
Além das substâncias estimulantes temos, também, a morfina, a codeína, que são das classes dos narcóticos; as testosterona, nandrolone, stanozolol, das classes dos anabolizantes entre outras, sendo estas as mais famosas até o momento e utilizadas em larga escala nos ambientes de diferentes academias de musculação onde, muitas vezes, o próprio professor de educação física é quem incentiva a utilização sob o argumento de auxiliar no desenvolvimento da estética corporal.
Muitas dessas substâncias têm, também, uso profilático e de tratamento de doenças, como a anemia, o hipogonadismo não sendo, portanto, necessariamente e exclusivamente de uso para melhoria da estética corporal nem obtenção da performance atlética, mas é deste caso que iremos tratar aqui.
Nesse particular, o doping, considerado como uma substância que pode ser natural ou sintética, objetiva a melhora do desempenho atlético. Existe quem afirme que o uso de substâncias dopantes não se restringe aos atletas de alto nível, mas, também, nos atletas noviços, ainda em formação, muitos que estão ainda no nível das competições escolares. É importante pontuar também, que o seu uso vem de épocas remotas. Existem relatos da sua utilização já entre os gregos, nas olimpíadas antigas, tendo em comum a otimização do gesto esportivo.
Na modernidade, esses acontecimentos são bem mais freqüentes e aparecem geralmente quando um atleta é flagrado em plena competição da qual participa. Os visados são quase sempre os que obtêm melhores marcas. Os próprios atletas se olham de forma desconfiada quando percebem um competidor obtendo marcas importantes, que se aproximam do recorde da competição, por exemplo. É como se todos carregassem nas costas a marca dos relatos históricos de casos de doping.
Esta questão foi pauta em vários meios de comunicação no Brasil no início do mês de agosto, nas semanas que antecederam o Mundial de Atletismo em Berlim. Nada mais, nada menos do que cinco atletas da seleção nacional de atletismo foram submetidos a um teste antidoping de surpresa no dia 15 de junho e foram pegos.
Todos eles faziam uso do hormônio eritropoetina (EPO). Este hormônio aumenta o nível de glóbulos vermelhos no sangue, potencializando a troca de oxigênio e, assim, elevando a resistência ao exercício físico. De fácil absorção pelo organismo, já que o próprio ser humano produz o hormônio, o fator surpresa foi essencial para a detecção do doping.

O tripé que sustenta o esporte performance – eficiência, eficácia e rendimento – não pode ser mantido pelo uso simples e natural dos treinamentos esportivos, por mais que estes estejam, nos dias de hoje, altamente evoluídos. Se a droga lícita que o atleta utiliza não tem substância dopante a mesma tem, ao menos, substâncias que aliviam as dores dos treinamentos excessivos o que, ao fim e ao cabo, busca também, concomitante com as drogas ilícitas, potencializar, de alguma forma, o treinamento do atleta, pois o objetivo central é vencer, vencer e vencer, somente assim, terão condições de acessar um lugar no pódium da vida.
Não é a toa que as formas de utilização de substâncias dopantes andam a passos largos em relação aos testes de detecção destas e já se fala até no doping genético. Mas isso é assunto para uma outra postagem.