sexta-feira, 28 de abril de 2023

Muhammad Ali-Hai

Nascido Cassius Clay Júnior, em 17 de janeiro de 1942, Muhammad Ali foi, sem dúvida alguma, um dos maiores, senão, o maior pugilista que já existiu até hoje, não apenas por sua performance nos rinques, mas por tudo o que ocorreu na sua vida, sobretudo a sua luta contra o racismo.

Hoje, 28 de abril, é uma data histórica e tem o próprio Ali como protagonista. Foi neste dia, no ano de 1967, que o pugilista disse NÃO ao convite do governo norte-americano, à época, presidido pelo Lyndon Johnson, para lutar na guerra do Vietnam. Dizia Muhammad: "Nenhum vietcongue me chamou de crioulo, porque eu lutaria contra ele?".

Em uma das suas várias entrevistas, Ali também se posicionou, afirmando: "Por que me pedem para vestir um uniforme e me deslocar 10.000 milhas para lançar bombas e balas no povo marrom do Vietnam, enquanto os negros de Louisville são tratados como cachorros, sendo-lhes negados os mais elementares direitos humanos? Não, não vou viajar 10.000 milhas para ajudar a assassinar e queimar outra nação pobre para que simplesmente continue a dominação dos senhores brancos sobre os povos de cor mais escura mundo afora. É hora de tais males chegarem ao fim".

Por esta postura, Muhammad Ali perdeu seus títulos e teve que pagar pesadas multas. Mas ele sempre se manteve firme no seu posicionamento político e continuou usando seus punhos na luta contra toda a ordem de discriminação racial e social.

Muhammad Ali-Hai. Sempre presente!!!

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Corinthians versus sua história: anistia, não!!!

O futebol, no Brasil, não é apenas uma modalidade esportiva. É uma das expressões culturais mais relevantes, junto com o carnaval, o samba, a umbanda, entre outras. A identidade de uma nação de quase duzentos e vinte milhões de habitantes se expressa no gramado praticamente todos os dias, e é vista por milhares de brasileiros através dos mais diferentes meios de comunicação e informação.

Quando um político quer ser entendido pelas massas, quando ele deseja que a sua mensagem faça sentido para o eleitor, ele recorre a metáforas envolvendo situações que se apresentam nas partidas de futebol. Ferreira (2019), enfatiza que "o futebol é em si mesmo, no campo, uma metáfora da guerra, e os próprios jogadores são caracterizados metaforicamente (defesas e atacantes), bem como há chutes que são bombas e mísseis".

Através das metáforas, podemos transcender os aspectos imediatos - técnicos e táticos (por exemplo) - para expressarmos o futebol além das quatro linhas.

Nesta direção, podemos dizer que ontem, a batalha entre os "timoneiros" e os "remadores", projetada na telinha dos televisores, smartphones e afins, transcendia o drama técnico/tático. O  Corinthians não enfrentou o Remo. Ele enfrentou a sua história. O seu maior desafio não era reverter a vantagem do seu oponente, mas expressar fielmente os valores conquistados pelo movimento da "Democracia Corinthiana".

Não podemos nos esquecer que isso ocorre em um momento histórico específico: nós estamos tentando nos reconstruir após uma guerra interna, fruto de uma política neofascista, que ceifou a vida de mais de 700 mil brasileiros. O processo de reconstrução nacional passa por processos de várias curas. Isso é fundamental para um país que foi, desde a sua origem, violentado. Que se desenvolveu através da tentativa de eliminação dos seus povos originários e que até recentemente, vide a situação dos Yanomamis, continuava este processo. 

A violência, de qualquer ordem e exercida em qualquer tempo, precisa ser combatida. Ela não é só estrutural. É estruturante do modo de vida de uma nação. O Brasil, não nos esqueçamos, é o país que mais mata homossexuais. Em pleno século XXI, a população negra continua liderando estatísticas trágicas. Não podemos permitir sua naturalização. Combater a violência faz parte deste processo de cura. A impunidade dos nossos algozes não pode mais ser tolerada.

Ao entrar em campo, ontem, Cuca, então técnico do Corinthians, condenado na Suíça por participar de um estupro de uma criança de 13 anos, em 1987, trouxe a imagem da impunidade consigo. A imagem deste Brasil que flerta com o passado, que teima em não se modernizar. Mas nós expressamos, recentemente, que a Anistia não é uma solução para nossos problemas. E assim como “o futebol foi capaz de servir de palco para muitas preocupações e esperanças do povo brasileiro” (DaMatta) hoje, ele mais uma vez nos ajuda a reafirmar que #AnistiaNão!!!

terça-feira, 25 de abril de 2023

A relação entre a crise urbana e o futebol

Quando Henri Lefebvre escreveu O Direito à Cidade em 1968, os grandes estádios mundo afora tinham como grande finalidade comportar públicos entre 60 e 150 mil torcedores, sendo muitos destes equipamentos públicos com duas finalidades específicas: a expectação nas arquibancadas e a prática esportiva no campo de jogo. Os clubes de futebol, divididos entre a forma jurídica de associações sem fins lucrativos ou propriedade privada de caráter limitado, restringiam suas funções ao convívio social e à prática esportiva. Passados mais de 50 anos, os estádios de futebol tornaram-se arenas multiúso, cuja principal característica é possibilitar uma série de investimentos com retornos a curto e longo prazo, e os clubes de futebol foram reestruturados de forma a possibilitarem novas atividades financeiras.

A obra de Lefebvre é fulcral para elucidar como o espaço urbano é produzido socialmente, contrapondo-se à ideia do espaço ser apenas um receptáculo da vida sem qualquer relação com questões políticas, econômicas e culturais. Na atualidade, não é novidade alguma que o mercado imobiliário tem centralidade na vida econômica mundial, visto que a crise econômica de 2008 surge nesta seara com efeitos devastadores nas economias ocidentais. O processo de centralidade do mercado imobiliário no modo de produção já é sensível ao filósofo francês, que pontua a crise urbana como momento atual da cidade dominada pelos anseios do mercado financeiro e a anuência do Estado, cujas áreas e vias são pensadas na rápida circulação de pessoas e mercadorias de modo a acelerar a produção, tendo como produto monumentos e construções obedientes às lógicas mercadológicas.


O estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Foto: Fernando Maia/Riotur

Os antigos estádios nos apresentam uma lógica ainda não capturada pela crise do urbano: as calçadas, ruas e mesmo a estrutura interna era local de encontro, de convívio social por meio das relações criadas por torcedores de um clube. Após as reformas thatcheristas, logo espalhadas por todo o continente europeu, o espaço do estádio foi reduzido ao espaço do consumo e do controle das gestualidades e possibilidades dos corpos dentro de um espaço reduzido por cadeiras, vigiado por câmeras e com um preço de entrada inacessível às camadas mais pobres da população. Como o futebol não tem seus processos extrínsecos à sociedade, era imaginável que a partir dos anos 1990 empresas do ramo imobiliário começassem a ver com bons olhos a necessidade de adequação e construção de novos estádios, afinal trata-se de um equipamento com uso contínuo na casa das dezenas de milhares de pessoas. No contexto das operações urbanas e da gentrificação nas grandes cidades mundiais, era de se esperar que os estádios funcionassem em um híbrido de shopping center, estacionamento privado, espaço de eventos privados, cinema e, principalmente, como ferramenta de intervenção urbana com a construção de estádios em áreas de interesse do setor imobiliário.

Dessa forma, estádios históricos como Highbury, Maine Road, Upton Park na Inglaterra, o estádio do Sarriá na Espanha, Olimpiakstadion de Munique se tornaram exemplos dessa substituição de antigas estruturas por outras novas. Memórias afetivas individuais e coletivas, lugares considerados “templos” para gerações de torcedores e com toda uma topofilia, uma criação de identidade e relações sentimentais, viram escombros de concreto enquanto surgem as grandes arenas com suas praças de alimentação, espaços corporativos e conjunto de lojas. Não que os torcedores não sejam capazes de criar novas memórias e afetividades, porém a finalidade das arenas é da racionalidade econômica e não das subjetividades do torcer.

(Continue lendo esta matéria da Carta Capital AQUI)

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Vasco venceu o Atlético-MG e empatou com o Palmeiras com muita determinação e equilíbrio emocional

 



Por Riva / 24 de abril de 2023 / segunda-feira / 11h45
O Vasco da Gama fez um bom Campeonato Carioca e, a estreia da equipe na Série A do Campeonato Brasileiro, foi cercada de uma enorme expectativa e apreensão. A competição nacional têm uma série de situações que deixam os torcedores - principalmente dos clubes que vieram da Série B - preocupados. No meu ponto de vista, a meta das equipes que retornaram para a Série A é permanecer na elite do futebol sem tomar sustos. Mas não custa nada sonhar com uma boa colocação.
A tabela do Vasco foi mais um fator de preocupação. Enfrentar o Atlético-MG no Mineirão e o Palmeiras no Maracanã nas duas primeiras rodadas não é uma tarefa fácil. Afinal, as duas equipes são postulantes ao título e, independente do local da partida, são experientes e competitivas. Elas nunca desistem e buscam o resultado positivo até o fim.
Contra o Atlético-MG, dia 15 de abril, no Mineirão, o Vasco iniciou a partida de forma avassaladora e pegou todos de surpresa. Os gols de Andrey Santos aos quatro minutos e de Gabriel Pec aos nove minutos do primeiro tempo foram essências para que a equipe executasse com sucesso a estratégia montada por Maurício Barbieri. A marcação aproximada e dobrada, as linhas compactadas e a saída de bola com passes curtos ou longos para aproveitar a velocidade dos jogadores ofensivos estava dando certo.
Depois dos vinte e cinco minutos do primeiro tempo o Vasco recuou, passou a jogar com as linhas muito baixas e o Atlético-MG cresceu na partida. Com mais volume de jogo, o Atlético-MG ficava mais com a bola e, jogando mais próximo da área do Vasco, o goleiro Léo Jardim fez duas ou três defesas fantásticas. Mas, aos quarenta e nove minutos do primeiro tempo, Maurício Lemos fez o gol do Atlético-MG e o primeiro tempo terminou com o Vasco amedrontado e o Atlético-MG confiante.
O Vasco retornou para o segundo tempo do mesmo jeito que terminou o primeiro tempo. Recuado, pressionado e empurrado para o campo defensivo, a equipe começou a se desgastar fisicamente e, o encaixe na marcação e a velocidade para contra-atacar já não existia. As substituições - Marlon Gomes no lugar de Alex Teixeira, Paulo Victor no lugar de Lucas Piton, Barros no lugar de Andrey Santos, Figueiredo no lugar de Gabriel Pec e Galarza no lugar de Jair - foram feitas para oxigenar a equipe. Mas, a vitória por 2 a 1 só foi possível por causa da ótima partida do goleiro Léo Jardim.
Na tarde deste domingo, 23 de abril, no Maracanã, o Vasco enfrentou o Palmeiras pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. O técnico do Vasco, Maurício Barbieri, cumpriu suspensão e quem comandou a equipe foi o auxiliar técnico Maldonado. O Vasco entrou em campo com a mesma equipe que iniciou a partida contra o Atlético-MG na primeira rodada.
O Vasco iniciou a partida insistindo na bola longa e aérea sem organização. Quando colocou a bola no chão, otimizou a saída de bola e trocou passes com mais rapidez e objetividade, tomou conta da partida. As bolas longas deixavam os jogadores de lado de campo mano a mano com os defensores do Palmeiras. O primeiro gol do Vasco, marcado por Pedro Raul aos vinte e oito minutos do primeiro tempo, saiu de uma bola longa de Jair para Alex Teixeira que, independente se chutou pro gol ou cruzou, encontrou o atacante do Vasco que cabeceou e abriu o placar.
O Palmeiras não sentiu o gol e começou a controlar a partida. As linhas adiantadas e o meio-campo trocando passes até encontrar a oportunidade de aprofundar as jogadas, preocupava as duas linhas defensivas do Vasco. Mas, quando o Vasco roubava a bola e conseguia encaixar o passe que quebrava a segunda linha defensiva do Palmeiras, a equipe carioca desestabilizava a última linha e ficava próxima do segundo gol. O segundo gol do Vasco, marcado por Gabriel Pec aos trinta e nove minutos do primeiro tempo, surgiu de um cruzamento de Lucas Piton para Pedro Raul cabecear e Gabriel Pec aproveitar o rebote do goleiro Weverton.
O eficiente e valente Palmeiras continuou jogando com as linhas adiantadas, os jogadores de lado de campo empurrando os marcadores para o campo defensivo e superioridade numérica em todos os setores. Apesar da forte pressão do Palmeiras, a linha defensiva, o meio-campo e os atacantes do Vasco mostravam segurança e tentavam - principalmente com as boas defesas e a confiança do goleiro Léo Jardim - não sofrer o gol. Mas, aos quarenta e seis minutos do primeiro tempo, Rafael Navarro aproveitou o cruzamento de Gabriel Menino para cabecear e marcar o primeiro gol do Palmeiras.
No início do texto, eu fiz questão de citar a partida contra o Atlético-MG porque achei que o roteiro foi o mesmo.
O segundo tempo começou com o Palmeiras absoluto na partida e, depois da continuidade da pressão, Artur aproveitou o cruzamento de Dudu para cabecear e empatar a partida aos dezessete minutos do segundo tempo. Abel Ferreira estava cumprindo suspensão. Insatisfeito com o empate e acreditando que podia fazer o terceiro gol, o auxiliar técnico do Palmeiras começou a mexer na equipe e colocar jogadores com características ofensivas. Flanco López substituiu Gabriel Menino, Fabinho substituiu Richard Rios, Endrick substituiu Rafael Navarro, Luis Guilherme substituiu Artur e John John substituiu Dudu.
Maldonado, auxiliar técnico do Vasco, só começou a mexer na equipe depois que o Palmeiras iniciou as substituições. As substituições eram necessárias porque a equipe carioca não estava conseguindo acompanhar o forte ritmo da partida. Figueiredo substituiu Alex Teixeira, Marlon Gomes substituiu Rodrigo, Galarza substituiu Jair, Capasso substituiu Robson Bambu e Orellano substituiu Gabriel Pec. As substituições oxigenaram e fizeram com que o Vasco voltasse pro jogo. A estratégia arriscada de marcar com mais aproximação e sair no contra-ataque deu certo e a equipe conseguiu equilibrar a partida nos minutos finais.
O empate (2 a 2) foi um bom resultado, mas deixou importantes lições para o Vasco.
O Vasco precisa ter mais confiança, coragem, ousadia e acreditar que pode manter a regularidade durante as partidas. Recuar muito cedo - foi o que aconteceu nas partidas contra o Atlético-MG e Palmeiras - não garante o resultado positivo. Nas duas partidas, o Vasco foi mais ofensivo nos primeiros trinta minutos, mas, depois do recuo desnecessário, sofreu uma enorme pressão até o final das partidas.
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sexta-feira, 21 de abril de 2023

O escândalo de Berna


Por Riva / 21 de abril de 2023 / sexta-feira / 12h51

Nos últimos cinco anos, aproximadamente, o ex-jogador e técnico Cuca vem sofrendo críticas por causa de um caso de estupro que ocorreu na Suíça em 1987. Naquela época, o mundo era muito diferente e casos como o de estupro tinham uma interpretação diferente e punições mais brandas. No caso de Cuca, que, segundo a vítima, não participou do estupro, a situação fica muito complicada porque o atual técnico do Corinthians não fala do assunto. O silêncio de Cuca é uma espécie de pacto feito com o zagueiro Henrique, o ponta Fernando e o goleiro Eduardo.
Eu tenho a revista Placar (número 898 de 17 de agosto de 1987) em que a matéria escrita pelos jornalistas Álvaro Almeida, Roberto José da Silva e Carlos Orletti foi publicada.
Observando a repercussão do caso depois de 35 anos, resolvi publicar a matéria da revista Placar na íntegra.
O ESCÂNDALO DE BERNA
Acusados de estupro, quatro jogadores gaúchos são detidos na Suíça e podem ser condenados
Eduardo é um ex-atleta de Cristo e ainda mora com os pais. Henrique, que não bebe nem fuma, costuma aproveitar suas folgas para ficar junto com a família e a noiva no interior gaúcho. Fernando nunca foi um paquerador - prefere namoros duradouros. E o discreto Cuca casou-se com sua segunda namorada.
Estes quatro rapazes tidos como de boa reputação, jovens promessas do Grêmio tricampeão gaúcho, passaram rapidamente do banco de reservas para o banco dos réus. Na sexta-feira retrasada, dia 31, eles foram detidos em Berna, capital da Suíça, sob a acusação de prática de violência sexual contra uma menina chamada Sandra, de 13 anos, que esteve no apartamento número 204 do Hotel Metropol, ocupado pelo goleiro Eduardo, 20 anos, e o quarto-zagueiro Henrique, 21 anos.A garota - cujo o nome completo não foi revelado pela polícia de Berna - contou na delegacia que fora até o hotel atrás de emblemas, camisas e flâmulas do time gaúcho. Lá dentro, porém, encontrou também o ponta Fernando, 22 anos, e o meia Cuca, 24 - emprestado pelo Juventude e que não fizera sequer sua estreia no Grêmio. Depois da prisão dos acusados, ela reconheceu apenas Eduardo, conhecido também como Chico, e Henrique - a dupla que mais tarde, diante do juiz - instrutor Jurg Blaser, confessou ter cometido o estupro contra a menor.
O escândalo ganhou contornos controvertidos depois que a polícia suíça agiu rigorosamente e fez cumprir a legislação local durante o período de inquérito. Enquanto eram recolhidas provas - incluindo-se depoimentos de ambas as partes e uma bateria de exames na menina -, os jogadores foram mantidos em prisão cautelar e ficaram incomunicáveis. Eduardo e Henrique - os mais implicados - permaneciam num presídio de Berna. Cuca foi levado para a cidade de Burgdorf, a 22 Km dali, e Fernando acabou em Belf, a 10 Km.
Apenas os advogados suíços Peter Stauffer e Andreas Roth, contratados pelo Grêmio, tinham acesso aos acusados. Nem os apelos da embaixada do Brasil, somados aos do presidente da FIFA, o brasileiro João Havelange, que passa um terço do ano na Suíça, foram suficientes para forçar o relaxamento da prisão.
Durante a semana passada, uma onda de rumores e desinformação pairou entre Berna e Porto Alegre. O jornal suíço Blick chegou até mesmo a apresentar uma versão de como teria ocorrido o estupro. Revelou que dois jogadores se revezavam no ato sexual enquanto outros dois seguravam a menina à força. "Foi tudo um mal-entendido", sustenta Raul Régis de Freitas Lima, chefe da delegação gremista na Europa. "A garota não ficou mais de 7 minutos no apartamento. "De qualquer maneira, o caso é gravíssimo. "As chances dos jogadores são mínimas ", admite o diplomata e advogado Ricardo Seitenfuz, secretário de Relações Exteriores do governo gaúcho, que residiu na Suíça durante quatorze anos. "Lá, a relação sexual com menores de 16 anos é um crime muito sério".
As poucas informações obtidas junto à austera e impenetrável Justiça de Berna indicam que os jogadores foram enquadrados inicialmente no artigo 187 do Código Penal da Suíça, que prevê reclusão de no mínimo três anos. Mas a situação pode agravar-se ainda mais se o juiz decidir lançar mão também do artigo 191 - prisão de seis anos para "aquele que cometer ato sexual ou análogo contra uma criança menor de 16 anos", como determina o texto da lei.
Cuca e Fernando, por não terem sido reconhecidos pela garota, podem ser liberados sob fiança. No entanto, Eduardo e Henrique dificilmente escaparão da prisão. Ainda não foi marcada a data do julgamento, mas a angústia toma conta das famílias dos jogadores. Em Porto Alegre, dona Haidé Hamester, mãe de Eduardo, sofreu uma crise nervosa. "Quando o deixei no aeroporto, nós choramos e tive um mau pressentimento", revela. A família de Henrique vive em Venâncio Aires, a 127 Km da capital gaúcha, e acompanha tudo com perplexidade. "Há algo estranho nessa história", diz Fernando, irmão do jogador campeão mundial de juniores em Moscou, em 1985, ao lado de Eduardo. Rejane Stival, uma bela morena de 19 anos e mulher de Cuca, está em visita à casa dos pais, em Curitiba. "Acredito nele", afirma. "Conheço bem o homem que tenho". A namorada de Fernando decidiu deixar Porto Alegre temporariamente. Rosane, de 19 anos, não suportou ouvir um festival de piadinhas no telefone. "O Fernandinho, hem? Quem diria", insistiam vozes anônimas.
Nem só os familiares acreditam na inocência dos jogadores. Alguns velhos amigos fizeram questão de defendê-los. "Eduardo era do nosso grupo religioso", espanta-se Silas, do São Paulo, ardente atleta de Cristo e outro campeão em Moscou. Renato, do Flamengo, conheceu de perto três jogadores, quando ainda defendia o Grêmio - Eduardo, Henrique e Fernando. "No máximo, eles deram uns beijinhos na menina", supõe. O escândalo de Berna, enfim, trouxe uma indesejável notoriedade a futuros craques gaúchos. Ou seja: se houver futuro.
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quinta-feira, 20 de abril de 2023

Flamengo venceu o Ñublense com facilidade na estreia de Jorge Sampaoli

 



Por Riva / 20 de abril de 2023 / quinta-feira / 11h55
Depois do início da temporada com muitos problemas dentro e fora de campo, o Flamengo aparenta iniciar um período de calmaria e bons resultados. Claro que foi a primeira partida do técnico Jorge Sampaoli no comando técnico do Flamengo, o oponente é fraco tecnicamente e não sabemos como vai ser o dia a dia de Jorge Sampaoli com os jogadores e dirigentes.
A vitória por 2 a 0 sobre o Ñublense com gols de Pedro, o primeiro aos 14 e o segundo aos 36 minutos do primeiro tempo, foi importantíssima para a sequência da equipe na Taça Libertadores.
O Flamengo iniciou a partida com o esquema tático 3-5-2 com a seguinte escalação: Santos; Fabrício Bruno, David Luiz e Léo Pereira; Marinho, Thiago Maia, Vidal, Gérson e Ayrton Lucas; Gabriel e Pedro.
Com Marinho pela direita e Ayrton Lucas pela esquerda abertos e jogando no campo ofensivo, Gérson mais adiantado e muito mais próximo dos jogadores ofensivos, o Flamengo dificultava a saída de bola do Ñublense e apresentava mais volume de jogo e organização tática.
Aos quinze minutos do segundo tempo, o técnico Jorge Sampaoli substituiu Vidal por Wesley, Marinho por Everton Ribeiro e Fabrício Bruno por Everton Cebolinha.
Com as mudanças, a equipe passou a jogar com o esquema tático 4-3-3 com a seguinte formação: Santos; Wesley, David Luiz, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Thiago Maia, Gérson e Everton Ribeiro; Everton Cebolinha, Gabriel e Pedro.
David Luiz foi substituído por Rodrigo Caio aos trinta e um minutos do segundo tempo por causa de uma lesão, e, aos quarenta e dois minutos do segundo tempo, Pedro foi substituído por Matheus França.
O modelo de jogo, as mudanças táticas e a rodagem do elenco são características do técnico Jorge Sampaoli e não é novidade pra ninguém. Independente da quantidade de zagueiros, as equipes de Sampaoli jogam ocupando o campo ofensivo com jogadores abertos pelos lados e um meio-campo ofensivo.
É muito cedo para avaliar com mais profundidade as opções táticas e para saber se os jogadores vão conseguir se adaptar ao trabalho e as ideias de Jorge Sampaoli. É preciso lembrar que Filipe Luís e Arrascaeta estão lesionados e Bruno Henrique está retornando e só não foi relacionado por causa do cronograma de retorno gradual.
Existem algumas situações importantes que precisam ser resolvidas: controlar a vaidade dos jogadores que não aceitam ficar no banco de reservas, blindar o elenco das questões administrativas do clube - apesar da excelente situação financeira o clima entre os dirigentes na Gávea é efervescente - e controlar o ímpeto dos torcedores que pressionam o grupo - pessoalmente ou nas redes sociais.
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quarta-feira, 19 de abril de 2023

Premier League anuncia veto a sites de apostas nas camisas dos clubes

 


Texto publicado pela ESPN
13 de abril de 2023
A Premier League e seus 20 clubes anunciaram coletivamente nesta quinta-feira (13) que não terão mais patrocínios de casas de apostas na frente das camisas após o final da temporada 2025-26.
A decisão foi anunciada após discussões envolvendo a Premier League, todos os 20 clubes e o Departamento de Cultura, Mídia e Esportes, enquanto o governo continua revisando a legislação de jogos de azar.
A primeira divisão da Inglaterra se torna a primeira liga a fazer essa decisão voluntariamente - os clubes da Serie A não têm permissão para ter empresas de jogos de azar como principal patrocinador de camisas desde as novas leis do governo em 2019, enquanto os times da LaLiga tiveram as mesmas restrições antes da temporada 2021-22.
Oito clubes da Premier League têm empresas de jogos de azar como patrocinadoras de camisetas nesta temporada, avaliadas em cerca de 60 milhões de libras (R$ 370 milhões) por ano. Mas terão até o final da temporada de 2025-26 para fazer a alteração, embora não haja restrições para os clubes vincularem novos patrocinadores de apostas nesse ínterim até o prazo obrigatório.
Os clubes continuarão a poder ter empresas de jogos de azar nas mangas da camisa e na publicidade de LED nos estádios, mas não como o patrocinador master na frente da camisa.
A Premier League trabalhará com outros esportes para desenvolver um novo código para o que eles chamam de "patrocínio de jogo responsável".
______________
Eu (Riva) resolvi publicar esse texto da ESPN porque o debate sobre a possível tributação das Casas de Apostas e as suspeitas de Manipulação de Resultados estão dividindo opiniões. Claro que a Manipulação de Resultados já acontece há muito tempo - inclusive já foram realizadas punições severas - mas a competitividade deve ser preservada. Sem honestidade o esporte perde credibilidade.
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terça-feira, 18 de abril de 2023

O controle do futebol pelo capital financeiro

No dia 04 de abril fizemos uma postagem sobre o livro “O valor da informação: de como o capital se apropria do trabalho social na era da internet” (Leia o texto AQUI).

Daremos continuidade ao assunto abordando a parte inicial do capítulo que fundamenta a reflexão sobre o controle do futebol pelo capital financeiro. Aos poucos, continuaremos com a reflexão, abordando os outros itens que compõem o capítulo (1- a sociedade espetacular; 2- novos regimes de apropriação capitalista; 3- relações sinérgicas entre futebol e mídia; 4- o lugar da TV “murada”; 5- economia política do futebol espetáculo; e 6- considerações finais), de forma que, ao final, tenhamos apresentado a ideia geral do raciocínio da autora sobre o tema.




O capítulo inicia com um importante dado que demonstra a força do futebol: “de acordo com a pesquisa realizada pela empresa GlobalWebIndex, 3,4 bilhões de pessoas assistiram a pelo menos um jogo durante a Copa do Mundo de futebol realizada na Rússia em 2018”. Ou seja, “(...) quase metade da população mundial deixou de lado sua rotina diária e dedicou no mínimo 90 minutos de seu tempo à contemplação do maior espetáculo mediático global. (...) Não apenas duas grandes equipes de futebol estavam se enfrentando como importantes marcas disputavam a atenção de torcedores (...). O espetáculo de 2018 rendeu à FIFA cerca de 4,5 bilhões de libras, mais de 20 bilhões de reais na cotação de 2018. Quatro anos antes, no Brasil, (...) acontecera a final mais vista na história da Copa do Mundo entre Alemanha e Argentina, (...) 1,1 bilhão de telespectadores”. (p. 213).

A autora segue fazendo uma rápida abordagem histórica sobre o futebol e observa que “(...) a mercantilização e a transformação do futebol em espetáculo e motor capitalista ocorreriam na segunda metade do século XX, especialmente guiadas pela FIFA. Jules Rimet, (...) presidente da instituição, foi o responsável pela criação da Copa do Mundo, ao negociar com as equipes nacionais a criação de um novo campeonato mundial para além dos Jogos Olímpicos. (...) Sob a presidência do brasileiro João Havelange (1916-2016), a partir da década de 1970, há um novo patamar social, para além de uma competição desportiva. Havelange seria responsável pela reorganização da FIFA, que assumiria posteriormente sua faceta empresarial, tendo por principal ativo o futebol espetáculo”. (p. 214).

Continua então a autora “(...) O futebol passou a ocupar lugar de destaque nas indústrias culturais, tornando-se vedete da indústria do entretenimento. E não demoraria a atrair o interesse de grandes grupos empresariais e do capital financeiro que controla as maiores corporações mediáticas globais”. (p. 214)

E segue afirmando que “produzir escassez artificial do produto cultural por meio da propriedade sobre os direitos de transmissão e construir “jardins murados” serão as principais estratégias utilizadas pelas corporações mediáticas para se apropriar do valor adicionado ao espetáculo” gerando “polpudas rendas para o mercado financeiro por meio dos altos preços cobrados pela transmissão dos campeonatos e veiculação publicitária e, por outro, para dar suporte à economia real com os produtos e os serviços que ajuda a promover e vender” (p. 214). Portanto “(...). De um lado, as organizações esportivas realizam a valorização do capital pela venda de direitos de transmissão e patrocínios. De outro, as empresas mediáticas capitaliza em cima da publicidade e das assinaturas dos canais. O processo de reprodução do capital evidenciado por Marx na fórmula D-M-P-(delta)M- (delta)D Adquiriu uma nova roupagem baseada no trabalho vivo de artistas e na distribuição imagética espetacular”. (p. 215).

segunda-feira, 17 de abril de 2023

As contradições de Daniel Alves deixam ele próximo de ser condenado pela Justiça Espanhola

 


Por Riva / 17 de abril de 2023 / segunda-feira / 22h45
Daniel Alves prestou o segundo depoimento à Justiça Espanhola na manhã desta segunda-feira, 17 de abril, e, mais uma vez, voltou a negar as acusações de estupro de uma mulher de 23 anos, no dia 30 de dezembro, na discoteca Sutton em Barcelona na Espanha.
Quando existe uma acusação - independente da gravidade, e essa contra Daniel Alves é muito grave - nem o acusador e nem o acusado podem mudar o depoimento. Mas, Daniel Alves, mudou a versão dos fatos mais de uma vez em seu primeiro depoimento, dia 20 de janeiro.
O ex-jogador disse no primeiro depoimento que não houve relação sexual, depois disse que houve sexo oral e hoje disse que que houve uma relação sexual "consentida por ambas as partes".
No dia 16 de fevereiro, o advogado de Daniel Alves, Cristóbal Martell, no julgamento do recurso que pedia que Daniel Alves aguardasse o desenrolar do processo em liberdade, utilizou da mesma versão que Daniel Alves disse nesta segunda-feira. Mas a Justiça Espanhola decidiu manter a prisão provisória do jogador
Em seu segundo depoimento, nesta segunda-feira, Daniel Alves voltou a afirmar que não houve agressão sexual e que a denunciante foi ao banheiro da discoteca Sutton por sua própria vontade. A defesa de Daniel Alves defende que o vídeo do circuito interno da discoteca na noite do dia 30 de dezembro não mostra indícios que houve agressão sexual.
No julgamento do recurso, já de posse das imagens (que estão em poder dos advogados de ambas as partes e não podem ser divulgadas ou publicadas), os juízes da Audiência Provincial de Barcelona decidiram que o brasileiro deveria continuar na prisão de Brians 2.
Não estou aqui para fazer qualquer tipo de acusação ou julgamento prévio, e somente o julgamento do caso pela Justiça Espanhola vai decidir o que vai acontecer.
A Justiça Espanhola está analisando o número de indícios, o risco de Daniel Alves fugir para o Brasil caso seja libertado para responder o processo em liberdade e a situação da jovem. Por falar da jovem que acusa Daniel Alves de estupro, ela - caso seja confirmado pela Justiça Espanhola o estupro - é a maior vítima dessa situação.
Daniel Alves precisa entender que a situação é gravíssima e, as contradições, jogam contra o jogador nesse momento caso ele continue mudando as versões todas as vezes que for depor.
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Futebol, crônica e poesia

Publicados em sua maioria nos jornais Correio da Manhã e Jornal do Brasil, nos quais o autor ocupou cadeira cativa durante muitos anos, os textos de Quando é dia de futebol mostram um Carlos Drummond de Andrade atento ao futebol em suas múltiplas variantes: o esporte, a manifestação popular, a metáfora que nos ajuda a entender a realidade brasileira. São crônicas e poemas escritos a partir da observação do autor sobre campeonatos, Copas do Mundo, rivalidades entre grandes times e lances geniais de Pelé, Mané Garrincha e outros.

 

Selecionados por Luis Mauricio e Pedro Augusto Graña Drummond, netos do poeta, os textos oferecem um passeio - muito drummondiano, e portanto leve, inteligente e arguto - por nove Copas do Mundo: de 1954, na Suíça, até a última testemunhada pelo autor, em 1986, no México. Não são, claro, resenhas de certames nem tentativas de análise futebolística. Vão além, em seu aparente descompromisso, pois capturam no futebol aquilo que mais interessava ao autor: a capacidade que o bate-bola tem de estilizar, durante os noventa minutos de duração de uma partida, as grandes paixões humanas.


“Confesso que o futebol me aturde, porque não sei chegar até o seu mistério”, anota o mineiro em um dos textos. Pura modéstia, como se verá na leitura deste Quando é dia de futebol, pois, se houve algum escritor brasileiro habilitado à decifração desse esporte apaixonante, foi mesmo Carlos Drummond de Andrade.

Fiz uma busca deste livro no site oficial da editora Companhia das Letras. Infelizmente, não encontrei. Mas ele pode ser encontrado em outros sites.

Boa leitura

domingo, 16 de abril de 2023

Precisamos de jogadores com o espírito radical de Sócrates

Nas décadas de 1970 e 1980, Sócrates usou o esporte como plataforma para desafiar a ditadura militar e lutar pela democracia. Para salvar o futebol, tanto a Copa do Mundo do Catar quanto a seleção brasileira precisam de mais esportistas heróicos como ele.

Sócrates pode nunca ter passado das quartas de final da Copa do Mundo, mas continua sendo um dos jogadores mais icônicos da história do torneio. Instantaneamente reconhecível por seu cabelo preto encaracolado, barba no estilo Che Guevara, e a maneira como ele pairava sobre seus oponentes com 1,82 de altura, cada centímetro parecia revolucionário.

Na Copa do México em 1986, onde perdeu um pênalti fatídico quando o Brasil enfrentou a França em uma disputa nas quartas de final, ele usou a faixa na cabeça – improvisada com a meia de um companheiro – que passou a defini-lo na mente de milhões. Embora mais tarde ele tenha acrescentado diferentes slogans – “O povo precisa de justiça”, “Sim ao amor, não ao terror”, “Sem violência” – o primeiro foi talvez o mais poderoso. Após o terremoto na Cidade do México no ano anterior, um desastre que matou milhares e expôs a amarga injustiça dentro da sociedade mexicana, a nação anfitriã ficou profundamente ferida. Sócrates veio com uma mensagem simples: “México Sigue En Pie” — “México Segue Em Pé”.

(Continue lendo este artigo de Will Magee, traduzido por Laira Vieira na Jacobin)

sábado, 15 de abril de 2023

Fluminense inicia o campeonato brasileiro como um dos postulantes ao título

 









Por Riva / 15 de abril de 2023 / sábado / 12h00

Antes de iniciar o campeonato brasileiro é normal a publicação de uma série de matérias em que os comentaristas esportivos opinam sobre a situação dos principais clubes e os postulantes ao título. Essa opinião tem como ponto de partida o futebol que os clubes apresentaram nos campeonatos estaduais, os elencos e, principalmente, o calendário dos clubes que estão disputando a Copa do Brasil, a Taça Libertadores e a Copa Sul-Americana.
No dia 29 de julho de 2022, eu (Riva) escrevi o texto - "Fluminense precisa ter regularidade nos dois tempos das partidas" - depois da partida do Fluminense contra o Fortaleza.
Naquela época, o Fluminense já era uma das equipes que jogava o futebol mais vistoso e atraente do futebol brasileiro. Quando opinamos sobre a qualidade do jogo de qualquer equipe, tem uma pergunta frequente para quem enxerga o futebol somente pelo resultado e conquistas de títulos: "joga bonito, mas ganhou algum título?" Ser "resultadista" ou "imediatista" não é errado porque o mundo se apresenta com mais entusiasmo e carinho para quem apresenta resultados positivos, rápidos e com regularidade - serve pro esporte e para o mundo corporativo. 
Segue abaixo o texto que eu (Riva) escrevi depois da partida (Fluminense 1 x 0 Fortaleza pela Copa do Brasil de 2022). É, sempre bom lembrar, que muitas situações (inclusive os atletas) mudaram e o texto serve apenas para termos uma ideia da evolução das duas equipes depois de quase um ano de trabalho.
O Fluminense é bem treinado pelo técnico Fernando Diniz que, apesar das dificuldades que enfrenta por ter um elenco limitado de peças de reposição, consegue dar um padrão de jogo com jogadores agrupados no setor da bola, o jogo pelos lados funciona, as inversões de jogo quase sempre conseguem surpreender a defesa adversária que geralmente estão desguarnecidas, troca passes com aproximação e mobilidade, cria jogadas de infiltração – principalmente pelo lado direito e pelo meio - e dita o ritmo da partida controlando o jogo.
Na partida desta quinta-feira, 28 de julho, contra o Fortaleza pela Copa do Brasil, a vitória por 1 a 0 com gol de Nonato foi importante e, ao mesmo tempo, preocupante. Não é de hoje que o Fluminense perde forças na etapa final das partidas e contra o Fortaleza não foi diferente. Dominante no primeiro tempo, a equipe de Fernando Diniz não conseguiu manter o mesmo ritmo no segundo tempo e o Fortaleza merecia sair de campo pelo menos com um empate.
Quando Juan Vojvoda substituiu Lucas Lima por Moisés, Ronald por Otero e Thiago Galhardo por Romarinho, o Fortaleza cresceu e começou a incomodar o Fluminense que já estava demonstrando sinais de cansaço. Fernando Diniz tentou fortalecer e oxigenar a equipe substituindo Ganso por Martinelli, Nonato por Felipe Melo e Cano por Marrony. As substituições não surtiram efeito positivo e o Fluminense continuou sendo atacado pelo Fortaleza. Na etapa final do segundo tempo, Juan Vojvoda substituiu Robson por Sílvio Romero e Fernando Diniz substituiu Matheus Martins por Willian e Arias por Yago Felipe.
O Fortaleza adiantava as linhas e fazia com que o Fluminense apresentasse muitas dificuldades de retomar e manter a posse de bola. Sem a bola e demonstrando um enorme desgaste físico, o modelo de jogo implantado por Fernando Diniz não foi executado no segundo tempo e a equipe foi dominada pelo Fortaleza. A falta de fôlego e, consequentemente, a queda de rendimento no segundo tempo das partidas é um dos grandes problemas que o Fluminense precisa corrigir o mais rápido possível.
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quinta-feira, 13 de abril de 2023

Mais de 360 mil viagens realizadas a lazer no Brasil são motivadas pelo esporte

 


No Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e pela Paz, o MTur ressalta a importância da prática não só para a saúde, mas também como forte motivadora de viagens
Matéria publicada pelo Ministério do Esporte dia 06 de abril de 2023
Nesta quinta-feira (06.04) é comemorado o Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e pela Paz, e o Ministério do Turismo tem vários motivos para agradecer a quem pratica e promove o esporte, que, além de trazer saúde, ajuda a fomentar o turismo brasileiro. Em 2021, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD Contínua Turismo, 363,6 mil turistas que viajaram pelo país a lazer, tiveram como motivação praticar ou assistir a esportes.
Além de movimentar as viagens de brasileiros, a prática foi responsável por trazer visitantes de outros países. Dados do Perfil de Demanda Turística Internacional, realizado pelo Ministério do Turismo, apontam que 2,4% dos turistas internacionais que vieram ao país a lazer tinham motivações relacionadas ao esporte.
Esporte + turismo é uma dupla de sucesso que só potencializa os destinos turísticos. No Brasil, essa união encontra um ambiente estimulante, por conta da diversidade natural, cultural e de atrativos. O turista esportivo tem um grande leque de opções para praticar seu esporte favorito. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, brilhou nesse quesito e foi escolhida pela segunda vez consecutiva como o principal destino da América do Sul em turismo de esportes, pelo World Travel Awards, iniciativa global que reconhece a excelência em viagens e turismo. Não é para menos, pois o Rio oferece esportes de várias modalidades, sejam eles de natureza (como arborismo e trilhas), realizados no mar (surf, standup paddle, entre outros) ou nas ruas da cidade (como as corridas, prática de skate e patins, lutas, etc).
A “Cidade Maravilhosa” é apenas umas das cidades brasileiras que têm esse poder de encantar o turista esportivo. De Norte a Sul, o viajante vai encontrar uma mistura de beleza com acesso a práticas esportivas em diferentes modalidades. Para quem gosta de natureza, a dica é visitar um dos parques naturais do Brasil ou as belas Chapadas e chapadões espalhados no país.
Para os amantes das águas, mergulhos e esportes para lá de molhados podem ser desenvolvidos em rios e mares nacionais, como nas cidades de Bonito (MS), no Jalapão (TO), ou no Parque Nacional de Anavilhanas (AM), contemplado pela beleza do rio Negro e por uma diversidade de fauna e flora.
Sua preferência é esporte urbano? Que tal correr em alguma maratona, como na Corrida Internacional de São Silvestre, em São Paulo, que ocorre no dia 31 de dezembro e reúne milhares de atletas de vários perfis (inclusive atletas com deficiência) ou a Volta Internacional na Pampulha, em Belo Horizonte, com seus 17,8 quilômetros?
Agora que você já sabe que a aliança entre esporte e turismo é um caminho que traz apenas benefícios, escolha aí a sua modalidade esportiva e já trace o próximo roteiro a ser visitado. Boa viagem!
Mais sobre a data
O Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e pela Paz foi estabelecido em 19 de agosto de 2013 pela Organização das Nações Unidas (ONU), para comemorar o potencial do esporte para a educação e formação cívica dos cidadãos. O lema da data é: Assegurando um Futuro Sustentável e Pacífico para Todos: a Contribuição do Esporte.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo