quarta-feira, 31 de maio de 2023

Jogador de futebol resgatado de trabalho análogo à escravidão

Jovem jogador de futebol, negro e da periferia de Porto Alegre é RESGATADO DO TRÁFICO INTERNACIONAL PARA TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO. Ele foi para Dubai jogar, mas acabou resgatado a partir de denúncia feita à Comissão de Direitos Humanos da @AssembleiaRS e ao @ItamaratyGovBr.

Em julho de 2022, o jovem de 20 anos embarcou rumo ao sonho de ser jogador de futebol em Dubai. “Uma chance única”, era assim que era pressionado a ir pelos empresários do futebol. Em busca dessa chance única, ele foi para o time Al Rams Club. Mas após 30 dias, o jovem foi dispensado, e o motivo? Por sentir cãibras!

A partir disso, os empresários que o levaram para jogar futebol o colocaram para trabalhar em uma empresa de cosméticos, para produzir cremes durante 15h por dia, trabalhava sem salário e folgas, muitas vezes chegando a ter agressões. Para não ter seus documentos retirados, o jovem ficava constantemente escondendo.

Após constantes brigas, ele conseguiu fugir e procurou contato com a família e com a Comissão de Direitos Humanos da @AssembleiaRS, que junto ao @ItamaratyGovBr desencadeou o resgate. Por estar ilegal no país houve uma multa migratória inicialmente no valor de R$ 10 mil pelo governo dos Emirados Árabes.

Sim, além de passar por toda esta violação para poder ser resgatado precisou pagar uma multa migratória. Tudo por conta de uma portaria do governo Bolsonaro (MRE nº 402, de 22 de junho de 2022), que não permite mais o país arcar. Felizmente conseguimos negociar o valor e arrecadar através de uma vakinha entre os apoiadores do nosso mandato.

Conseguimos, através da Comissão de Direitos Humanos da @AssembleiaRS e do @ItamaratyGovBr e demais órgãos da União, a emissão da passagem de retorno dele ao Brasil. Depois de meses o jovem está de volta com a sua família. Sem dúvidas foi um dos abraços mais lindos que já vi.

Agora, vamos seguir junto a todas as instituições para garantir que esse esquema seja investigado. Também estaremos trabalhando para que o governo Lula altere essa portaria criada durante o governo Bolsonaro que quase impossibilitou a volta do jovem, e provavelmente de muitos outros brasileiros e brasileiras em situação similar. Chega de lucro com a escravidão!

Fio retirado do tuiter de Laura Sito (@laurasito). Jornalista, deputada estadual pelo PT, presidenta da Comissão de Direitos Humanos da ALRS e Representante Parlamentar do Brasil na FAO da ONU.

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