Há muito tempo trabalho com a tese de que para entender o esporte contemporâneo nós , professores de educação física de maneira especial e qualquer outro profissional que tenha o esporte como seu objeto de apreciação e até àqueles que apenas o apreciam para além das suas obrigações sociais , tendo-o como um dos elementos de vivência , fruição , nos seus momentos de lazer , necessitam se apropriar , minimamente, de um campo de estudo e pesquisa muito desenvolvido na França, mas que aqui ainda engatinha. Trata-se da economia do esporte .
Obviamente que esta obrigação pesa muito mais nos ombros daqueles que tem o esporte como elemento da sua ação profissional . Professores de educação física , jornalistas esportivos , técnicos esportivos , administradores do marketing esportivo entre outros . Estes têm a obrigação de pelo menos conhecer as bases paradigmáticas da economia do esporte se quiserem desenvolver um trabalho esclarecedor para os seus distintos públicos- alvo . Isso é cada vez mais verdadeiro quanto mais as expressões esportivas são instrumentalizadas política e economicamente.
Se é a Revolução Industrial , no meio do século dezenove, que vai inaugurar o esporte moderno , será no final do século vinte, entre os anos de 1984 e 1986 que os elementos mercadológicos terão início como processo de influência e desenvolvimento do esporte , notadamente o esporte chamado de competição ou performance . Alguns fatores são determinantes desse processo , são eles : a) financiamentos privados dos Jogos Olímpicos de Los Angeles; b) exploração dos símbolos olímpicos de forma comercial ; c) a introdução do marketing esportivo de forma profissional e mundializado; d) a quebra do monopólio das transmissões esportiva via televisão pública e, consequentemente e) a inauguração de vários canais de televisão do setor privado . Tudo isso somado aos necessários processos de desregulamentações das leis que ainda regiam o esporte moderno sobre bases amadorísticas. (Economia do Esporte , Jean-François Bourg & Jean-Jacques Gouguet. Bauru , SP. EDUSC, 2005).
Estudante de Educação Física - UFPA
ResponderExcluirAcredito que é muito polêmico, tentar por via gnosioepistêmica criar campos ou áreas de conhecimento a determinados fenômenos sociais ou objetos de estudo. Claro que cada objeto/fenomeno apresenta suas particularidades e singularidades, mas se não entendermos suas várias formas em geral, sua dinâmica e movimento em interconexão com a totalidade do modo de vida moldado pelo capital, tal "Economia do esporte" não apresentará conteúdo em sua forma subjetivamente auto-sustentada, ou seja, por viés epistemológico lhe dar autonomia. Devemos sim compreender a filosofia marxiana em seus lineamentos ontológicos de investigação e estudar sua crítica a Economia política e sua continuação marxista a fundo, sem as quais não teremos pressupostos para teorizar o fenômeno que chamamos de Esporte, sem hipertrofia-gnosiológica da particularidade desse fenômeno. Pois não vai demorar para haver outras como "Economia da Luta", "Economia da Dança", "Economia do Jogo", "Economia da Musculação", "Economia do Pilates"