segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Sobre Haiti e futebol

O Haiti está na moda. Ou melhor, na mídia. Nunca na sua história este país esteve tão exposto aos holofotes midiáticos. Tudo isso em função da catástrofe em que o mesmo foi atingido no dia 12 de janeiro último, matando mais de 200 mil pessoas, segundo estimativas das autoridades haitianas.

Catástrofe parece ser o segundo nome deste pais politicamente frágil. Em 2008, como sabemos ou já tinhamos esquecido, o mesmo foi abatido por quatro tempestades que mataram 800 pessoas e deixaram mais de um milhão desabrigadas.

Até agora, segundo fontes oficiais, além dos mortos, foram contabilizados 194 mil feridos e um milhão de desabrigados.

Fora essas duas catástrofes, as únicas vezes em que obtive informações sobre o Haiti via televisão foi na visita da seleção brasileira em agosto de 2004 no amistoso internacional da paz e do envio de militares também brasileiros como força da paz. Depois disso, só mesmo um terromoto arrasador poderia fazer com que o mundo se voltasse para este país sofrido, de pobreza extrema e com uma dívida externa de 640 milhões de dólares.



Este país, que demonstrou quando da visita da seleção brasileira um amor extremo ao esporte mais popular do mundo, o futebol, também chora a morte dos seus atletas e membros das federações esportivas do país. Mais de 30 foram mortos na catástrofe até agora.

O futebol pela paz, diante da conjuntura, agora é o futebol contra a pobreza e a favor da reconstrução do Haiti. Kaká, Zidane, Rivaldo entre outros, que juntos devem ganhar salários maiores do que a dívida haitiana, se reúnem em jogo amistoso organizado pelas Nações Unidas, em Portugal.

Bem que este amistoso pró-Haiti poderia ser jogado, assim como o jogo da paz, no estádio de Porto Príncipe. Mas no gramado do mesmo o que se vê são centenas de lonas que abrigam alguns sobreviventes da tragédia.

É o jogo da vida que lá é jogado. Saudade, tristeza, dor, desolação, mas, sobretudo, otimismo, esperança e luta são os titulares. O povo haitiano, talvez mais do que qualquer povo nas américas, sabem jogar esse jogo.

Se contra a seleção brasileira, a seleção do Haiti perdeu de seis a zero, neste jogo da vida, ao contrário, ela ganhará de goleada sobre todos àqueles que quiserem subestimar as suas forças, incluindo as catástrofes naturais.

28 comentários:

Carlos Almeida disse...

http://blog.estadao.com.br/blog/media/Janjaweed%20desirey%20minkoh%20france%20presse.jpg

Situação difícil essa! Comentar uma postagem sobre o Haiti de forma crítica, de ser crítico, de teoria crítica mesmo, "frankfurteano". Posso ser execrado! Não que eu não esteja acostumado, mas, tou tentanto cuidar mais um pouco da minha "imagem".

Alguém que me falou, ou melhor, orientou, porque até mesmo os espaços tenho deixado de ocupar por ser assim, digamos, radical demais, polêmico. Haverá especialização pra ser "baba-ovo"? Careço dela, urgente!


Mas, emfim!!! Sou um condenado!!!

Apologias a parte aos discursos da pobreza haitiana, por favor, me permitam abstrair no tempo e a princípio ironizar a postura do governo americano ante a catastrofe natural que assolou aquele pais sendo quê, cá pra nós, pós o encontro de Copenhague, onde mais uma vez, remontando os idos do protocolo de Kioto, os EUA se recusaram a assinar acordos capazes de diminuir os índices de emissão de poluentes no meio ambiente, emissões essas feitas em sua maioria pelos paises ricos (ou economias emergentes como as da China) que potencialmente são capazes a médio longo prazo de produzirem catástrofes naturais bem mais danosas as que ocorreram no Haiti, em todo o mundo e sem movimentação de placas tectônicas é verdade, mas mesmo assim, danos irreversíveis pelo que dizem os especialistas no assunto.

Dito isso, vou mais além criticando a postura dos mesmos EUA em tomar para Ele de forma arrogante como sempre e ostensiva, o comando das operações em terra, inclusive se achando no direito de, através do seu "american way of to do and to be", tomar posse das ações desrespeitando a ONU e os outros países que lá estão e que são importantes tanto quanto os EUA.

Não me execre nem me chingue ainda, caro leitor, antes de ler eu escrever a conotação política que tem sido dada a catástrofe, onde já se fala em ocupação estratégica do lugar por parte do "uncle SAM". Ó pobre alma a minha! Louco! Insensível aquela dor dos que perderam tudo! Mas, leitor...será que você sabe que antes a dor de pernas cortadas, isso mesmo, amputadas em praça pública por mílícias rebeldes e o governo eram comuns em plena guerra haitiana? Onde estava a ONU e os organismos internacionais até então? Eles, os cidadões haitianos, estavam se reabilitando e bem oportuno citar que o futebol, mesmo para os amputados, era até então um meio de reconstrução biopsicosocial dos mesmos.

Bom! Paro aqui! Soltem o verbo! Vou pedir que me desculpem a fala, como sempre! Mas, é como se diz, não se ensina cachorro velho!

Se eu lamento pelo Haiti, ora,bolas, claro que sim! Tem um bem aqui, em uma invasão na Gabriela 03, Bairro de Feira de Santana, sem guerra, nem movimento de placa tectônica, mas com fome, com sede, sem twitter! Sem ajuda do poder público! Há, lembrei que já levei mingau lá com pão algumas vezes! Alguns me perguntavam:"Não vai ter culto antes?". Eu dizia: "Não, vcs podem comer a vontade, não somos de igreja!" (!)

Continuemos brincando de "faz-de-conta"...e eu, com meus demônios! Pobre Haiti. Lamento muito! De coração! Críticas a parte! Pobre de mim!

Pronto, jogue duro agora! Pode bater!

Amplexos!

Carlos Almeida disse...

http://www.band.com.br/jornalismo/mundo/conteudo.asp?ID=208060

Manoel Gomes disse...

Eu vim aqui para comentar, mas Carlos já disse tudo, sem sua autorização, "assino"embaixo, e digo ao "Mestre" Welington,é ótimo, não?, quando o comentário é uma extensão da postagem, parabéns aos dois...

Welington disse...

Não tenha dúvida, meu querido amigo Manoel. Comentários que ampliam, acrescentam, questionam e/ou criticam, não concordando com o ponto de vista do blogueiro é sempre benéfico. Nem sempre conseguimos dizer tudo em virtude do espaço que temos e, obviamente, nem sempre conhecemos ou temos competência para dizer tudo, se é isso possível. Fica aqui o meu agradecimento ao Carlos. Não obstante o mesmo tê-lo contemplado, gostaria muito de "ouvir" os seus comentários por aqui. Fico no aguardo.

Carlos Almeida disse...

Caro Manoel...Obrigado pelas suas palavras!

Temi ser execrado por ser crítico e suas considerações me deixam no lucro, me enchem de lisonja.

Concordando plenamente com o texto principal do Prof. Welington acrescentando no meu comentário tão somente modestas considerações que considero pertinentes a temática.

Forte abraço!

PAULO KRAIDE PIEDADE (PAULOFILÉ) disse...

Wellington, Carlos & demais frequentadores do BLOG.

Saudações!
Conheci recentemente esta página e cada vez mais me sinto convencido que Bill Gates nem imaginava onde chegaria e ainda chegará, sua invenção. Lamentavelmente o "animal" que o utiliza é muito falho... e nem sempre o faz adequadamente. Mas, não é o caso deste "ponto de encontro da cultura" é claro!
Sou obrigado a concordar plenamente com as palavras do Carlos, esta é a triste realidade. Porém, o texto do professor pode também nos passar a ESPERANÇA...
Existem várias formas de evidenciarmos um tema e o Prof. Wellington foi muito feliz no aspecto da solidariedade. Esta é a hora de ajudar... sei que inúmeros outros lugares precisam... "em frente a minha casa também". Acabo de ler que as mães estão com dificuldades para amamentar no Haiti. Já pensaram? O desespero em um mãe ao sentir que seu filho pode morrer porque ela não consegue alimentá-lo?
Nosso presidente às vezes exagera em algumas coisas e isto não é problema meu. Mas, eu gosto do Lula quando retorna aos anos 70/80, desce a rampa(literalmente) e bate na cara da burguesia... é o que nosso presidente faz melhor!
Eu, mero professor de educação física, pudesse iria até o Haiti, brincar de bola com os dois garotinhos da foto da postagem e quem sabe, juntar mais alguns, demarcar um campinho, arrumar dois jogos de coletes, ajeitar quatro tijolos(como trave) e distraí-los um pouco... da imensa dor que devem estar sentindo por tudo... por culpa das reações da natureza ao nosso descaso com ela!

Forte abraço e fiquem com DEUS, pois, só ÊLE mesmo!!!

PAULOFILÉ55

Welington disse...

Filé. Não acredito em deus. E se por algum acaso ele existe, não tenho dúvidas alguma de que o mesmo joga dados. Se der o número um, fome na áfrica. Número três, mais um tremor no Haiti. Deu seis? Enchentes em São Paulo, de preferência nos bairros mais pobres. Respeito quem acredita. Se você me perguntar então em quê eu acredito, lhe digo: na força coletiva, na luta de classes, no enfrentamento concreto dos movimentos sociais, na força criativa e criadora do trabalho humano. Digo de novo: respeito os seus sentimentos e sua crença de acreditar que "só ELE mesmo!!!" E achei de muita sensibilidade a sua proposta de distrair um pouco os garotos do Haiti, jogando uma partida de futebol com ele. Um grande abraço e obrigado pelo comentário e visita.

Anônimo disse...

Ao contrário do Professor Welington, eu acredito em Deus. Acredito mesmo. Entretanto, assim como ele, eu creio que o Haiti é responsabilidade do ser humano. O Haiti de ontem e de hoje. Não adianta pensar que Deus resolverá os problemas da humanidade, não resolverá, pois, Ele respeita as escolhas que fazemos. Eu tô aprendendo com o Esporte em Rede/Movimento do Real/Fome do Leão etc que o caminho é a "força coletiva, o enfrentamento concreto dos movimentos sociais, a força criativa e criadora do trabalho humano".
Também sei que o Haiti é aqui (falo por experiência própria ), mas é por isso mesmo que nós, brasileiros, sabemos o quanto o povo haitiano está sofrendo e como está precisando de ajuda. É impossível ficar imune. Eu fiquei comovido com o que Paulo escreveu em relação aos garotos da foto, pois eu me vi neles na cor, na magreza, na terra batida, na dor. Paulo também sinalizou que é possível ajudar de várias maneiras.
E mesmo sabendo que Deus não salvará o Haiti, nem os mendigos da minha cidade, nem meus amigos que passam fome, nem o pessoal que vive do Bolsa Família, ainda assim, eu rezo, eu rezo, eu rezo...



Kuat

PAULO KRAIDE PIEDADE (PAULOFILÉ) disse...

Caro Prof. Wellington & Blogueiros.

Permitam mais uma visita... Saudações!
Ser cético em termos religiosos não é defeito, pelo contrátio, uma coragem imensa em desafiar o desconhecido... eu não sou beato, mas, pela cultura e tradição do meu país e minha família, mantenho minha devoção em DEUS(que, cada qual pode "batizar" com sua preferência de acordo com a crença)tudo motivado pelo de um "cara" chamado Jesus Cristo, que, enviado para nos avisar de um monte de coisas que andam acontecendo com a humanidade, foi exemplo de humildade e amor ao próximo. Coloco estas palavras não para me opor ao seu posicionamento religioso, pelo contrário, concordo plenamente quando o professor coloca que acredita:"na força coletiva, na luta de classes, no enfrentamento concreto dos movimentos sociais, na força criativa e criadora do trabalho humano", mas, tudo isso só pode ser motivado por uma FORÇA MAIOR, uma REFERÊNCIA de atitudes, porque nós humanos somos extremamente falhos e pequenos,
para sozinhos chegarmos até uma situação destas, então o deus de cada um é essencial para que respeitemos a natureza, o semelhante, os animais, enfim, tudo aquilo que foi criado por alguém... na minha modesta opinião por DEUS, por isto eu também rezo, em casa, às vezes no templo, mas, peço para alguém que vá além de minhas forças para nos ajudar a salvar a pobre raça humana. Endendo ainda que, muitos usam as crenças para enganar os outros e ganhar bens materiais, por isto não aceito essa mistura: religião x dinheiro, mesmo acreditando que alguns podem usá-lo na divulgação da religião, manutenção, etc. Creio que como sobrevivo com o meu trabalho, os que querem ser mais ligado a religião do que eu também tem que fazer isto...
Quando coloquei que gostaria de poder ir ao Haiti para ajudar essas crianças, foi movido por um sentimento de amor ao próximo, fruto dos ensimentos citados anteriormente, pois, alguns até iriam, mas, a primeira pergunta seria: Para ganhar quanto?
Eu já ministrei muitas aulas de futebol de graça, apenas para ver um sorriso da criança após um simples gol... a bola entrando em um quadrilátero demarcado para contar pontos no jogo... mas, isto para mim vale muito, aliás, quanto vale o sorriso de uma criança? Às vezes aquele momento é toda a alegria que ele consegue ter naquele dia, naquela semana ou até na vida!

Forte abraço e DEUS abençoe à todos(aos que crêem ou não), pois, entre um "jogar de dados e outro" as coisas no mundo acontecem, não por culpa DÊLE... mas, por obra da sua criação...

PAULOFILÉ

Carlos Almeida disse...

Blogueiros...E meu caro Paulo Filé!

Não haverei de apresentar a você os meus demônios afim de não acabar com o seu romantismo esperançoso mas um deles me diz através de um velhinho de barbinha branca que a esperança é, ente outras coisas, a crença na mudança ante as chamadas "situações-limites" e é a intervenção no campo da realidade, na concretude, é que podemos propor rupturas em direção a condições melhores de existência. Pedagogia da Esperança do velhinho Freire.
Outro demônio “cochicha” comigo que outro velhinho de barbinha branca já dizia ser "a religião o ópio do povo" e mais na frente ele diria que "a fé (esperança) é o ultimo recurso da alma oprimida". O velho Marx. Voltando ao velhinho Freire ele diz em sua Pedagogia do Oprimido, remetendo-nos a uma bela lógica hegeliana que, mais ou menos assim; "o oprimido reproduz a lógica do opressor".
Um outro demônio já me dizia nos idos da minha graduação na UEFS, ante a parceria de uma multinacional italiana com um projeto de futebol naquela instituição desenvolvido então por um colega loirinho que era bolsista, hoje mestre em educação, doutorando e coordenador de pós-graduações ai Salvador, do componente histórico incutido da utilização das práticas corporais e em particular o esporte e o esporte de alto-redimento como instrumento de alienação das condições reais e materiais que estão a nossa volta, bem como instrumentos de dominação e disseminação ideológica. Me lembram mais ou mneos o papel, ou melhor, a real finalidade de algumas ONGs que atuam nas favelas paulistas e levam turistas pra pousarem nas fotos com os favelados sem proporem melhorias reais nas vidas daquelas pessoas. Prefiriria não me ater a autores afim de que não sustentem que não tenho opinião própria mas são nestes referenciais que sedimento minha fala entre outros dos quais Adorno cairia bem ao interpretar as conseqüências da industria de consumo (entre elas, o poder midiático) como instrumentos de alienação e dominação dos países industrializados Foucault falaria em instrumentos de Poder. Ainda caberia Habermas, Manacorda, o próprio Gramsci. Os “demoninhos” não param de falar mais serei breve, já que nem sempre posso ser sucinto.
Acredito no Deus que impediu que eu estourasse os miolos meus e da minha ex mulher quando me arrancou sem motivos justificáveis uma filha há cerca de 08 anos atrás. Quem tem um filho deve entender o que digo! Esse Deus, naquela época, fez o seu papel. Mas foi-se de mim há muito o amor romantico ou a ilusão de que ele nos traria esperança e resolução de entre outras coisas dos imperativos de exploração e dominação que o países sob a chancela dos Estados Unidos impõe ao mundo “goela” abaixo, bem debaixo dos olhos da ONU que, de mãos atadas não faz absolutamente nada a exemplo da Invasão do Iraque.
Acho esse discurso de esperança muito belo, romãntico. Mas sugiro não esperemos pela divindade e sim agirmos na concretude afim de intervirmos de forma radical no modelo atual que permite que hajam vários "haitis" neste exato momento, fruto de um sistema capitalista perverso que tem na obenção do lucro e da exploração do homem pelo homem sua maior glória. Aquele “futebolzinho” inocente jogado entre duas crianças é um dado, um recorte! Eu me pergunto: E quando o baba acabar?
Desculpa, eu não queria ser estraga prazeres, mas, logo logo ele vai acabar!
E ai?
Pode bater!
Sou chato mesmo!
Mas optei por preferir ser verdadeiro a ser simpático!

Saudações, meus amigos!

PAULO KRAIDE PIEDADE (PAULOFILÉ) disse...

Caro Carlos,

Obrigado pelas palavras... aliás, não pense que não gosto de puxão de orelhas por fazer parte do estilo "último romântico". Na verdade, a única coisa que tenho que alertá-lo é que a gente pode ser simpático e verdadeiro ao mesmo tempo... tudo depende do seu entorno.
Não vou bater não amigo, prefiro ainda a tese da "outra face" e sei muito bem, pelo convívio com algumas pessoas, que, quanto mais acadêmico mais cético, isto não é defeito... é produto do meio... quanto mais a ciência tenta explicar a humanidade, mais temos que acreditar em DEUS...

Forte abraço

PAULOFILÉ55

Welington disse...

Fílé. Suas visitas serão sempre bem vindas. Aqui não toleramos elogios fáceis, nem concordâncias gratuítas com os pontos de vistas do blogueiro e dos comentaristas que fazem o blog. Este espaço foi criado justamente para alimentar nossas reflexões e o debate, ser uma extensão da postagem, com muito respeito, como você mesmo já percebeu, embora reconheçamos que para transformarmos realmente a realidade precisamos ir à luta, de forma organizada, com muito estudo e consciência de que entre a realidade posta e as possibilidades históricas, várias são as mediações que podem impedir ou ampliar as rupturas necessárias da ordem do capital. Não tenho ilusões e nem crenças em seres metafísicos. Mas o mais interessante do seu comentário, para mim, foi sua frase: "quanto mais a ciência tenta explicar a humanidade, mais temos que acreditar em DEUS...", pois foi justamente a aproximação com a ciência que fez com que as minhas crenças católicas um dia, kadercista (li todos os livros do Kardec e até estudei/pratiquei para fortalecer minha mediunidade), um outro e batista, por último (com direito a escola dominical, estudo de trás pra frente do novo e velho evangelho), caíssem por terra. Mas mantenho a minha "fé" na vida, "fé" no homem, "fé" no que virá. Nós podemos muito, nós podemos mais! Vamos lá fazer o que será!!!(Gonzaguinha).

Carlos Almeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
PAULO KRAIDE PIEDADE (PAULOFILÉ) disse...

Prof. Wellington e Carlos

Para não polemizar e muito menos insistir em elogios desnecessários aos interlocutores neste saudável debate, agradeço imensamente a atenção e cordialidade que tem sido dispensada aos meus humildes comentários. Portanto, continuarei sim "frequentando o pedaço".
Prof. Carlos, também fui incompetente para ingressar no mestrado. Uma colega nossa da UNICAMP tentou imprimir para mim um ritmo de "nerd de 22 anos" e eu sou "um burrão véio, cheio de bardas de 55 anos",portanto, não deu liga... mandei tudo prô espaço e fui me dedicar às minhas crianças.
Como educador também tenho os mesmos ressentimentos seus com o país, aliás, enquanto não valorizarem os professores, todas as outras profissões continuarão sofrendo no processo de formação específica, pois, somos a base de tudo!!!

Forte abraço e mais uma vez grato pela atenção, creiam vcs ganharam um aliado nas causas aqui tratadas neste Blog com muita propriedade!

PAULOFILÉ55

Welington disse...

Leiam vocês essas informações que retirei da revista Carta Capital, n. 579, ano XV, p. 36. "O Haiti está assentado na microplaca de Genave, uma pequena faixa da crosta da terra espremida entre as placas tectônicas norte-americana e caribenha. Isso faz com que ela seja vulnerável a terremotos raros, porém violentos. Não obstante esse perigo eminente, 60% de seus prédios foram construídos de maneira improvisada e insegura. A maioria dos 2 milhões de habitantes de Porto Príncipe vive em barracos com teto de lata em ravinas instáveis e irregulares. Tanto no centro da capital quanto nas cidades de sua periferia, os prédios frequentemente são feitos de concreto fraco, com muita areia, sem contar com estruturas de aço que poderiam proteger as construções contra choques". Pois bem, sabendo de tudo isso, não seria mais racional gastar em estruturas contra terremotos como fazem o japão, por exemplo? O dinheiro que agora a comunidade internacional está enviando, deveria ter sido investido muito antes, ajudando este país a se proteger dos terremotos.

Carlos Almeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
eazb disse...

Pq os caras do futebol ainda precisam fazer jogos pra arrecadar dinheiro pra esse tipo de coisa? pq simplesmente, dos milhoes q ganham, nao doam? Afinal, 99% desses salarios astronomicos vem de torcedores que vivem com salario minimo ou qualquer coisa parecida, no mundo todo. Seria justo que na hora q alguem precisa, a doacao viesse do proprio bolso deles. Tenho certeza que nao vai fazer falta.

Anônimo disse...

Homens,sempre homens, égoistas nunca alimentados nunca satisfeitos.
Deus deu a vida. A vida tenta destruir Deus. Deus dá o perdão e a vida tenta perdoar Deus
Então Deus faz o mundo para que a vida mostre sua cara. E a vida tão egoísta vida destroe a vida.
Então Deus já cançado de ser traido manda seu filho vida pura da grande vida para mandar a mensagem verdadeira. E agora todos sabemos que nada importa, não alguem ainda não sabe,sim não acreditamos porque não estamos satisfeitos com o mundo em que vivemos, a culpa, sim a culpa agora é novamente de Deus.Por que?
Porque ele não satisfez a nossa vontade. Quem somos, para onde vamos? Sim eu acredito em Deus.
A ciência ela apenas descobre a quilo que esta coberto.A ciência acredita em Deus ela é umas das provas que Deus existe. E Prof. Wellington não zoube dele um dia vai morrer e aquem vai recorrer.
Eu sei vai viver para sempre,essa é a sensaçao da quele que nunca morreu. assinado alguem que não precisa de nome apenas tenta ajudar um irmão a conhecer o Pai.
assinado um anjo. Deus é o mar nos somos as gotas desse mar. Pense, Só vivemos uma vez,só vivemos uma vida, como posso julgar a vida ?

Carlos Almeida disse...

É pra rir?

Welington disse...

Caríssimo anônimo. Não posso zombar de quem não existe, por isso não zombo de deus. Não pauto a minha existência nessa crença. Não faço o bem ao próximo para ir para o céu. Faço por acreditar que devemos fazer, buscar ser justo, caridoso, amoroso com o próximo, verdadeiro, sincero sem querer um paraíso em troca. Já estive perto da morte pelo menos por duas vezes, quando infartei e nem por isso chamei por ele. Mas, sim, por um bom hospital e excelentes médicos. Graças a amigos, aos médicos e ao meu plano de saúde que fui socorrido. Posso morrer agora, amanhã, daqui há dez anos ou menos, pois a morte é parte constituinte da vida, tão necessária quanto o ar que respiramos para viver e...morrer. Meu filho de 8 anos e minha filha de dez meses são as preciosidades que quero ver crescer em um mundo justo, humanamente emancipado e por isso luto e não por um paraíso além da terra. Erro aqui e ali tropeço, mas luto sem esperar retorno de qualquer ordem. Você acredita em deus e eu respeito. Mas não me julgue por não acreditar. Julgue minhas ações concretas no mundo concreto em que vivemos. Não uma ou outra ação isolada, mas o conjunto delas. Respeito você como respeito o meu filho que reza o pai nosso todos os dias antes de dormir. Eu a seu lado. A senhora que trabalha em minha casa é evangélica e ouve músicas aqui mesmo e não peço para ela desligar o rádio ou diminuir o volume. Minha esposa já foi testemunha de Jeová e acredita em deus. Então, meu amigo, se não pode julgar a vida, não julgue também os homens que a fazem.

PAULO KRAIDE PIEDADE (PAULOFILÉ) disse...

Prof. Welligton, amigos do Blog & "Anônimo Beato".

Gostei da pergunta do Carlos... aliás, ao invés de perguntar, não consegui conter o riso... sem deboches né "Seo Anônimo" (qual a razão do anonimato? Deus quer que seus seguidores se identifiquem e também tenham no mínimo cultura para defender seus conceitos e CANSADO com "Ç" é inadimissível para quem quer "cantar de galo". Meus caros, infelizmente temos que conviver com essa cultura, que, não discute, mas tenta se impor sem o mínimo embasamento e entendimento das coisas... "sabedoria meu caro anônimo, começa com a identificação...pois, quem se identifica mostra que não tem mêdo de errar nas suas colocações... aliás, nunca se mostram donos da verdade, até que os outros o elejam..." Jesus era assim! Este um dos motivos de eu ser Cristão.

Abraço à todos.

PAULOFILÉ

Anônimo disse...

Welington eu não tenho a intenção de julga lo e não disse que pretendia ir para o céu, apenas sinto me tão convicto da presençã de Deus que me fez acreditar que poderia provar sua existência escrevendo algumas palavras, sei agora que talvez seja pouco.
Gostaria muito de saber um detalhe que penso ser de importancia.Espero ansiosamente por uma resposta se possível. Por que motivo estamos vivos e se estamos vivos por que temos que morrer?
EU tenho uma resposta e posso escreve la se necessario.Só estou a espera da sua.
Penso ter uma resosta convincente que pode provar a presença de Deus.
Seu Paulofíle desculpe se escrevi errado e talvez tenha escrito errado de novo não sei, não sou um grande dominador da lingua portuguesa, apenas faço o que poço.
Não sou um grande escritor sou apenas um garoto tenho apenas alguns anos de vida 19 anos. Talvez julgue me pela pouca idade não sei.Mais garanto que não deveria. E Deus não se importa com a minha cultura ou se escrevo errado. Tudo isso é coisa dos Homens(estudados).
Poderia Indentificar me por um nome como se fosse fazer diferença,não faz,mas eu digo sou Anderson.
E sinto me muito confiante da minha sabedoria, poís digo ela não é minha eu nada sei,apenas dei um espaço verdadeiro para Deus mostrar a verdade. Deus não se importa se tens religião,ou vai a missa aos domingos, Deus não está na Igreja ele esta em cada um de nós, em todos nós até mesmo na queles que dizem não acreditar nele.Levanta se e vai sentir Deus como eu sinto, olhem para os teus filhos e digam da onde vem esse amor, sinta o cheiro da comida e perceba a felicidade não,não é apenas satisfaçao do corpo é Deus alimentando a sua alma para que não desista. O olho de seu filho reflete a imagem de Deus.

Welington disse...

Caro Anderson. Prazer. Não gostaria de entrar neste debate, pois sei que o mesmo é espinhoso e por outro lado nada tem que ver com a postagem original. Não estamos falando de deus, da sua existência ou coisa que o valha. Mas vamos lá. A sua pergunta parte do princípio da vida. Estamos vivos para muitas coisas:matar, morrer, ser feliz, infeliz, amar, roubar, etc,etc e tudo isso é condição que independe de um ser metafísico a nos guiar mas sim, das condições que nós mesmos criamos. A questão central no meu entendimento é o que tornou nós, seres humanos, sujeitos conscientes da vida que temos. O que fez com que nós sejamos o único animal a ter consciência da sua finitude. Estamos aqui na tênue linha do idealismo e do materialismo enquanto concepções filosóficas. Um que entende que a consciência antecede a matéria e outro que a matéria antecede a consciência, e esta é fruto daquela. Nós nos fizemos sujeitos conscientes na transformação da matéria para atender as nossas necessidades inicialmente biológicas e, posteriormente, por salto ontológico, sócio-histórica. Não existe um deus guiando nossos passos nem nos salvando deste ou daquele acontecimento. Se ele existe ele é um cara muito injusto, sacana mesmo, pois deixa os "seus" filhos sofrerem sob o argumento do livre arbítrio, paciência meu querido Anderson. Mas, como já disse acima, já fui católico, batista e espírita. Hoje sou ateu e acredito na força dos homens, no coletivo organizado, nas classe social representada pelos trabalhadores. Até o presente momento os homens fizeram falsas representações sobre si mesmos, sobre o que são ou deveriam ser. Organizaram suas relações em função de representações que faziam de Deus. Os produtos de sua cabeça acabaram por se impor à sua própria cabeça. Eles, os criadores, renderam-se às suas próprias criações. Ensinemos os homens a substituir estas fantasias por pensamentos que correspondam à essência dos homens. Mas tudo bem que você acredite, já disse, respeito. Por fim, coloco uma questão que é muito silenciada. Ela é a seguinte: se Deus criou tudo o que existe, quem criou Deus?

Anônimo disse...

Sou eu de novo,o Anderson.
Welington obrigado pela sua resposta.Como você disse o assunto não tem nada a ver com a postagem original em tão não irei mais aprofundar me no assunto.
Só queria deixar uma ultima mensagem.
A existencia de Deus não é o ponto mais importante, até porque de nada adianta acreditar.O Importante é ter caridade para com o proximo.Porque a fé humana é fragil e a primeira duvida que a mente não entende é o suficiente para a crença cair em terra.Agradeço pela atenção Welington o importante é continuar sempre a lutar por um mundo melhor.esteja em paz.
No fundo todos um dia duvidamos da existencia de Deus,porém ninguem duvida que exista o misterio. Se Deus criou tudo o que existe, quem criou Deus?E se Deus não existe quem criou o Homem? O misterio.

Welington disse...

Valeu, Anderson. Sigamos em frente, sempre!!! Obrigado pela atenção. Espero vê-lo por aqui de novo. Abraços fraternos.

PAULO KRAIDE PIEDADE (PAULOFILÉ) disse...

Anderson,

Fui indelicado contigo, me desculpe! Aliás, existem algumas poucas coisas que me irritam e confesso, vc abusou das opções: 1)não curto beatice apesar de ser Cristão, pois, o "Cara" não gostava de puxa sacos, tenha certeza... gostava de gente fiel, que acreditasse em seus ensinamentos e temessem fazer o mal, por conta de lhes trazer a contrapartida... 2)Sou meio chato com o português, até comigo, então a correção, meio impulsiva, aliás, nada grave meu amigo... e a n° 3) ... que é uma que não me cai bem mesmo, é o tal do anonimato... e à partir do momento que vc se identificou, mudei meu conceito sobre vc... portanto, estamos aí, firmes, fortes e às ordens para debater pelo bem do esporte e porque não dizer da humanidade!!!

Fique com Deus e forte abraço!

PAULOFILÉ

Lorena Mota Túnel disse...

Amigos blogueiros, prof. Wellington e Paulo Filé

Bom esta questão sobre Deus é realmente muito polêmica, mas voltemos a falar sobre o Haiti. Outro dia vi uma reportagem em um canal fechado, (e pasmem: um dos canais globosat) que me fez ficar com raiva mesmo. A mídia, principalmente nos canais abertos, só mostra a destruição que o terremoto causou, mas sabiam que la em Porto Príncipe há um bairro nobre onde as casa nem sequer foram abaladas? E de quem são estas casas? Dos norte-americanos que para lá se refugiam nas férias de inverno, por que não querem ou não podem sentir frio. As casas ficam a maior parte do ano fechadas ou aos cuidados de caseiros. Cadê esses ilustres moradores? Será que estão dispondo de alguns metros² para abrigar algum haitiano? Pelo menos um? Qual nada... não posso julgar, mas acredito que não, nem se abalam. Para eles e para muitos eh só o dinheiro que vale. Ambição humana... No dia em que todos pararem e pensarem um pouquinho no outro e se unirem para mudar esta realidade alienante e imposta, em sua essência, aí sim teremos uma sociedade justa. É muito fácil a mídia voltar os olhos pro Haiti agora, foi preciso um terremoto estrondoso para que isso acontecesse. E o Haiti do dia-a-dia? Por que eles não mostram? Não dá lucro. Assim como a guerra civil da África também não, a não ser pela Copa do Mundo de Futebol, mas nem isso... não lhes trará tanto lucro quanto teriam se a mesma fosse em um rico país. Quanta discriminção, me da nojo!

Abraços,

Uma aluna indignada om a falta de escrúpulos de alguns homens e mulheres.

E.F. - UEFS

Welington disse...

Olá, Lorena. Muito interessante a sua reflexão e importante o dado que você apresenta, sobre as casas dos ricos, digamos assim. Mostra exatamente a contradição que permeia atualmente todo o globo. Hoje conversei com alguns alunos sobre a responsabilidade de todos os países que estão ajudando, com a tragédia. Um país que se desenvolve por cima de placas tectônicas, não poderia ter em mais de 60% de suas construções, apenas areia e pouco concreto e nenhuma estrutura metálica. Deveria sim, ser imperativo, a construção com a estrutura metálica. Um verdadeiro descaso frente a uma tragédia anunciada. Obrigado pela sua participação. Continue atenta, precisamos sempre e cada vez mais de professores sensíveis e com vontade de lutar em favor das massas oprimidas pelo capital na direção de um outro projeto histórico. O capital já esgotou, há muito, suas capacidades civilizatórias.