O Comitê Olímpico Internacional, na última sexta-feira, dia 02 de outubro, sem dúvida alguma, fez história ao escolher a cidade do Rio de Janeiro como sede dos jogos olímpicos de 2016. Será a primeira vez que este grande evento esportivo se realizará na América do sul.
Quem vem acompanhando este blog desde a sua primeira postagem, dia 19 de abril do corrente ano, sabe do nosso posicionamento sobre o esporte de maneira geral e, especificamente, sobre a realização dos jogos aqui no Brasil, tanto a Copa do Mundo como, também, as Olimpíadas de 2016. Fomos contra.
Esta posição não cabe mais. A realidade histórica exige de nós um outro posicionamento. Mas este posicionamento não se pautará em uma perspectiva otimista ingênua tal como está aparecendo nos jornalismos de uma forma geral, com raríssimas exceções. Não estamos esquecidos de que as mesmas pessoas que estavam a frente do Pan-2007 e que até hoje não pagaram a conta – “São R$ 20 milhões, até agora, que o TCU cobra devolução aos cofres públicos, sem explicações claras sobre o seu uso. E há mais uma dezenas de processos para serem julgados...” (José Cruz) – estão também responsáveis pela organização dos Jogos para 2016.
Nada nos leva a acreditar que será diferente. Pessimismo? Não. Pessimista é o otimista mal informado, diria o sociólogo Chico de Oliveira. O que somos é realista. E essa posição realista não é fruto de nenhum tipo de “complexo de vira-lata” que, ao menos para o Presidente Lula, já ultrapassamos, mas baseada em fatos reais, como o citado acima.
E não estamos sós. Jornalistas sérios e conhecedores das entranhas do “mundo do esporte” como o jornalista Juca Kfouri e José Cruz comungam com esta ideia. Um outro jornalista, Flávio Prado, da JovemPan, faz parte também deste seleto e raro grupo. Ele afirma que para as Olimpíadas de 2016 é necessário “pessoas de confiança, de boa índole para administrar as finanças, já que até agora a verdade não foi revelada sobre a verba dos jogos Pan-Americanos”.
O Tribunal de Contas da União também está com a gente. Veja o que diz o seu relatório de julho deste ano sobre os equipamentos utilizados nos Jogos do Pan.“Quanto aos condicionadores de ar, a empresa Fast apresentou novos elementos, inclusive cópia das notas fiscais que demonstram a aquisição de todas as unidades contratadas. É, portanto, bastante verossímil a hipótese de que os equipamentos existam fisicamente. O que não se entende é o motivo pelo qual não houve ainda a sua apropriação pelo Ministério do Esporte, já que este não demonstrou até hoje perante o Tribunal, sua anexação ao patrimônio do órgão ou dos entes a que serão destinados.Dos 1.628 equipamentos de ar-condicionado adquiridos, 813, ou seja, metade, sequer foi instalada,por desnecessária. Trata-se de evidente desperdício de dinheiro público”.
Esses são alguns elementos que nos fazem “pessimistas”. Ainda não fomos tocados pelo fenômeno das lembranças efêmeras. Achamos incrível o fato de quanto mais o tempo passa, quanto mais a história demonstra a incapacidade de determinadas pessoas e grupos gerenciarem o dinheiro público para as coisas públicas e realmente relevantes no momento atual, seguimos acreditando que tudo será diferente, sem nenhuma prova factual deste mesmo grupo. Simplesmente acreditamos e... ponto. Já cunharam até a frase "o brasileiro não desiste nunca!".
O Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro nem conta prestou à sociedade depois do Pan. Foi ao Congresso Nacional e no momento da sabatina alegou ter um compromisso muito sério, inadiável, deixando os parlamentares e os brasileiros a ver navios. Nenhuma prestação de contas da utilização do nosso dinheiro, um desrespeito completo para com a República. Você lembra disso? Ou já foi tocado pelo fenômeno das lembranças efêmeras?
O nosso Ministro dos Esportes nos quer fazer acreditar que o que faltou no Pan foi planejamento. Sei, sei...Marx, em 1848, já tinha descoberto que o Estado Moderno é o executivo da burguesia e nós, em pleno século XXI, acreditando em Papai Noel, Gnomos e nas boas intenções do Nuzman.
Só para registrar, a Folha de São Paulo, hoje, traz a seguinte matéria no caderno de esporte: "Olimpíada-2016 tem a primeira rusga" e complementa "Ministério do Esporte e COB expõem divergências ao falar sobre como transformar o país em uma potência esportiva".
Parece que o problema de planejamento só está começando
14 comentários:
04/10/2009 - 20h10
[b]Para Lula, discutir transparência de gastos 'diminui papel do Brasil' para 2016[b]
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo, em Bruxelas, que questionar a transparência dos investimentos previstos para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, é um argumento para diminuir o papel do Brasil.
"Eu acho que ficar com esse argumento agora, que eu já ouvi algumas pessoas dizerem, seria colocar o Brasil outra vez no papel pequeno que alguns querem colocar todo santo dia. Certamente o povo brasileiro saberá fiscalizar o uso do dinheiro", afirmou o presidente a um grupo de jornalistas.
Perguntado pela BBC Brasil sobre como o governo pretende garantir a transparência, Lula respondeu: "Garantindo. Primeiro com o simples pressuposto de que as pessoas são honestas até que provem o contrário".
"É uma Olimpíada que vai ter fiscalização de comitê internacional, de comitê nacional, de Tribunal de Contas, de Controladoria", disse.
Lula ainda afirmou que para assegurar que as mudanças realizadas para os Jogos Olímpicos deixem um legado para o Rio de Janeiro e seus cidadãos, o Brasil deve "acompanhar com um olhar de lupa" a evolução de outras cidades que já sediaram Olimpíadas e "aprender com a História".
"Nós precisamos de ensinamentos para que a gente construa uma grande Olimpíada, para que a gente permita que o legado que fique seja utilizado corretamente para o Brasil se transformar numa grande potência e não ter retrocesso".
O presidente disse que sua maior preocupação agora é dar início aos trabalhos necessários para que o Rio esteja pronto para sediar os Jogos em 2016.
"É importante a gente fazer as coisas com muita antecedência, porque vai ter muito trabalho", disse o presidente, que no entanto afirmou que "80% do que for feito para a Copa do Mundo de 2014 servirá para a Olimpíada".
Lula também elogiou toda a equipe que trabalhou na candidatura do Rio e destacou o papel da diplomacia brasileira na campanha olímpica que, segundo ele, "é como ganhar voto na Câmara, no Senado, no sindicato".
"A vitória do Rio foi uma vitória de todo mundo. Isso não é um mérito de uma pessoa, é um mérito de uma nação e de milhões de pessoas que trabalharam direta ou indiretamente", afirmou.
Acordos Lula está em Bruxelas a convite do rei Alberto II, com quem mantém na segunda-feira um encontro privado seguido de almoço no Palácio de Laeken.
Neste domingo, o presidente se reuniu com o primeiro-ministro belga, Herman Van Rompuy, no Castelo de Val Duchesse, onde ambos acompanharam o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, e seu homólogo belga, Yves Leterme, durante a assinatura de acordos bilaterais para intensificar a cooperação em política, cultura e logística portuária.
Um dos acordos assinados determina que as contribuições previdenciárias feitas por brasileiros que residam na Bélgica sejam reconhecidas pelo governo do Brasil caso estas pessoas regressem ao país. A medida também é válida para belgas que trabalhem no Brasil.
Na segunda-feira, Lula também participa do encerramento de dois seminários que contam com a participação de empresários brasileiros.
O presidente afirmou que pretende conquistar investidores belgas com as "extraordinárias possibilidades" que o Brasil oferece com os preparativos para a Copa de 2014, as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), a exploração do petróleo no pré-sal e, agora, a Olimpíada de 2016.
Prezado Welington,
primeiro me coloco na trincheira dos que não concordam com as olimpíadas 2016 no Rio. Se discordar é ser contra, então eu sou e ponto. Porém, penso que parte dos comentarios e análises publicizados esta semana trabalham com o "metro" do COB/ME, ou seja, quase sem querer passamos a dividir a humanidade entre aqueles que são contra e aqueles que são a favor. Penso que há mais água correndo em baixo desta ponte. Meu não acordo - e penso que também não estou só - diz respeito a prioridades de ação do Governo na definição de políticas públicas para a área e para o conjunto da chamada área social. Fosse um evento que andasse com as próprias pernas - regulado pelo mercado como sonham os mercadófilos - menos mal. Mas não é isso que ocorre. O Brasil continua sendo exatamente o que a seu respeito disse o Historiador Hobsbawm: Um dos países mais injustos do planeta. Parte da riqueza aqui produzida deveria ser revertida para políticas de educação, saúde, seguridade, etc. Isso não acontece pelo poder dos que mandam de fato. Não é possível atender a demandas sociais e manter o lucro absurdo das corporações, dos bancos, dos capitalistas. Assim como não é possível realizar mega eventos - Copa e Olimpíadas - sem tirar uma lasquinha da viúva, não é? Este é o segundo ponto de desencontro das análises feitas. Insistimos em tratar o esporte como fenômeno social (e, portanto, histórico) quando os COBistas já o tratam, há muito, como negócio. Eis a questão a se perguntar a todos que são a favor: este negócio será bom pra quem mesmo? Sabemos o quão lucrativo tem sido estes eventos de massa e, como também sabemos, se há lucros este não pode ser partilhado (se não deixa de ser o que é). Concretamente significa que de um lado estão os que lucram e de outro os que bancam, os que nada tiram exceto uma onírica idéia de que os esportes sublimam as grandes fraturas sociais...Como negócio sabemos que o Estado agirá sempre como gerente dos interesses da classe que domina material e ideologicamente. Logo, vai sobrar pouca coisa sim pros tupinambás. Umas frentes de trabalho aqui, uns bicos aculá, ums oportunidades pontuais cujos bônus (inclusive o financeiro) haverá de se desmanchar antes de se tornar sólido. Vai dá pouco pro agora e sobrar nada pro amanhã, como sempre. Por fim, o que fazer? Penso que há uma longa jornada pela frente para o conjunto dos que lutam sim pelo esporte - com um pequeno detalhe, esporte para todos, independente das medalhas que daí poderemos ganhar. A começar fazendo justo o que os COBistas não querem: tornando pública toda e qualquer informação a respeito da contenda - eles fizeram no PAN e farão agora de tudo para que ninguém saiba de nada; Segundo, acumular força nosentido de fazer com que setores organizados da sociedade - sim, isso ainda existe! - cobrem do governo que dinheiro público deve ser utilizado no setor público (como as Olimpíadas são da esfera privada, pensemos o que será que acontecerá se a viúva decidir não bancar a nagociata); terceiro, como professor que somos, transformar este fato concreto em conteúdo de aula, tratá-lo pedagogicamente sem preconceitos e sem primazia do ideológico sobre o lógico, que significa dizer, tratá-lo como é (de fato)e não como gostaríamos que fosse. Até 2016 vamos formar umas duas gerações de professores. o que pensam e o que pensaram à época é algo que me preocupa. Ao final temo que diremos, como no poema de Brecht, "agora que se foram os bárbaros, o que será de nós sem os bárbaros?"
Cláudio Lira
"A ficção consiste não em fazer ver o invisível, mas em fazer ver até que ponto é invisível a invisibilidade do visível". [Michel Foucault]
Não posso deixar de me colocar, de expor minha fala. Permitam-me evoluir nas discussões concordando com as colocações. Evoluir no sentido de ir além do debate que se instaura a partir da nomeação do Rio como sede das Olimpíadas de 2016. Já não bastasse a Copa de 2014, agora a Olimpíada.
A partir daí, sem querer me alongar, pergunto: O que podemos fazer? Quê posições ou quais posições podemos tomar?
Há um certo senso comum, um fervor inebriado de estoitices estapafurdias retroalimentando um certo senso comum global, de Rede Globo mesmo que mais do que nos apavora, nos dá ansia de vômito!
Temo pelo que há de vir. Nos próximos longíncuos anos. Temo uma exarcerbada apelação em torno da esportitivização da da sociedade como um todo, o mito do campeão, do herói, a lógica da seletividade e consequentemente da exclusão desconsiderando as "dimensões sociais do esporte" enquanto fenômeno da cultura humana. Temo o poder do discurso "raso", fragmentado da aptidão física, exercício físico e da saúde escondam ainda e cada vez mais os problemas de fundo. Temo "o que antes era da sociedade disciplinar de Foucault e hoje é da sociedade de controle de Deleuze" onde convivemos, vivemos e nos movemos, porque "nela fomos gerados", uma sociedade dita "do Conhecimento" mascarada em uma sociedade "das ilusões" dado aos discurso alienantes predominante hoje na sociedade contemporanea.
Lembrando o tão atual Marx "Conclamar as pessoas a acabarem com as ilusões acerca de uma situação é conclamá-las a acabarem com uma situação que precisa de ilusões" conclamo aos colegas a dispeito de um projeto histórico de homem e de sociedade que acreditam em uma formação omnilateral do ser enquanto sujeito histórico, portanto, autor de sua própria história, a persistirem em suas posturas e posicionarem-se de forma críticas sedimentadas e fundamentadas em defesa da Educação, Saúde, Moradia, Trabalho, Lazer com suas respectivas políticas públicas afim de que, de forma equanime, não faltem bolas em escolas do interior do maranhão, nem do piauí ou até mesmo na escola onde eu leciono, como tem faltado por sinal tais bolas, por conta de uma priorização na espetacularização do esporte e em seu uso, mais uma vez, alienante, demonstrando-nos estes que assim o fazem o agir em função de desvios de prioridades.
Diz Brecht em seu poema "Resolução" que apontemos para eles os canhões e as armas, TEMAMOS MAIS A MISÉRIA (da dominação e da alienação que nos acotovela e ameaça) que a morte de nos sujeitarmos a "certas coisas".
Jesus chorou por seu amigo Lázaro. Lula chorou pelo Rio 2016. Quem chorará por nós?
Lula diz que precisamos aprender com a história e ao mesmo tempo afirma que todos são honestos até provem o contrário. Mas a história não já deu provas suficientes sobre esse grupo que está a frente do Rio2016? Se olharmos para o retrovisor veremos o Pan2007, que tantas coisas dizem sobre quem são essas pessoas que estão gerenciando o Rio2016.
Prezado Mestre,
Vou trocar meu nome de A-gnello para A-gnomus para ficar mais atualizado para os eventos.
Com relação a experiência com os Jogos Pan-Americanos do Rio lembro-me de uma frase de um autor que tenho procurado ler principalmente porque tem sido utilizado constantemente como referência pelo Prof. Dr. Em Educação Física, Prof. Walter Bracht, que é o Zygmunt Bauman quando o mesmo diz:
“A verdade que torna os homens livres é, na maioria dos casos, a verdade que os homens preferem não ouvir” (BAUMAN, 2001, p. 26).
Se os Jogos do Pan representaram uma lição, porque será que não aprendemos nada com eles haja vista a nomeação do Rio para a sede das Olimpíadas de 2016!
Os gastos? A extrapolação do orçamento? Os desvios de prioridades? Quem está ou quais estão a frente dos projetos Rio 2016? As mesmas figuras do Governo e do COB. Que essa semana já começaram a se degladear, cada um querendo para sí o direito de fazer o "bolo pra festa"!
Se depender de minha prática docente o viés está posto!
Como diz o Bauman, acho que preferimos, ou que muitos preferem (a sociedade alienada como um todo, dado aos desvios de prioridades) a não ouvir certas verdades!
Abraços a todos!
Carlos Almeida - Professor
Educação Física
"Generalista radical", "pessimista"!...esses foram alguns dos apelidos carinhosos que recebi de alguns colegas de trabalho, que entre um desses expedientes do dia a dia ,comemoravam euforicamente a notícia das olimpiadas de 2016!
Na tentaiva de alertá-los um pouco sobre o que realmente acontece por trás dessa festa toda, um intenso debate se formou...
conversa vai...conversa vem...e nada...
O povo é tão alienado que mesmo vendo o desastre de educação, saúde, segurança, etc. e ainda sabendo o quanto de dinheiro é roubado todos todos os dias dos cofres públicos em nosso país, preferem acreditar nessa historinha da carochinha de crescimento de "alguma coisa" com a copa e as olimpíadas.
Fico indignada com a burrice do povo, que mesmo tendo acesso a verdade, prefere fechar os ouvidos e deixar tudo como está.
Diante de tudo isso me sinto na obrigação de fazer algo que colabore para a transformação dessa realidade. Se já não der mais tempo de reeducar os que já estão bem grandinhos, pelo menos posso tentar educar da maneira correta aqueles que ainda estão crescendo ou que ainda vão nascer, e através da educação física na escola torná-los sujeitos capazes de conhecer a verdade, refletir sobre ela e transformar o que for necessário.
Carol. Sua intenção é muito boa. Mas observe. Você fala que o povo tá alienado. Isso é verdade. Aliás, todos nós, mais ou menos, sofremos esse processo de alienação, pois vivemos em uma sociedade em que é necessário que a alienação exista para poder subsistir o sistema metabólico do capital. A alienação é um produto da sociedade capitalista. Não é uma coisa que se tira e se bota nas cabeças das pessoas. Portanto, é importante sim, educar os jovens, as crianças e, também, (não desistamos) os adultos, mas para que isso tenha um efeito objetivo, é necessário atacar o sistema como um todo que projeta nas nossas consciências uma realidade ilusória. Precisamos combater o capital e todas as suas práticas seja na escola, na família, com a clareja de um outro projeto histórico de sociedade: a sociedade socialista como ponto de apoio e ruptura para o comunismo. Sei que essas palavras tem um peso ideológico, pejorativo muito grande, pela próprio história que nos ensinaram sobre ela. Precisamos portanto conhecer a lógica histórica, concreta do projeto comunista de sociedade para poder combater o capital no interior dos seus organismos, como a escola. Somente desta forma retiraremos as ilusões e construíremos, na prática complexa e contraditória, uma sociedade emancipata. É ilusão, mesmo com as melhores das intenções, esclarecer as pessoas sobre a sociedade sem pensar na destruição do modo de se produzir a vida em que estamos assentados.
Incrivel, mas é verdade. Não consigo entender, como as pessoas ainda comemoram esta atrocidade. Um dia na Faculdade, li um texto cujo o era: Futebol, o ópio de um povo. Hoje vejo que não é mais o futebol, e também não sei mais responder o que é. Sou professor da Escola Pública, e é difícil discutir um texto sobre este tema com os nossos alunos e nossas alunas. Parece que eles e elas estão em um estado de letargia tão intenso, que não conseguem fazer uma reflexão acerca do problema. Não são capazes de definir se a prioridade é Educação e Segurança ou Copa do Mundo; Saúde e Emprego ou Olimpíada..., as nossas escolas estão cada dia mais precarizadas, assim como hospitais, postos de saúde, etc. Enquanto isso, os Conselheiros da Petrobrás, ganham a bagatela de R$72.000,00(setenta e dois mil reais por mês), isso mesmo, por mês, e é por isso que nõa querem a CPI da mesma. A pergunta é: onde está a sociedade civil organizada? Onde estão os estudantes? Onde estão os trabalhadores e trabalhadoras deste país? Sem dúvida alguma, agora só nos resta ficar de olho no dinheiro, porque com as mãos eles já estão.
Atenciosamente,
Delsuc Machado
Professor Especialista
Rede Pública Estadual da Bahia.
O esporte, independente do seu uso, sempre terá espaço dentro da EF. Ensina-lo, desde sua origem historica, suas regras, tecnicas e táticas, nada mais é que disponibilizar aos nossos alunos todo o conteúdo histórico formado acerca dessa manifestação da cultura corporal.
Para além do esporte devemos sim pedagogizar os seus efeitos e como ele tem sido usado na historia enquanto formação do corpo e de indivíduos, como tem sido ferramenta ideologica e como se dá o seu acesso e a quem ele melhor atende enquanto aos motivos já citados.
Ao questionar e posicionarmos contrarios a realização da Olimpíada e da Copa, não estamos contra a vantagem ou a maravilha de se ter em nosso solo um evento de tal magnitude.
Não é fechar os olhos para o que de bom isso trará ao nosso pais, àqueles que poderão usufruir de perto - já sabemos quem - esse evento.
O que estamos criticando e tomando posicionamentos contrarios é em relação ao reais motivos pelos quais a olimpiada se faz aqui, sobre como as consequencias, algumas ja vividas anteriormente no PAN, serão esquecidas no bojo do espetaculo esportivo ou como serão os bastidores politicos do desvio de dinheiro, do descaso com a educação e a saude.
Não nego o Esporte enquanto conhecimento, enquanto pratica, ou cultura corporal. Todos devem usufruir ao maximo desse fenomeno. Mas vemos que na realidade as coisas não são assim.
Portanto, mantenho meu posicionamento contrario as olimpiadas, pois os verdadeiros "messias" nos dizem que esses eventos serão a panacéia brasileira de amplo progresso e desenvolvimento popular.
Só tá faltando a participação do Professor Elson Moura. Aprendi muito com os comentários dos participantes.
Larissa
Engraçado...a mídia televisiva esses dias só mostrava que o Brasil ficava atrás (na américa do sul) de países como: chile, argentina e uruguai!!
Pq sera que não mostraram a venezuela com índices melhores que o do Brasil???
Se nao fosse por essa chamada do blog de welington...estaria comendo mosca, esperando o papai noel entrar pela janela e procurando alguns gnomos embaixo da escada.
Abracos.
Ola Welington e demais colegas (especialmente Larissa).
Uma honra ter sido convocado a me posicionar. Estive meio afastado mesmo (por conta das demandas).
Tanto é que, mesmo tendo que acordar 5 da manhã, postarei esta mensagem agora, 00:14.
Por conta do horário postarei sem ter lido as anteriores (e olhe que vi acima gente qualificada). Com mais tempo leio e vejo se posso melhorar.
Não me posicionei aqui, mas em outra lista coloquei minha opinião contrária aos jogos por conta de não ser esta nossa prioridade. O PAN, que serviu de vestibular para as Olimpíadas (palavras dos organizadores), mostrou que o legado deixado beneficiou um mínimo da população. Se trata de dinheiro público, portanto o público deve ser beneficiado. Um concurso público não tem que ser aberto por conta de ser patrocinado com dinheiro público?!? Então! Mesma coisa.
Para além disso, cabe questionar a quais interesses esta dimensão do esporte (de rendimento) esta a serviço. O Hildebrant quando coloca o sobrepujar e a comparação objetiva como sendo elementos centrais do esporte já responde.
Então retomo minha pergunta: é esta nossa prioridade?
Porém , meu posicionamento em outro espaço foi o daquele que já pensa a frente, ou seja, os jogos acontecerão.
Sendo assim sugiro alguns posicionamentos:
1- Não permitir, em hipótese alguma, que a Educação Física se legitime por conta de sua missão de ser base para formação de atleta. Não é esta sua função.
2- Que sejamos vigilantes contra ações "Nazi-fascistas", genocidas em busca de "pacificar" o Rio. Eles já deram uma mostra do que fazem. Quando a delegação do COI, no Rio esteve, eles derrubaram barracas de camelôs para mostrar um Rio mais "bonito".
3- Estejamos vigilantes para que não falte 1 centavo sequer no já escasso repasse público por conta das Olimpíadas.
4- Que esclareçamos nosso pares, amigos, alunos etc. sobre os interesses tácitos destes jogos.
5- Que apontemos que nem só de bons valores vive esta dimensão do esporte. Nelsinho Piquet que o diga (pegando como referência o que alguns chamam de esporte a motor).
6- Que exijamos o Legado prometido
7- Que aproveitemos mudanças estruturais dos espaços de pratica esportiva caso isto aconteça.
8-...
9-...
...- Que pensemos e façamos uma nova sociedade, um novo projeto que exigirá, pelo simples fato de ter o ser humano e não o dinheiro como centro, de um novo esporte, uma nova escola, uma nova família, uma nova EF etc etc etc.
Enfim... o tema não se esgota...como diz no dito popular, " ainda tem muito pano pra manga".
Obrigado Larissa por me convocar de volta ao Blog.
Abraços a todas e todos:
Elson Moura
Obrigado Elson pelo comparecimento. Aliás, obrigado a todos e a todas que fazem os comentários e os que apenas lêem os mesmos. Os que lêem e também participam comentando, concordando ou não com o posicionamento deste blogueiro.
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