sexta-feira, 9 de março de 2012

"O pior cego é o que só vê a bola"

Quem acompanha o noticiário esportivo deve ter ficado surpreso em relação ao pedido de licença médica solicitado pelo Sr. Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL).

Isso porque, há poucos dias, o mesmo Sr. Teixeira trabalhou diuturnamente, junto às federações esportivas do país, para permanecer nos respectivos cargos, ameaçados que estavam pelas inúmeras denúncias de corrupção, entre outras, que recaíam sobre ele.

Uma pergunta, portanto, se impôs no despertar da minha consciência, antes mesmo do primeiro gole da quente e necessária cafeína matinal: Por que, depois de um esforço tremendo para se manter na direção da CBF e do COL, e dos presidentes das federações terem, mais uma vez, aclamados o seu nome para continuar nos cargos, o Sr. Teixeira solicita licença médica?

Sem condições de responder a uma questão de tamanha envergadura, recorri ao jornalista José Cruz que me deu a seguinte resposta. É tudo um jogo, Welington. O q o pessoal não se apercebe é que há milhões de dólares em jogo. Deixar a CBF por 60 dias é possível. Ele fez isso quando a CPI da Nike o apertou. Agora, ele sai por dois meses mas não larga o comando da Copa, continua lá, presidente. Com sua filha de secretária. É preciso ficar atento que os que o querem derrubar, presidentes de federações, são os mesmos que o mantêm lá por tantos anos. E se querem fazer isso é porque quem entrar vai recompensar. É um jogo de interesses antes de tudo. O mal não está centrado em Ricardo Teixeira, mas no sistema nacional de esportes.

Pois é. Faz todo o sentido esta resposta. A mesma nos permite reafirmar o título desta postagem: "o pior cego é o que só vê a bola". E acrescento que é necessário intervir, tanto no sistema esportivo nacional, quanto na base material que o torna possível, tal como é. 

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