terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Há males que...o quê?

por Éder Ferrari

Por mas que acompanhe futebol fissuradamente desde os cinco anos de idade e, com uma visão mais apurada dos bastidores, há uns dez, ainda estou engatinhando. Percebi que sigo ingênuo. Mesmo com toda a delicadeza técnica do elenco mantido pela diretoria do Bahia, acreditava a primeira fase da Copa do Nordeste ser apenas protocolar. Afinal de contas, apesar de ser uma base pífia para Campeonato Brasileiro, em comparação com os times da região, era de se imaginar uma passagem tranquila. Pelo contrário! Duas derrotas seguidas em casa sendo, a segunda, para atual modesto time do ABC (não confundir com o clube), uma das maiores vergonhas dá já manchada recente história tricolor. Mesmo que uma porrada dessas sirva para mostrar a extrema fragilidade da equipe no presente e no futuro próximo, não tem como ter um sentimento que foi bom. Não tem como dizer “há males que vêm para o bem”. É muita humilhação!
 
Difícil imaginar algum lugar que Souza passaria como se nada houvesse feito. Depois de uma derrota humilhante, com um futebol medíocre, o sujeito ironizar a torcida é digno de justa causa. Mais nada será feito! Virou moda treinadores e jogadores do Bahia colocarem a culpa de tudo na imprensa e nos torcedores. Para a diretoria esse “migué” parece ser conveniente. Quem não se respeita, vai exigir respeito de alguém? Mais os tricolores também têm culpa no cartório sim! Isso é o que dá criar aura de ídolo para um sujeito que não fez nem metade dos jogos da última temporada. E não o fez por irresponsabilidades, como agredir adversários (coisa que fez, novamente, contra o ABC) ou perder noites e mais noites, quando deveria ficar de repouso para recuperar as inúmeras lesões musculares. Recebam o Caveirão pulando, que ele não é viado! 
 
O Bahia hoje vive um contexto de mediocridade! Manteve uma base que evitou o rebaixamento na penúltima e última rodada nos Brasileiros de 2011 e 2012, respectivamente e, mais uma vez, trouxe apenas jogadores sem mercado. Nenhum, repito, nenhum, dos contratados para 2013 eram sequer titulares nos clubes de onde vieram. Não sou idiota de achar que o cara é ruim só por que era reserva. Não é esse o ponto! Acontece, que todos eles, sem exceção, veem de temporadas fraquíssimas! Obina fez três gols em 28 jogos pelo Palmeiras! Adriano era banco em um dos piores clubes do Campeonato Chinês! Pablo e Toró foram afastados por deficiência técnica no lanterna do Brasileiro! Thuram era terceira opção da Chapecoense na Série C. Magal, Brinner e Demerson meros coadjuvantes de elenco sem brilho, em Flamengo, Botafogo e Coritiba, respectivamente. Rosales é uma completa incógnita e o goleiro Douglas veio para ser quarta opção do grupo. Depois, quando meu amigo Darino Sena escreve que Paulo Angioni e Marcelo Guimarães Filho se concentram em trazer apenas “refugos”, soltam nota chiliquenta de repúdio. E a vergonha aumentando!
 
Se classificando ou não – precisa vencer o Itabaiana em Sergipe por 5x0 para não depender de outros resultados -, a diretoria precisa ver que tem de mudar muita coisa. Nem vou entrar na parte administrativa, que aí seria um livro e não um artigo. Esse elenco não vai para lugar nenhum! Na volta da Fonte Nova, em ano de Copa das Confederações, com o maior rival retornando a Série A, não podem se contentar apenas em ser menos pior do que quatro outros clubes! A torcida não merece isso! Por sinal, vejo muita gente colocando o Bahia em um plano de “não é mais problema meu”. Ficar sofrendo, sendo deixado de lado, sem a menor previsão de que vão se importar com você, cansa! Conheço tricolores que não viram nem jogo ainda esse ano. Estão brincando com o sentimento e o orgulho das pessoas. Uma hora nego abusa de apanhar. O Bahia - instituição e torcida - precisa se respeitar para ser respeitado!

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