terça-feira, 20 de junho de 2023

Berlusconi: a Itália que deu certo

"O futebol é uma coisa, a política é outra. O futebol, devo lembrá-lo, é coisa séria", disse Silvio Berlusconi em uma entrevista.




À frente do Milan, que elevou ao patamar de supertime, ele ganhou um palanque político e mudou a história da Itália.

O Milan vivia crise nos anos 80, rebaixado duas vezes. Ele, que fez fortuna no mercado da TV privada, resolveu comprar o clube para promover ainda mais sua figura.

Numa época em que o futebol italiano se abria para estrangeiros, Berlusconi apostou em três neerlandeses: Van Basten, Gullit e Rijkaard.

Acostumada às retrancas, a Itália se encantou com o time treinado por Arrigo Sacchi, inspirado no futebol total.

O Milan conquistou a Europa e o mundo em 89 e 90, e os italianos acompanhavam aquela linda camisa brilhando nos maiores palcos do futebol, ao vivo e a cores pela TV.

Berlusconi queria mais e chegou a sonhar com uma superliga europeia como a que quase saiu do papel em 2021.

Ele via potencial numa competição que colocava frente à frente os melhores da Europa, mas a Copa dos Campeões Europeus, disputada em mata-mata, era um obstáculo.

Sob pressão de Berlusconi e com medo de perder o controle, a UEFA transformou o torneio na Champions League em 92.

No início dos anos 90, o Milan era "a Itália que deu certo".

Na política, o país vivia um caos, resultado dos inquéritos da Operação Mãos Limpas, que levou até 5000 figuras públicas a serem investigadas.

A imprensa, incluindo os jornais e TVs de Berlusconi, se esbaldava.

Em 90, ao receber a Copa do Mundo, os italianos apoiaram a seleção com a expressão "Forza Italia".

Na onda antipolítica que acabou com os principais partidos políticos do país, Berlusconi fundou seu próprio partido com esse nome em 1993. Virou primeiro-ministro no ano seguinte.

No poder, em meio a escândalos de corrupção, manejou o Milan de forma a se favorecer, com contratações às vésperas das eleições.

Em 2009, negou que venderia Kaká a todo custo. Veio a eleição, num domingo, e sua coalizão venceu.

Na segunda, Kaká foi anunciado pelo Real Madrid.

Nos estádios italianos, a frase "Forza Italia" foi trocada por "Forza Azzurri".

Berlusconi reclamou: "Estão politizando o futebol.

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