O Rio de Janeiro, como sabemos, é uma das cidades que pleitea a condição de sede dos Jogos. Supondo que seja a escolhida, a chamada Cidade Maravilhosa precisará, tomando como referência o orçamento atual, da bagatela de 38 bilhões de reais. Vou dizer de novo, por extenso: trinta e oito bilhões de reais.
Este é o valor que se encontra no Caderno de Encargos. O dinheiro servirá para os gastos com atividades fins (administração, competição, premiação entre outros e também, de infraestrutura como a de mobilidade urbana, aeroporto, etc.
Bem, como sabemos pela experiência de 2007, com o Pan-americano, este valor pode dobrar, mesmo quando observamos que ele já é um valor atualizado, ou seja, projetado para 2016 tomando como referência o ano de 2008.
Por hipótese, os Jogos nesse ano (2008) custaria vinte e oito bilhões e oitocentos milhões.
Daqui para 2016, teremos muita água rolando pelas baías poluídas do Rio. Algumas eleições municipais, estaduais e federais e os ventos sempre incertos da economia capitalista.
Em maio deste ano pautamos vários argumentos sobre este assunto (Rio 2016: vale mesmo apena?; Rio 2016: II parte e Rio 2016: III parte ), sempre argumentando contra o evento e favorável a aplicação dos recursos a questões estruturais e estruturantes do desenvolvimento humano.
O esporte, sabemos, transformou-se em uma grande mercadoria, potencializada pela quantidade de valor que podemos agregar a ela que vai desde o campo do lazer e entretenimento, passando pela área da responsabilidade e inclusão social, entrando nos aspectos do treinamento e rendimento físico entre outros.

Algum país vive em guerra? Esporte nele. Crianças vivem no mundo das drogas. Resolva o problema com doses homeopáticas de esporte. Problema de baixa autoestima? O menino e a menina não vão bem na escola? Tempo ocioso? Esporte, esporte e esporte.
Estamos (re)vivendo o que a Carmen Lúcia Soares chama de "receita e remédio para todos os males da sociedade" no seu livro Educação Física: raízes européias e Brasil.
No dia 02 de outubro, aproveitemos que é uma sexta-feira, vistamos branco e convidemos os orixás a bater um baba. Quem sabe o esporte não convence aos mesmos que o melhor para o Rio e para o Brasil é um outro direcionamento das verbas públicas?