Essa também é a frase mencionada ao menos umas duas vezes no filme Invictus, que estreiou na sexta-feira (29/01) nas salas de cinema aqui em Salvador. Não tenho dúvidas de que este filme será mais um que deverá compor a filmoteca de todos professores de educação física (ou não) que costumam utilizar a linguagem cinematográfica como um recurso a mais de abordagem dos conteúdos da cultura corporal.
O filme, um longa metragem de estilo dramático, é dirigido por Clint Eastwood, que também já nos proporcionou no belíssimo filme "Menina de Ouro", lançado em 2004, oportunidades de pedagogização do conteúdo Lutas nas aulas de educação física.No filme Invictus, um outro ator, que trabalhou no filme Menina de Ouro, também aparece. Trata-se de Morgan Freeman, interpretando nada mais, nada menos do que o presidente da África do Sul, Nelson Mandela. Aliás, para quem não sabe, foi o próprio Mandela que o escolheu para o representá-lo no filme que aborda, entre tantas outras coisas, o esporte como um instrumento contra o apartheid. Nas palavras do jornalista João Carlos Sampaio: (A TARDE, Caderno 2, 29/01/2010, p. 1)"Inteligente, Mandela/Freeman - já como presidente da África do Sul (...) vai usar o esporte como instrumento para unir brancos e negros, após a extinção oficial do regime separatista, o apartheid".
Em tempos de segregações veladas, atos racistas escamoteados, inclusive no campo esportivo (para quem tem dúvidas, veja a relação aqui) o filme é uma mão na roda para abordar esse espectro que ainda assombra a humanidade em diferentes lugares e de diversas formas no mundo inteiro. Para os professores de educação física, em particular, que compreende o esporte para além das fronteiras técnicas, táticas e de rendimento em busca de pódiuns, medalhas e troféus é um filme, dentre tantos outros (recomendo também Coach Carter - Treino para a vida), que nos ajudam a discuti, a pedagogizar os elementos da cultura corporal no interior da escola e fora dela.
Em tempos de apologia á Copa do Mundo, de ufanismo gratuito pelas Olimpíadas em 2016, no Rio de Janeiro, o filme Invictus é um antídoto para a mesmice que sai das mentes e bocas dos eternos dirigentes esportivos brasileiros, que ao contrário do Mandela, só enxergam no esporte valores monetários, rendimentos financeiros.





