domingo, 19 de dezembro de 2010

Ministra do Esporte

Dilma Rousseff, presidente eleita com 56% dos votos válidos no segundo turno das eleições do dia 31 de outubro último, desde que passou a se preocupar com a formação do seu ministério, colocou como objetivo se cercar do mínimo de um terço de representantes femininas em diferentes pastas. Tarefa nada fácil, já que historicamente as definições são menos de caráter técnico e mais político, e o arco de alianças foi grande: dez partidos, entre os quais PT, PMDB, PSB, PC do B e PDT, e todos vão querer um espaço no futuro governo.

Atualmente são 37 ministérios. Quando Dilma foi diplomada, no último dia 17, faltavam 14 cargos a serem preenchidos, entre eles o da Cultura, Saúde, Assuntos Institucionais, Portos e Aeroportos, Integração Nacional e Esportes. Só para citar os de equação mais difícil no tabuleiro político, segundo os avaliadores da política nacional.

Em se tratando da pasta do Minstério dos Esporte a equação já foi solucionada, mas não oficialmente. Mais é dada como favas contadas a saída do ministro Orlando Silva, que pode vir a ocupar um suposto Ministério Olímpico e a entrada, para substituí-lo, da deputada eleita por Pernanbuco, Luciana Santos. Mais uma mulher no governo da Dilma.

Pernambucana, engenheira elétrica por formação, foi prefeita de Olinda por duas vezes e em outras ocasiões, secretária de ciência e tecnologia e meio ambiente, além de ter ocupado a assembléia estadual como deputada.

Em entrevista ao portal Vermelho, mantido pelo seu partido, o PC do B (a mesma é vice-presidente nacional do partido), a então deputada federal eleita na última eleição que consagrou Dilma, e "atual" ministra do esporte, disse que o foco dela era a Ciência e Tecnologia.

Podemos perceber pela sua trajetória política e pelo próprio interesse explicitado que o esporte passou longe dos seus objetivos mas, como sabemos, concordemos ou não, invariavelmente a escolha é mais política e menos técnica, compondo os interesses corporativos em função do arco de aliança construído para as eleições majoritárias.

Para nós, que defendemos a democratização do esporte, mais verbas para as políticas públicas que efetivamente se volte para o público, para a cidade, para o desenvolvimento de praças e espaços para a prática esportiva e de lazer para todos e não para alguns, pouco importa o nome. O que vale é o projeto que o partido encarna e até o momento, na minha humilde avaliação, preocupa o projeto do PC do B para o esporte nacional, inclusive em função das mediações de todas as ordens provenientes dos megaeventos esportivos que estaremos sediando nos próximos anos.

Otimista, porém, não ingênuo, desejo sucesso a nova ministra. Que o seu partido paute suas ações objetivando a democratização do esporte, a ampliação dos espaços e equipamentos de lazer nas cidades e que articule esses elementos com um projeto de formação ampliada da cultura corporal do seu povo.

6 comentários:

Guilherme B. Pacheco Pereira disse...

Caro Wellington,

De fato as administrações do PC do B no Min dos Esportes não tem sido lá essas coisas. Mas vamos primeiro dar o voto de confiança à nova ministra. Entretanto, neste contexto, o próprio Orlando Silva tenta esvaziar a Autoridade Olímpica, que é um órgão muito diferente de um ministério pois de certo modo responde também ao COI.

Parabéns pelo Blog

Welington disse...

A questão é que agora não é mais ministra e sim, ministro. Continua o Orlando Silva a frente do ministério. De repente pode até acumular cargo, tal como o Ricardo Teixeira.

Unknown disse...

O projeto do PCdB não preocupa apenas o professor mas é preocupação de várias pessoas que ver o esporte como um bem cultural, e como tal a tod@s pertence, que tem sua história construída por várias gerações.

Não concordo que se houvesse a substituição do nome de Orlando Silva para o de Luciana Santos (o que não aconteceu) mudaria a política do Ministério do Esporte (ME), pois o que está em jogo é o projeto do PCdoB, na minha opinião mudaria do "seis" para o "meia-duzia", ou melhor, seria apenas uma mudança de genero.

Se a grande política do ME era do Esporte de Alro Rendimento - apesar da grande divulgação do PST (Segundo Tempo) -, com a confirmação da Copa do Mundo e das Olimpiadas no Brasil a tendência do investimento no setor do Alto Rendimento é aumentar. Lembra do "projetar o Brasil entre os 10 mais...potência esportiva"

Penso que, na conjuntura, "a única" pessoa que poderia dar jeito no ME, de fazer uma transformação tanto de essência quanto de aparência seria o prof. Lino Castelanni (e equipe), que inclusive travou vários embates com os representantes do PCdoB quando fora Secretario Nacional de Esporte (na impplantação do ministério) e com toda dificuldade encontrada conseguiu juntamente com outras pessoas desenvolver o PELC (Esporte e Lazer da Cidade) que foi o único projeto esportivo que conseguiu dar avanços democratizando as praticas esportivas numa perspectiva transformadora.

Abraço.

Anônimo disse...

Meu amigo Wellington,é Rvelino. É uma pena que a maioria de tudo que nos que amamos o esporte em geral não saia do papel. por exemplo aqui em itabuna a secretaria de esportes está para se extinta, se as quadras, as areas de lazer já estão totalmente desativadas, sem essa pasta vai ficar ainda pior. ontem dia 20/12/2010 o ministro dos esportes Orlando Silva foi confirmado.
é uma pena que tudo isso esteja acontecendo com esse país , que tem um potencial incrivel em todas as areas do esporte, para um atleta ter sucesso tem que no minimo treinar fora do país, e nos temos varios exemplos.
welington eu asistir uma matéria na ESPN falando da dificuldade de atlétas da ginastica para obter patrocionios, inclusive foi mostrado uma reportagem na baixada fluminense de uma garota que se destacou tanto nos treinamentos que o flamengo contratou a atléta.
só que tem um detalhe a falta de estrutura é tão grande, que ela mora na casa da treiandora do flamengo, para ficar mais perto de ginasio do flamengo.
eu estou comentando isso não tem nada a ver com o fato de ser flamengo, já que você sabe que eu sou VASCO, mais isso acontece com todos os clubes que não apoiam o esporte olimpico no BRASIL.
Orlando Silva, só está pensando em copa do mundo e em olimpiadas no BRASIL, está correto só que deveria existir uma politica esportiva mais consistente, por que todos os anos nos perdemos varios atlétas por falta de insentivo.

LEIAM MEU BLOG, RECOMENDE PARA SEUS AMIGOS.
http://rivelinosantos.wordpress.com/

Anônimo disse...

Itabuna é o retrato de como o esporte é tratado no Brasil. Fica cada vez mais difícil morar nesta cidade...mas continuo amando-a.

Glória

Welington disse...

Acabo de chegar de Itabuna. Fui passar o natal com minha mãe. Cada vez que vou à minha cidade natal, fico triste em relação ao que encontro. Abandono em cima de abandono. A impressão que tenho é que a mesma está entregue a aventura (ou desventura) do acaso. Se não fosse pela força e luta de muitos grapiúnas que ainda acreditam na cidade, a mesma já teria se transformada no que conhecemos como "cidade fantasma". Vc é uma dessas pessoas, Glória.