sábado, 14 de agosto de 2010

Imagem esporte clube

Quando o ex-técnico da seleção brasileira, Carlos Caetano Bledorn Verri, mais conhecido como Dunga, assumiu a seleção brasileira no ano de 2006, o objetivo maior era promover um retorno da imagem de uma seleção aguerrida, briosa, cheia de garra e de vontade de vencer, elementos que pareciam ter faltado à seleção de Carlos Alberto Parreira, que mais parecia está em um parque de diversão nos dias de treinamento. A missão do então novo técnico Dunga era mexer com os brios de uma seleção que parecia ter estado sem comando, dispersa e desatenta durante todo o torneio da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Era preciso montar um time competitivo e vencedor. E o jogador Dunga, que levantou a taça do tetra em 1994, era a encarnação desta imagem.

Com o fracasso da seleção brasileira na última Copa, na África do Sul, todos os elementos que antes eram imprescindíveis para a seleção canarinho sagrar-se campeã, se voltaram contra ela. O parque de diversão da seleção de Parreira transformou-se em quartel general. A imagem austera, comandada pelo "general" Dunga estava presente. Nem mesmo os jornalistas brasileiros tinham acessos privilegiados. Até mesmo os profissionais da Rede Globo, que sempre tinham ligação direta com os selecionados, foram barrados no baile.

A imagem da seleção estava sendo desgastada pelo excesso de rigor e disciplina e isso vinha se expressando em campo e fora dele. Nos gramados, uma seleção sem surpresas, sem genialidade, extremamente previsível. Fora, um técnico desprovido de qualquer senso de responsabilidade, ao ponto de pouco se importar com o que falava nas entrevistas coletivas oficiais que era obrigado a dar. Só mesmo um título mundial faria a imprensa nacional engolir, à moda zagalo, tanto destempero. Mas ele não veio e a imagem que ficou foi de uma seleção truculenta, à moda Felipe Melo.

Eis que esta semana jogou a seleção brasileira. Técnico novo. Novo time e novas estratégias para cuidar da imagem da seleção brasileira. E parece que está dando certo. Ouvir alguns comentários de algumas pessoas do tipo "recuperei o gosto de ver a seleção jogar". E realmente a seleção jogou muito bem fora e dentro de campo, extremamente de acordo ao script montado pelos marketeiros de plantão para recuperação da sua imagem.

O primeiro ato para aproximar o selecionado do povo brasileiro foi a convocação dos meninos da vila. Distribuição de autógrafos, sorrisos para todos os lados, conversas com os fãs e entrevistas para os jornalistas foram outras ações necessárias. O próprio Ricardo Teixeira foi quem aconselhou o grupo para tal atitudes que somadas ao presente recebido por Alex Escobar, jornalista destratado ao vivo e a cores pelo ex-técnico Dunga em entrevista coletiva após o jogo contra a Costa do Marfim, pretende colocar uma pá de cal na imagem deixada pela chamada Era Dunga, seja lá o que isso signifique.

Mas essa questão da imagem não fica restrita aos gramados e nem tampouco, circunscrita a aparição na mídia. Muitas vezes para preservar uma imagem, é preciso ocultá-la. É o que parece está fazendo o nosso Felipe Massa. Depois da corrida de fórmula 1 da Alemanha, onde o mesmo protagonizou uma desacelerada exigida por sua equipe Ferrari em benefício do seu colega de escuderia Fernando Alonso, ele tem evitado aparições públicas e as diferentes mídias. Há quem diga que a estratégia foi imposta pela própria Ferrari, tudo em nome da imagem da equipe.

Um outro que parece está com sua imagem de vencedor abalada é o técnico Luiz Felipe scolari. São seis partidas sem vencer à frente do Palmeiras. Segundo o sítio Máquina do Esporte, "O patrocínio a qualquer personalidade ligada ao futebol, concordam especialistas, está condicionado aos valores e à imagem do patrocinado".

Ainda no próprio sítio, o especialista em indústria do futebol, Oliver Seitz, opina que "Se ele ficar dez ou 15 partidas sem ganhar, não dá para manter a imagem de vencedor que angariou nos últimos anos". E se isso acontecer, enfatizamos, os patrocinadores irão buscar outros lugares para investirem seu capital.

8 comentários:

Anônimo disse...

Li suas ponderçöes, säo pertinentes,mas sinto falta de consideraçöes sobre o acidente nas arquibancadas,os culpadas,os omissos e principalmente:-como estäo os familiares das vitimas?
Bjs, RSampaio

Welington disse...

Olá, RSampaio. Não entendi direito seu comentário. Vc deve está se referindo a um postagem antiga sobre a Fonte Nova. É isso? De qualquer forma, fica como uma sugestão de pauta. Obrigado.

Anônimo disse...

Yes. Bjs.
RSampaio

Adriano disse...

É, realmente a imagem está diretamente ligada ao que um esportista é e representa, ou seja, qualquer queda de rendimento representa, consequentimente, desaleceração de patrocínios e tudo mais. De um lado, acho correto, ora, como torcedor de determinado time, não gostaria que um treinador ficasse ali somente pela sua imagem, mas pelo que ele faz naquele momento. Agora, essa questão de patrocinio influencia demais, mais do que deveria, hoje existem times que jogam na retranca só por medo de perder e com isso perder os patrocínios, é um absurdo. Um futebol geneticamente artistico e ofensivo como o nosso se acomodar com isso.

Anônimo disse...

Boa análise professor! Contudo vou trazer outras questões que antecedem a esta problemática da era "Dunga" e agora "Mano". Percebo que a seleção brasileira, assim como qualquer órgão de grande representatividade nacional necessita ter um planejamento concreto e princípios claros que devem estar acima de interesses e opiniões pessoais. Por exemplo: Se o planejamento era recuperar a imagem da seleção com Dunga, Dunga fez! Convocou atletas que são responsáveis profissionalmente, vestiram em todos os jogos a camisa da seleção como prazer e dedicação, contudo foi visível não estavam em suas melhores fases. Há então era para convocar os craques do momento... Na véspera da Copa??? Claro que não... tivemos jogos amistosos antes, ali era para eles terem sidos convocados e testados. Se os atletas da lista de Dunga não estavam bem (lesionados, reservas), que iria substituí-los naquele momento? Poucos haviam sido testados. Isso significa FALTA DE PLANEJAMENTO! Outro erro, A CBF já deveria saber quem seria o treinador do Brasil após a Copa, Dunga ou outro qualquer independente do resultado do evento. Ou cadê o planejamento a longo prazo. A Copa acabou e saíram desesperadamente atrás de outros nomes.. sem ao menos terem feito um pré contato com estes possíveis nomes com antecedência. Se Dunga ganha será que não continuaria?? Cadê o tal planejamento?? Um cargo tal importante deve ter suporte de uma comissão de técnicos (eles devem debater planejamento e o caminho a seguir). Todos já sabiam que em 2014 a Copa era no Brasil, por que não garantir a jovens talentos a maturidade de uma copa e garantir o que a Alemanha, Holanda garantiram... jovens promessas destes países estarão potencialmente prontos em 2014. Por fim como sempre... neste dia nesta copa mo Brasil, a masi difícil ods últimos tempos (Espanha, Alemanha, Holanda fortes como nunca e o Brasil pressionado como sempre) estaremos todos em uma mesa de bar, com a mesma paixão, torcendo para que o TALENTO do Brasil supere como sempre a tamanha desorganização do futebol brasileiro e o "achismo" que impera o pensar do futebol.

Saudações a todos

Jaderson Barbosa

Eduardo Falcão Fróes disse...

Professor, um grande abraço. Admiro muito seu trabalho e tenho muito orgulho de ter sido seu aluno.

Anônimo disse...

Gostei do "futebol geneticamente artistico e ofensivo". Interessante!

Amplexos!

Anônimo disse...

Veja o vídeo com este texto no You tube e compartilhe o link:


http://www.youtube.com/watch?v=W01eDzUR1-o

Narração: Carlos Almeida

Amplexos!