A revista Carta Capital, a mais importante revista semanal brasileira da atualidade, na minha modestíssima e interessadíssima opinião, marca dois golaços com um só movimento.
Ao incorporar o ex-jogador de futebol Afonsinho ao time de articulistas da revista, para colaborar na coluna Penalti, ela não só mantém a tradição da coluna como faz justiça e homenageia o seu antecessor: o doutor Sócrates, que abrilhantava toda a semana enquanto fôlego teve para tanto e iluminava as mentes que enxergavam o futebol como algo restrito as linhas divisórias do gramado.
Assim como o doutor, Afonsinho (também médico) foi um lutador e fez do futebol uma arma de libertação e crítica social. Foi ele o protagonista na luta pelo passe livre. E isso, em plena vigência e recrudescimento da ditadura militar, em 1971. Também liderou a luta pelo pagamento aos jogadores de prêmios atrasados pelos clubes que passou.
Jogou no Botafogo, Flamengo, Fluminense e Santos. Tinha um visual provocador, subversivo para um jogador de sua época. Mantinha uma vasta cabeleira e cultivava barba. Seu estilo batia de frente com muitos técnicos, entre eles o Zagalo linha dura (vocês vão ter que me engolir!!!), que o impediu de atuar pelo Botafogo enquanto mantivesse seu gosto pelas madeixas.
Parabéns à Carta Capital. Tal qual um gênio da bola, marca dois tentos com um só movimento.
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