segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Câncer mata zagueiro do Bragantino

O Bragantino está de luto. O zagueiro Gustavo Valezzi, que estava afastado dos treinamentos desde o início da temporada para tentar se recuperar de um câncer, não resistiu e morreu na manhã deste domingo, no Hospital do Câncer, em São Paulo.

Leia a matéria completa no UOL clicando aqui.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tragédia da Fonte Nova: 4 anos atrás

Hoje completam quatro anos da maior tragédia do futebol baiano e por que não dizer, do futebol nacional: a morte de sete torcedores do Esporte Clube Bahia na partida válida pelo brasileiro da Série C. Na oportunidade o Bahia empatou com o Vila Nova em 0 x 0, resultado que levava o esquadrão para a Série B.

Na época o Esporte em Rede não existia. Eu alimentava um outro blog, o Movimento do Real e lá postei algumas considerações sobre o fato. Seguem abaixo, na sequência, as postagens da época.

POSTAGEM 1 (Tragédia na Fonte Nova)

Infelizmente, o que poderia ter si
do um jogo festivo, já que o Bahia com o empate de 0 a 0 com o Vila Nova de Goiás conseguiu ascender a Série B do campeonato brasileiro, acabou se transformado em uma catástrofe.


7 torcedores morreram e outros 60 se encontram em estado grave no Hospital Geral do Estado por conta do desabamento de parte das arquibancadas do anel superior da Fonte Nova.


O jogo já havia terminado e os torcedores comemoravam a subida do Bahia para a Série B do Brasileirão 2008 quando caíram de uma altura de mais ou menos 20 metros.

POSTAGEM 2 (Tragédia na Fonte Nova - Parte 2)

Quem são os culpados? Quem vai pagar pelos acontecimentos ocorridos no final da partida de ontem no Estádio Octávio Mangabeira, mais conhecido como Fonte Nova, quando no lugar dos gritos de alegria e de festa pela ascensão do Esporte Clube Bahia à Série B do Campeonato Brasileiro, tivemos choros e gritos de angústia e desespero por conta das vítimas do desabamento de uma parte da arquibancada?


Essas perguntas atravessaram toda a programação do “Se liga Bocão”, e do “Balanço Geral”, dois dos principais programas populares aqui de Salvador que vão ao ar todo meio-dia.

Importante salientar que todos os dois programas são ancorados por radialistas. Um, que atualmente trabalha nas transmissões esportivas pela transamérica e o outro, que já trabalhou por muito tempo como comentarista esportivo.

Todos os dois buscaram culpados pela tragédia que acabou sobrando para o Governo do Estado e o Superintendente da SUDESB (Superintendência de Desportos do Estado da Bahia), o ex-jogador do Bahia, Bobô.

Sem querer tirar as responsabilidades dos elementos citados acima, gostaria de pontuar o que considero ser importante. Em nenhum momento a imprensa esportiva baiana, que vive a incentivar os torcedores do Bahia para que encham a Fonte Nova, para que lotem o estádio e prestigiem o seu “esquadrão de aço”, se posicionou de forma crítica sobre os seus próprios atos.

Se a imprensa sabia dos laudos técnicos sobre a Fonte Nova que apontavam para uma reestruturação da mesma, por que incentivava tanto os torcedores a irem ao estádio? Por que ao invés disso, não esclarecia o torcedor sobre os riscos iminentes de uma lotação excessiva da Fonte Nova?

Agora a mesma imprensa que aplaudia os 50, 60 mil torcedores que iam à Fonte Nova torcer pelo seu time do coração, que enaltecia em todas as programações radiofônicas ligadas ao esporte o fato de em plena série C, o time do Bahia colocar uma média de mais de 30 mil torcedores por partida, apedreja o Estado, que diga-se de passagem não pode se responsabilizar em manter e construir uma praça esportiva para uma agremiação de cunho privado, seja ela qual for.

Mas isso é assunto para um outro comentário. Por ora, fica aqui registrado a necessidade da imprensa esportiva baiana fazer o seu dever de casa, registrando também, não a sua culpa, mas ao menos a sua parcela de responsabilidade no episódio.
 
POSTAGEM 3 (Implosão, não!!!)
 
Em minha humilde e em relação às opiniões expressas em um dos maiores jornais do norte e nordeste do Brasil, solitária opinião, sou contra a implosão da Fonte Nova e a favor de uma consulta pública sobre o destino da mesma, com amplo debate envolvendo setores organizados da sociedade civil.

Aos meus ouvidos não soou bem a determinação do governador do estado da Bahia de implodir a Fonte Nova. Caso ele queira implodir a casa dele, tudo bem, não tenho absolutamente nada com isso, mas implodir um patrimônio público sem consulta pública e amplo debate é uma posição, no mínimo, autoritária. Quero crer que a posição do governador se deva às pressões políticas e da opinião pública que ainda assim explica, mas não justifica tal atitude.

Lembro-me perfeitamente bem que em uma enquête levada ao ar pela TV Bahia, no sábado que antecedeu ao trágico jogo, mais de 60% dos telespectadores eram contra a implosão da Fonte Nova.

Precisamos acalmar os nossos ânimos e discuti de forma ampla e democrática, o destino deste estádio que é de todo cidadão baiano (capital e interior) e não do Esporte Clube Bahia. Estou profundamente sensibilizado com o ocorrido, mas não posso concordar, sem discutir com a população de uma forma geral, o destino que devemos dar, antes de tudo, a um patrimônio público. Penso, até, que é um bom momento para discutirmos as políticas de esporte e lazer do estado.

Fica aqui a minha opinião. IMPLOSÃO, NÃO!!! CONSULTA POPULAR E DEBATE AMPLO COM SETORES ORGANIZADOS DA SOCIEDADE CIVIL, SIM!!!

domingo, 20 de novembro de 2011

Palmares Esporte Clube

A data de hoje, 20 de novembro, é alusiva ao Dia da Consciência Negra. É também data da morte de um lutador do povo, Zumbi dos Palmares, morto no ano de 1695 pelas forças reacionárias do Brasil colonial.

Mais do que a luta contra a escravidão, Zumbi dos Palmares representa a luta pela libertação de um povo oprimido pelo julgo português, um povo que se queria livre de todas as formas opressivas, sendo a escravidão apenas uma delas e que ainda continua a imperar no nosso país e no mundo.

Indicadores sociais apontam que de duas milhões de mulheres, em sua maioria imigrantes, trabalham nos Estados Unidos em condições de escravidão, sem nenhum tipo de proteção trabalhista, a mercê dos humores e desejos dos seus patrões.

Na América Latina e Caribe, são 180 milhões de afrodescendentes considerados 'invisíveis'" (A TARDE, Opinião, Caderno A2, 20.11.11). No mesmo texto de onde tirei este dado, do jornalista e pesquisador Nilton Nascimento, é apresentada a impressão da "Condoleezza Rice, primeira mulher afro-americana a se tornar secretária de Estado nos EUA" da visita que a mesma fez na Bahia. Diz ela: "Durante a visita eu me surpreendi como a divisão racial no Brasil. Os brasileiros sempre sustentaram que não têm problema racial. Pareceu-me que nos serviços braçais ficam os africanos (...); nos serviços, os mulatos (...); e os funcionários do governo têm ascendência europeia/portuguesa. O Brasil foi o Páis mais parecido com os Estados Unidos na sua composição étnica, mas parece ter tirado pouco proveito da revolução pelos direitos civis que mudou a face da política e da sociedade americana"

Esses problemas raciais são materializados no âmbito do emprego, da educação, do rendimento e, também, no âmbito esportivo. O caso mais clássico é o da Olimpíada de Berlim, realizada em 1936. Na oportunidade, Adolf Hitler queria demonstrar a superioridade da chamada raça ariana. Mas a estética hitlerista foi ofuscada pelo campeão maior deste evento esportivo, o negro Jesse Owen.

Em 2005, tivemos o episódio que envolveu o atacante Grafite com o zagueiro Desábato, em partida válida pela primeira fase da Copa Libertadores. O jogador do São Paulo acusou o argentino de racismo. Em 2009, um caso parecido ocorreu no clássico entre Grêmio e Cruzeiro, na partida semifinal da Copa Libertadores, desta feita entre o atacante do Grêmio Maxi López e o volante do Cruzeiro Elicarlos. Segundo este, o argentino López o teria chamado de "macaco".

Na última sexta-feira, o presidente da FIFA teve que se retratar e pedir desculpas pela declaração polêmica de que "os incidentes de racismo nos campos de futebol deveriam ser resolvidos com apertos de mão no encerramento das partidas". (Matéria completa aqui) e hoje, saiu a notícia no caderno de esporte A TARDE, que "a UEFA multou a Federação Búlgara em 40 mil euros pelos incidentes de caráter racista ocorridos em 2 de setembro, em Sofia, no jogo contra a Inglaterra pelas eliminatórias para a Euro-2012. A multa teve origem atitudes discriminatórias de torcedores. Parte do público imitou sons de macacos quando os jogadores negros da seleção inglesa tocavam na bola".

Pelo exposto, Zumbi vivo, ainda teria muito o que fazer. Mas sua luta, a de Milton Santos, a de Nilton Nascimento entre muitos lutadores do povo, fica como lição para todos que acreditam que um outro mundo é sim, possível. Esses e outros, com certeza, formariam um exitoso time de futebol, o Palmares Esporte Clube.

sábado, 19 de novembro de 2011

Em busca da verdade

O Superior Tribunal de Justiça determinou que o sigilo bancário e o fiscal de Orlando Silva (ex-Ministro dos Esportes) e Agnelo Queiroz (atual Governador do Distrito Federal e responsável direto pela estruturação do Ministério dos Esportes no primeiro mandato presidencial do Lula) fosse quebrado.

Esta decisão dá continuidade à investigação de desvio de verbas no referido Ministério e foi solicitada pelo procurador-geral da República, o senhor Roberto Gurgel.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O relógio parou. A mobilização caminha

Pode não ser nada. Mas me causa espanto ver um relógio de contagem regressiva que marca o prazo para o início da Copa do Mundo de 2014 parar. Foi o que aconteceu em Cuiabá, uma das cidades sedes da Copa com larguíssima tradição no futebol brasileiro.

E parou simplesmente por falta de pagamento. O mesmo custou a bagatela de 74 mil reais.

Talvez por essa e outras, os sindicatos de obras da Copa estejam se articulando para construir uma pauta única de reivindicações com o intuito de negociar com a indústria da construção civil melhores condições de trabalho.

Ítens como piso salarial unificado, hora extra, plano de saúde e participação nos lucros entre outros, já estão sendo construídos e serão entregues à Confederação Nacional da Indústria, ao Ministério do Trabalho e à Secretária Geral da Presidência da República.

Para a FIFA, os trabalhadores levarão uma singela exigência. Que a mesma conceda um ingresso para que cada trabalhador, que ajudou a construir os estádios nos diferentes estados da nação, possa assistir a uma partida da Copa do Mundo de futebol.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Esporte e política

O governador Jaques Wagner recebe nesta quinta-feira (17), às 16h, na Governadoria, o campeão mundial de peso-pesado do UFC (Ultimate Fighting Championship), Júnior dos Santos, o Cigano, catarinense de 27 anos radicado na Bahia, que nocauteou, na madrugada do último domingo (13), Cain Velásquez, tirando a invencibilidade do americano e conquistando o cinturão da categoria dos pesados da maior organização do mundo. Cigano é o primeiro brasileiro a ter o cinturão dos pesos-pesados do UFC, organização profissional de artes marciais mistas, que promove a principal série de eventos esportivos de MMA (evolução do “vale tudo”).


Do Política Hoje

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Que venha a Copa...enquanto isso...

Faltando menos de 60 dias para começar o Campeonato Baiano de 2012, a situação de algumas praças esportivas do Estado já começa a preocupar. Nesta semana, o blog Atlético de Alagoinhas (atletico-ba.blogspot.com) denunciou a situação de abandono no Estádio Antônio Carneiro (foto), em Alagoinhas.


A prefeitura Municipal iniciou, neste ano, uma série de obras no estádio. O objetivo era recuperar toda a estrutura do Carneirão, que tem capacidade para cerca de 30 mil torcedores, mas atualmente abriga apenas 12 mil.

De acordo com o blog, as obras, que tinham previsão inicial para serem encerradas antes do Baianão 2012, estão paradas. O motivo seria a retirada dos funcionários pela empresa que realiza as melhorias devido à falta de pagamento.

O Antônio Carneiro será utilizado pelo Carcará na competição estadual. Porém, se o impasse continuar, o clube poderá mandar seus jogos em outro local.

Retirado dos Galáticos On Line

domingo, 13 de novembro de 2011

UFC: a batalha pela audiência

Ontem estreou na Globo, canal aberto, um dos eventos esportivos mais promissores da televisão fechada, o Ultimate Fight Championship, ou UFC, a marca mais conhecida do fenômeno midiático que se espalha como um vírus nas diferentes mídias, o Mixed Martial Arts (Artes Marciais Mistas) ou, simplesmente, MMA.

Para transmitir o evento, foi escalado o narrador esportivo mais odiado e adorado da televisão brasileira, Galvão Bueno que, inteligentemente, transportou, para a sua narrativa, bordões já conhecidos da audiência quando se trata de transmissão de jogos do selecionado brasileiro de futebol e das corridas de fórmula 1, dando um ar de proximidade/familiaridade ao "estranho" esporte para a maioria dos brasileiros que não o tinham assistido nos canais fechados.

Frases do tipo: “Haja coração, amigo, se prepara aí”; “Hoje ele é o Brasil no octógono”; “O Brasil inteiro na pegada firme de direita do Júnior”; "Júnior, Júnior, Júnior Cigano do Brasil" entre outras, dava o tom da transmissão, aparentemente nervosa do experiente narrador, que apesar de tudo, demonstrou segurança e conhecimento do esporte, se utilizando das linguagens técnicas característica da modalidade e criando um novo bordão, chamando os atletas do MMA/UFC de “gladiadores do terceiro milênio”.

Mas a pergunta que faço é: por que a rede globo de televisão resolveu transmitir em canal aberto uma modalidade esportiva das mais agressivas e violentas, geneticamente devedora do antigo vale-tudo, de muito sangue, briga e quebra-quebra que não se restringia aos atletas no ringue, mas, também, a sua atenta assistência, justamente em uma conjuntura que antecede mais um movimento de “pacificação” dos morros cariocas que, segundo dizem, gritam paz e não à violência? Respondo. Para manter, re-conquistar e ampliar sua assistência esportiva, que de acordo com os números do IBOPE sobre o Pan-Americano de Guadalajara, no México, transmitido pela Rede Record, diminuiu substantivamente.

Atualmente, a marca UFC se configura como o maior torneio esportivo do mundo quando se trata apenas de lutas, e está avaliado em 2 bilhões de dólares, uma cifra nada modesta e que seduz os empresários, principalmente os das redes televisivas e a vênus platinada, atenta a este movimento esportivo que vem ampliando a sua platéia, não poderia deixar este filão passar desapercebido, até por que, além das aferições do IBOPE durante o último Pan-Americano, a mesma perdeu, também para a Record, a transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres e dos Jogos Pan-Americano de 2015 e 2019.

A luta de ontem entre Cain Velásquez e Júnior Cigano, bem que pode ser considerada, sem excessos, a mais um capítulo da luta de braço entre Rede Globo e Rede Record. No centro do combate o que se disputa é a conquista, manutenção e ampliação da audiência esportiva, o grande carro chefe das redes televisivas do mundo inteiro.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mega indústria do futebol

No jornal A Tarde dessa quinta (10/11) foi publicado: "Neymar recebrá 3 milhões por mês". Isso para permanecer no Brasil e não seguir o mesmo caminho dos craques brasileiros que passam os melhores anos de suas carreiras nos clubes europes. Pelo menos até 2014 ele estará no Santos, assim reza o contrato.

Fico imaginando, a partir do sensacionalismo que a mídia faz em torno de uma notícia como essa, o que não passa na cabeça dos milhares de jovens e adolescentes - e de suas famílias também - que estão nas centenas de Escolinhas de Futebol espalhadas pelo país nutrindo o sonho de um dia serem um Neymar. Quando todos sabemos que menos de 1% desses jovens consegue chegar aonde estão Neymar, Robinho e todos os outros milionários da seleção brasileira. A grande maioria permanece em clubes pequenos recebendo até um salário mínimo. No início desse ano assisti a uma matéria em que um determinado time de uma cidade do interior (não lembro o nome do time nem de que estado) se dispôs a permanecer jogando de graça (sem salário) para o clube não fechar.

Essa mega-indústria do futebol brasileiro e esses salários milionários dos jogadores de futebol constituem um verdadeiro acinte à sociedade brasileira.
 
[TEXTO ESCRITO PELO PROFESSOR Otto Vinícius Agra Figueiredo, da Universidade Estadual de Feira de Santana, departamento de educação]

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Agradecendo

No último dia 08, o blog Esporte em Rede atingiu o Page Rank 4. Um número modesto, mas extremamente significativo no mundo dos blogs.

Se levarmos em consideração que o Esporte em Rede conta única e exclusivamente com contatos por email e não se sustenta em nenhuma plataforma conhecida (UOL, Globo.com, ESPN, SPORTV, por exemplo), e este que escreve não é nenhum sujeito famoso com cobertura midiática de nenhum tipo, o feito é mais do que considerável.

Só tenho a agradecer pela confiança, visita e participação. Se chegamos aonde chegamos, não tenho dúvida que isso devo a vocês. Um muito obrigado.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Formação do atleta brasileiro

"Solonei Rocha da Silva, que ganhou a maratona pan-americana em Guadalajara, é fruto de uma política de formação de fundistas da Confederação Brasileira de Atletismo? Não! Solonei, campeão, era lixeiro e explorou sua resistência nesse ofício para se tornar atleta." (José Cruz)

domingo, 6 de novembro de 2011

Famfs: mais uma vez, de novo e novamente...até quando?

"Estadão" denuncia problemas na pista de atletismo da Famfs


Na edição deste domingo (6) do jornal O Estado de São Paulo está publicada uma matéria que denuncia a não utilização da pista de atletismo da Fundação de Apoio ao Menor de Feira de Santana (Famfs), e a consequente inutilização de recursos federais. Veja abaixo a matéria do repórter Leandro Cólon, que esteve em Feira na última quinta.


O abandono de 15 mil metros quadrados de borracha destinados a pistas de atletismo simboliza, no interior da Bahia, o descontrole e a falta de critério que tomaram conta do Ministério do Esporte. A pasta abraçou uma ideia mirabolante e “pioneira” de um professor de capoeira e presidente da Fundação de Apoio ao Menor de Feira de Santana (Famfs): transformar pneus velhos em pistas de atletismo.

O resultado está nos galpões da entidade. O material está encalhado e abandonado, conforme verificou a reportagem do Estado na quinta-feira passada.

O professor Antonio Lopes Ribeiro, presidente da Famfs, é parceiro antigo do Ministério do Esporte. Nos últimos oito anos, levou R$ 60 milhões da pasta em convênios dos programas Segundo Tempo e Pintando a Liberdade/Cidadania. Ele é personagem de dois inquéritos no Ministério Público por irregularidades no uso do dinheiro da pasta.

Com o discurso da sustentabilidade, o professor se ofereceu para receber dinheiro do Esporte pela produção, nas dependências de sua entidade, de pistas de atletismo com placas de resíduos de borracha. O ministério topou e, desde 2007, começou a repassar verba para o projeto.

Em 2009, surgiu uma novidade: a fundação recebeu R$ 753 mil para fazer uma pista de atletismo móvel, a “primeira oficial do mundo”, segundo palavras do professor Lopes e do site do ministério, e mais outras quatro fixas, todas com pneus velhos. O contrato foi assinado pelo hoje secretário nacional de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro.

O presidente da Famfs explicou a proposta ao Estado: “Tive uma ideia de botar uma lona embaixo e sair colando as plaquinhas de borracha. A duração é de 400 anos. Sou meio professor Pardal, fico inventando as coisas. E a pista tem a aprovação da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt)”.

Em resposta por escrito enviada ao jornal, a CBAt desmentiu o presidente da Famfs: “A CBAt desconhece oficialmente a existência dessa pista dita móvel e, de forma oficial, qualquer pista fabricada pela fundação. Nunca tivemos qualquer contato da fundação e não emitimos qualquer documento a respeito”.

Tribuna Feirense

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Medalha de ouro para o mosquito

No ano de 2007, quando da realização do Pan-Americano no Rio de Janeiro, tintas e mais tintas foram gastas e vozes e mais vozes soaram para nos convencer de que o evento seria a redenção da cidade maravilhosa.

Pois sim. Passados quatro anos do evento, o carioca agora é chamado para enfrentar o que será, segundo o secretário municipal de saúde do município, "a maior epidemia de dengue da história da cidade".

Ainda segundo o secretário, "desde o início do ano foram registrados na capital fluminense cerca de 71 mil casos da doença, com 51 mortos".

Medalha de ouro para o mosquito.