sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Não queremos só estádios

Ontem se reuniu no hotel Royal Tulip, no Rio de Janeiro, a diretoria do Comitê Organizador Local da Copa de 2014 (COL) e o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, para avaliar as visitas realizadas nos estádios e estados que sediarão os jogos do certame. Participou também do encontro o secretário-executivo do Ministério dos Esportes (ME), senhor Luis Fernandes.

Em uníssono, expressões positivas sobre as visitas ecoaram para a imprensa. Com exceção da Arena das Dunas, em Natal, que se encontra com as obras deveras atrasadas e, em função disso, ficará sendo monitorada pela FIFA, "(...) as obras estão indo muito bem, os estádios vão ficar prontos no prazo e o brasileiro vai fazer uma excelente Copa do Mundo. Fiquei muito orgulhoso disso tudo". Palavra do senhor Ronaldo Nazário, ex-Corinthians, dublê de cartola e membro do Conselho de Administração do COL.

Mas antes que nos esqueçamos, a Copa do Mundo não se resume a construção de estádios e o brasileiro, que não desiste nunca, já deu provas suficientes de que é capaz de realizar grandes eventos esportivos. Expressão mais recente disso foi o Pan-Rio 2007 e os Jogos Militares de 2010. O que precisamos saber, ou mais do que isso, ficar atentamente vigilante, diz respeito ao conjunto de outros ganhos possivelmente materializáveis em função, dizem, dos megaeventos esportivos no país e que é traduzido pelo discurso oficial como legado.

A questão que se levanta é, portanto, a seguinte: as obras nos estádios vão relativamente bem. Mas e a chamada mobilidade urbana? Como andam as construções e modernizações dos aeroportos? O que dizer dos portos e da infra-estrutura relacionada ao turismo? As cidades que não serão sede de nenhum jogo oficial da Copa, mas que servirão de lugar para aclimatação das equipes estrangeiras, como estão? E as rodovias federais? Essas e muitas outras perguntas, passados mais de quatro anos do anúncio do Brasil como sede do evento, continuam sem respostas satisfatórias.

3 comentários:

Elson disse...

Grande Welington!
Para nos preocupar ainda mais, a consultorias econômica LCA, em estudo encomendado pela Folha, aponta que "[...]os eventos de maior êxito sob o ponto de vista econômico e social, e não necessariamente no plano esportivo, consumiram proporcionalmente mais investimentos na infraestrutura das cidades e menos em equipamentos esportivos." (Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/813673-copa-2014-segue-maus-exemplos.shtml).
"Nos casos de sucesso listados pela LCA, o percentual gasto em equipamentos esportivos oscila na faixa dos 10%, como na Olimpíada de Barcelona, em 1992 (9,1%), e na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006 (11,1%).
Para a próxima Copa do Mundo, dos R$ 22,7 bilhões de gastos previstos, 25% serão usados na construção de estádios. O Brasil vai no mesmo caminho do último Mundial, na África do Sul, no qual quase 28% do orçamento foi alocado em arenas.
Autor do estudo, o economista Bráulio Borges, da LCA, declara que o projeto brasileiro tanto para a Copa do Mundo de 2014 como para a Olimpíada de 2016 não prevê investimentos significativos em revitalização de áreas urbanas degradadas, novas linhas de metrô e outros meios de transporte nem na melhoria da infraestrutura urbana em geral."
Ou seja, não vamos bem!!!

Welington Silva disse...

Elson e demais. Estou preparando uma postagem q vai nesta direçao, focando as olimpíadas. 70% das escolas públicas do país q quer ser potência olímpica não tem quadra para as aulas d educação física.

Welington Silva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.