O jornalismo esportivo na semana da independência divulgou com empenho a polêmica declaração do presidente do clube de futebol atletico mineiro. No dia 06 do corrente mês, o senhor Alexandre Kalil disse em alto e bom som em entrevista a uma rádio que “os jogadores têm que se cuidar, sim. O Atlético não é brinquedo. E, se eles tomarem um cacete na madrugada, não vai fazer mal nenhum”. Em função disso, o mesmo será indiciado pelo Ministério Público mineiro e caso se comprove incitação a violência, o mesmo pode perder o seu cargo no clube.
O mesmo empenho não demonstrou a mesma imprensa esportiva e principalmente alguns canais de televisão sobre um outro acontecimento tão grave quanto o primeiro: a sonegação de impostos por parte da CBF. Poucos foram os órgão de imprensa que relataram o fato. A Folha de São Paulo informou que "A entidade foi acusada de usar verbas para bancar jornalistas, juízes e advogados e abater essas despesas no pagamento do imposto. A dívida se arrastou de 2002 a 2009, quando a CBF pagou a multa para não ser inscrita na Dívida Ativa da União e levar o caso a público."
E isso não é tudo, pois o rombo nos cofres públicos pode ser ainda maior, já que existem mais de 100 processos abertos contra a CBF pelo Ministério da Fazenda desde 2003. Mas a entidade não deve tá muito preocupada com a multa de três milhões de reais, pois somente neste ano, dos patrocinadores, a mesma vai faturar mais de duzentos milhões de reais.
Não custa nada lembrar que a CBF é presidida pelo senhor Ricardo Teixeira que também é presidente do Comitê Local da Copa de 2014 e que ironicamente receberá isenções fiscais na ordem da bagatela de R$ 900 milhões para beneficiar os seus parceiros junto à FIFA e seu comitê organizador do mundial de futebol.
Falando em mundial de futebol, um fato extremamente relevante, inclusive como jogada de marketing, foi a desnecessária implosão da fonte nova, aqui em Salvador. Os governantes e a própria imprensa esportiva se fizeram de cegos, surdos e mudos e não deram nenhuma visibilidade as ideias de quase vinte entidades da sociedade civil sobre a viabilidade da revitalização da fonte nova. Preferiram demolir a mesma e a inchar a grade de programação das suas redes com sentimentalismo baratos. "Foi ali que fiz o meu primeiro gol", "lembro quando o meu pai me levou na fonte nova...", "vai ficar saudades, pois guardo na memória os melhores Ba-Vi que assisti", e outras baboseiras.
O essêncial? Bota embaixo do tapete junto com a poeira da implosão, pois o ideal é despolitizar o acontecimento e sentimentalizá-lo. É a bola da vez do irracionalismo atuando no imaginário do telespectador. Mas duro mesmo foi ler uma fala do Bobô, afirmando que o acontecimento era "o renascimento do futebol baiano. A história não será apagada. Vi meus gols no telão agora e me emocionei. Estou muito feliz - disse Bobô".
Esperamos mesmo que a história não se apague e se lembre sempre que junto aos escombros da implosão segue um acontecimento que foi fundamental para o debate entre reforma ou implosão da fonte nova e sobre o qual a imprensa também silenciou nos últimos dias: a tragédia do dia 25 de novembro de 2007. Um bom momento, penso, para perguntar as autoridades: como andam as famílias vitimadas? E as vítimas? Terão elas os nomes lembrados no tal museu do futebol que vão construir? A idenização tá sendo paga ou ela sobrecarrega os cofres públicos?
5 comentários:
Professor. Suas postagens tem me ajudado muito. Obrigado pelo espaço. Estávamos precisando de um destes. Obrigado mais uma vez.
Caro professor. Não sei se o termo indignado cabe no meu comentário, todavia, o termo "confuso", este é prpriedade minha e não abro mão.
Concordo com relação às vítimas mencinadas; discordo quando critica a manifestação de sentimentalismo das pessopas com relação à demolição da Fonte Nova. Cadê o conservacionismo cultural que caracteriza as pessoas dotadas de sentimento histórico, próprio do ser pensante, onde está ai a bobagem?
É a favor do remendo? remendar o ultrapassado e o ineficiente não seria uma prática nostálgica burra?
Que tal o novo e moderno numa era de tecnologia avançada e modernidade na arquitetura contemporânea. Estamos num estado que procura sair do buraco negro da incompetência política dos nossos antepassados e ainda pensa em remendo!...Ariba muchacho!!!!!!!!!!
"Que tal o novo e moderno numa era de tecnologia avançada e modernidade na arquitetura contemporânea(sic) (...) Ariba muchacho!!!!!!!!"
kkkkkkkkkkkkkkk...(risos)
Desculpem...mas...não me contive!!!
Amplexos...ou melhor, "hasta la vista, baby"
hahahahahahahaaaaaaa =)
José. Obrigado pela sua participação. Veja bem. Modernizar não implica implodir. Você pode fazê-lo dentro das estrutura existente. Foram mais de 17 entidades organizadas, que tem relação direta com essa questão que se posicionaram contra a demolição. Outros estádio no país serão modernizados tomando como ponto de partida suas próprias estruturas. Por que aqui na Bahia, tinha que ser diferente?
Parabéns Profº Welington pelas postagens. Acredito que a sociedade baiana necessita de grandes informações, como estas que estão em seu blog. Parabéns!!!!
Postar um comentário