jogo/briga contra a expressão teórica atual do capital: a pós modernidade.
muito bom professor!!
já tentaram de várias maneiras destruir esta arte que fez parte da luta pela emancipação dos negros no Brasil. essa luta é nossa!
"Ou se é malandro, ou se é mané! Ou oprimido, ou opressor! Ou revolucionário, ou reacionário!"
Lendo esse texto hoje percebo o quão recheado de pós modernismo foi a disciplina que paguei sobre Capoeira.
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