terça-feira, 9 de outubro de 2012

De renascer para o reviver: Itabuna disse não ao capitão e não ao "coronel"


"Em Itabuna, os eleitores disseram não tanto ao capitão quanto ao coronel". O capitão Azevedo (DEM) não vai mais governar a cidade. Mas perdeu demonstrando densidade eleitoral, ostentando um número expressivo de votos, 44. 516. O vencedor do pleito, o candidato Vane do Renascer (PRB), conseguiu pouco mais de 1.100 votos na frente, totalizando 45.623, elegendo-se prefeito. Em termos percentuais, 40,61% contra 41,62%, respectivamente.

Derrotado mesmo e de forma acachapante foi o "coronel", o senhor Geraldo Simões (PT). Espero que o mesmo entenda - e para homens públicos a derrota é uma oportunidade de rever posições - que o Partido dos Trabalhadores se originou combatendo práticas autoritárias e que o mesmo não sobrevive se no seu interior se reproduz as mesmas táticas e estratégias ditatoriais oriundas em um tempo de terror, tempo este que o próprio PT, através da Comissão da Verdade instituída pelo governo da presidenta Dilma quer esclarecer e punir os algozes de sujeitos que lutavam pela restauração da democracia no país.

O tempo dos feudos acabou. Precisamos ampliar e aprofundar a democracia e isso deve se estender para a nossa prática social. Um partido político, independente da sua coloração, precisa ouvir a sua base e não insistir em algo que não representa o anseio da mesma. Ainda mais quando a insistência se funda em algo que foi testado e não foi aprovado em outro pleito, como foi o caso da candidata Juçara, nas eleições de 2008. Se naquele momento, o seu nome já não representava os anseios da base, o que mudou de lá para cá para a manutenção do seu nome? Absolutamente, nada!!! Por que, então, a insistência no mesmo? Fica a pergunta no ar.

Política não se faz com arrogância, mas, sim, cultivando a arte do possível, dialogando e ponderando sempre pelos interesses da classe que o partido representa, no caso do PT, os trabalhadores assalariados. Em política não existe espaço vazio e precisamos, nós todos que acreditamos no PT e não no PT do G, como o partido é conhecido pelos grapiúnas, tamanha a ingerência do senhor Geraldo Simões, aproveitar o momento e refundar o partido na cidade. Em nível nacional este movimento está sendo pensado, principalmente pela corrente O Trabalho e podemos, também, reproduzir este movimento no interior do PT grapiúna. O que nos impede?

O momento é mais do que de reflexão. É de estudo, de debate, de retomada da formação política e de quadros, de voltar para a base, para as comunidades, para a organização da classe trabalhadora, levantar a bandeira do socialismo, em síntese, politizar a sociedade e o debate sobre questões fundamentais para a cidade de Itabuna.

Mais do que RENASCER, precisamos REVIVER todas as utopias emancipatórias forjadas pela esquerda em diferentes momentos do desenvolvimento da humanidade. O tempo histórico é mais do que propício para esta empreitada. Aproveitemos as cinzas que restaram do último pleito e façamos delas a fênix que restaurará Itabuna.

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