domingo, 30 de agosto de 2009

A questão do doping

O objetivo central de qualquer atleta em uma competição esportiva é a vitória. Para tanto, muitos treinam duro e com muito afinco e outros, além de também treinarem duro e com bastante afinco, se utilizam de outros recursos para potencializar sua performance como, por exemplo, substâncias estimulantes (efedrina, anfetamina) e outras, conhecidas genericamente pelo nome de doping.
Além das substâncias estimulantes temos, também, a morfina, a codeína, que são das classes dos narcóticos; as testosterona, nandrolone, stanozolol, das classes dos anabolizantes entre outras, sendo estas as mais famosas até o momento e utilizadas em larga escala nos ambientes de diferentes academias de musculação onde, muitas vezes, o próprio professor de educação física é quem incentiva a utilização sob o argumento de auxiliar no desenvolvimento da estética corporal.
Muitas dessas substâncias têm, também, uso profilático e de tratamento de doenças, como a anemia, o hipogonadismo não sendo, portanto, necessariamente e exclusivamente de uso para melhoria da estética corporal nem obtenção da performance atlética, mas é deste caso que iremos tratar aqui.
Nesse particular, o doping, considerado como uma substância que pode ser natural ou sintética, objetiva a melhora do desempenho atlético. Existe quem afirme que o uso de substâncias dopantes não se restringe aos atletas de alto nível, mas, também, nos atletas noviços, ainda em formação, muitos que estão ainda no nível das competições escolares. É importante pontuar também, que o seu uso vem de épocas remotas. Existem relatos da sua utilização já entre os gregos, nas olimpíadas antigas, tendo em comum a otimização do gesto esportivo.
Na modernidade, esses acontecimentos são bem mais freqüentes e aparecem geralmente quando um atleta é flagrado em plena competição da qual participa. Os visados são quase sempre os que obtêm melhores marcas. Os próprios atletas se olham de forma desconfiada quando percebem um competidor obtendo marcas importantes, que se aproximam do recorde da competição, por exemplo. É como se todos carregassem nas costas a marca dos relatos históricos de casos de doping.
Esta questão foi pauta em vários meios de comunicação no Brasil no início do mês de agosto, nas semanas que antecederam o Mundial de Atletismo em Berlim. Nada mais, nada menos do que cinco atletas da seleção nacional de atletismo foram submetidos a um teste antidoping de surpresa no dia 15 de junho e foram pegos.
Todos eles faziam uso do hormônio eritropoetina (EPO). Este hormônio aumenta o nível de glóbulos vermelhos no sangue, potencializando a troca de oxigênio e, assim, elevando a resistência ao exercício físico. De fácil absorção pelo organismo, já que o próprio ser humano produz o hormônio, o fator surpresa foi essencial para a detecção do doping.
Vários foram os atletas, principalmente aqueles históricos do atletismo brasileiro como o Joaquim Cruz e o Robson Caetano que comentaram o fato. Todos eles se esqueceram, apoiados pela mídia, de mencionar o que realmente, na essência, está por trás da busca insana pelo rendimento, pelo sucesso e, no limite, pela quebra do record: a lógica própria do sistema capitalista que faz com que tudo se transforme em mercadoria, inclusive a performance humana.
O tripé que sustenta o esporte performance – eficiência, eficácia e rendimento – não pode ser mantido pelo uso simples e natural dos treinamentos esportivos, por mais que estes estejam, nos dias de hoje, altamente evoluídos. Se a droga lícita que o atleta utiliza não tem substância dopante a mesma tem, ao menos, substâncias que aliviam as dores dos treinamentos excessivos o que, ao fim e ao cabo, busca também, concomitante com as drogas ilícitas, potencializar, de alguma forma, o treinamento do atleta, pois o objetivo central é vencer, vencer e vencer, somente assim, terão condições de acessar um lugar no pódium da vida.
Não é a toa que as formas de utilização de substâncias dopantes andam a passos largos em relação aos testes de detecção destas e já se fala até no doping genético. Mas isso é assunto para uma outra postagem.

sábado, 22 de agosto de 2009

Cidadão, comemore!!!

Stock Car, Cirque du Soleil, Seleção "Brasileira" de futebol. O que esses fenômenos sociais têm em comum? Além de serem eventos que foi e serão vistos pelos baianos, apenas os mais aquinhoados terão a oportunidade de experienciar, in loco, uma vivência lúdica dos mesmos.

A Seleção "brasileira", que neste momento nos interessa mais de perto, finalmente jogará em Salvador, no Estádio de Pituaçu, no dia 09 de setembro, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo de 2010. O jogo será contra o Chile e o ingresso custará a "bagatela" de CR$ 100,00 a arquibancada e CR$ 250,00 a arquibancada especial.

Os estudantes e idosos terão direito à meia entrada.

Por aí já podemos ter a ideia de quanto custará o ingresso para assistir aos jogos da Copa de 2010. Isso me faz lembra aquela composição de Lúcio Barbosa, imortalizada na voz de Zér Ramalho: cidadão. Parafraseando os versos, podemos compor a seguinte estrofe: "Tá vendo aquele estádio, moço. Ajudei a construir. Lá, eu quase me arrebento, fiz a massa, pus cimento, ajudei a rebocar. Foi um tempo de aflição, era quatro condução, duas pra ir, duas pra voltar. Hoje, depois dele pronto, os meus filhos pedem em prantos: pai, vamos ver a seleção jogar! Mas, dizem uns cidadãos, que crianças com pés no chão, não podem na grama pisar. Este domingo já tá perdido, fico antecipadamente entristecido, dá vontade de chorar".

Pois é. Enquanto isso, o "eterno" presidente da Confederação Brasileira de Futebol, o senhor Rica(ço)rdo Teixeira mandou avisar que ao contrário do que imaginava, precisará, e muito, que os cofres públicos sejam abertos para viabilizar a Copa de 2014 no Brasil.

Mas, vamos tratar deste assunto em uma outra postagem pois agora precisamos deste espaço para comemorar a condenação em primeira instância do mesmo Rica(ço)rdo Teixeira pelo "voo da muamba". Trata-se, para quem não lembra, da liberação das bagagens da delegação da Seleção após a Copa do Mundo de 1994.

Foram nada mais nada menos do que 17 toneladas de bagagens trazidas pela delegação da seleção brasileira. Só para termos uma ideia, foram necessários dois caminhões e seis caminhonetes para tirar todo o equipamento (a maioria eletrodomésticos) do avião fretado.

O caso teve muita repercussão na mídia nacional e envolveu, também, os Ministros da Casa Civil e da Fazenda (Henrique Hargreaves e Rubens Ricúpero, respectivamente)do governo de Itamar Franco, presidente à época, já que o senhor Teixeira ligou e falou pessoalmente com o senhor Hargreaves para liberar a muamba. Os atletas da seleção, como parte integrante do jogo, ameaçaram devolver as medalhas que tinham recebido do Presidente da República quando da escala em Brasília e de não desfilarem nos seus estados de origem, caso as "muambas" não fossem liberadas.

Em função do caso, o secretário da Receita Federal, o senhor Osíris Lopes Filho, em uma atitude exemplar, se desligou do cargo, pois o mesmo não concordava com o benefício que foi concedido para a delegação em geral e outros funcionários do secretário, em solidariedade ao mesmo, também se desligaram do órgão.

A Ação do Ministério Público Federal foi por improbidade administrativa e por enquanto tem um conteúdo simbólico, pois as sanções não pegou na parte mais sensível do eterno presidente da CBF, o bolso. Mas, a simples possibilidade do mesmo perder seus direitos políticos por alguns anos, já é motivo para júbilo, justamente porque nessa terra de um verde e amarelo muito áridos, só os pobres são alvo da justiça.

Os advo(gados) da burguesia estão recorrendo, mas, por enquanto, a sugestão é: cidadãos, comemoremos... pero no mucho!!!

domingo, 16 de agosto de 2009

O silêncio da imprensa esportiva baiana


No dia 25 de novembro de 2007, o Estádio Otávio Mangabeira foi palco de um episódio trágico: parte das arquibancadas do seu anel superior caiu, vitimando torcedores do Esporte Clube Bahia que jogava, naquela fatídica tarde de domingo contra o Vila Nova de Goiás, em busca da ascensão para a Série B. O intento foi conseguido sob o manto da tragédia.
O saldo desta foi sete torcedores mortos e mais de 80 feridos que foram encaminhados para o Hospital Geral em estado grave. Durante os dias que antecederam ao jogo, a imprensa esportiva radiofônica incitava o povo para encher o estádio. Nada mais do que cinco trios elétricos estavam prometidos. As rádios fizeram promoções, enfim, todos estavam envolvidos em criar uma "corrente pra frente" visando o jogo. O povão, carente de oportunidades de lazer, atendeu o chamado. Lotou o estádio e o seu entorno. Todos prontos para a festa, mas, o final deste jogo todos nós já sabemos.
De imediato, sob pressão, o governador Wagner disse que iria demolir A Fonte Nova. Na oportunidade, em outro blog, eu dei minha opinião, me posicionando contra a decisão e a favor de uma consulta popular para decidir o destino do Estádio, já que o mesmo não se reduzia ao campo de futebol, mas abrigava também uma escola e uma piscina públicas, sem falar em outros serviços prestados à comunidade do Dique do Tororó e imediações.
Um dia após o episódio (26.11.07), assim me pronunciei em relação ao papel da imprensa esportiva no episódio no blog movimento do real."Quem são os culpados? Quem vai pagar pelos acontecimentos ocorridos no final da partida de ontem no Estádio Octávio Mangabeira, mais conhecido como Fonte Nova, quando no lugar dos gritos de alegria e de festa pela ascensão do Esporte Clube Bahia à Série B do Campeonato Brasileiro, tivemos choros e gritos de angústia e desespero por conta das vítimas do desabamento de uma parte da arquibancada?
Essas perguntas atravessaram toda a programação do “Se liga Bocão”, e do “Balanço Geral”, dois dos principais programas populares aqui de Salvador que vão ao ar todo meio-dia.
Importante salientar que todos os dois programas são ancorados por radialistas. Um, que atualmente trabalha nas transmissões esportivas pela rádio transamérica e o outro, que já trabalhou por muito tempo como comentarista esportivo.
Todos os dois buscaram culpados pela tragédia que acabou sobrando para o Governo do Estado e o Superintendente da SUDESB (Superintendência de Desportos do Estado da Bahia), o ex-jogador do Bahia, Bobô.
Sem querer tirar as responsabilidades dos elementos citados acima, gostaria de pontuar o que considero ser importante. Em nenhum momento a imprensa esportiva baiana, que vive a incentivar os torcedores do Bahia para que encham a Fonte Nova, para que lotem o estádio e prestigiem o seu “esquadrão de aço”, se posicionou de forma crítica sobre os seus próprios atos.
Se a imprensa sabia dos laudos técnicos sobre a Fonte Nova que apontavam para uma reestruturação da mesma, por que incentivava tanto os torcedores a irem ao estádio? Por que ao invés disso, não esclarecia o torcedor sobre os riscos iminentes de uma lotação excessiva da Fonte Nova?
Agora a mesma imprensa que aplaudia os 50, 60 mil torcedores que iam à Fonte Nova torcer pelo seu time do coração, que enaltecia em todas as programações radiofônicas ligadas ao esporte o fato de em plena série C, o time do Bahia colocar uma média de mais de 30 mil torcedores por partida, apedreja o Estado (...)".

Eis que mais uma vez a imprensa esportiva silencia. No caderno específico sobre esporte do maior jornal do Norte e Nordeste do Brasil, nenhuma nota sobre a decisão da justiça (?) sobre a absolvição do senhor Bobô e o senhor Nilo Santos Júnior, únicos a serem julgados do total de 5 indiciados pela Polícia Civil à época, foi redigida nos cadernos de sábado e domingo.
A conclusão que podemos chegar,já que ninguém foi responsabilizado pela tragédia, é que os culpados foram as próprias vítimas.
Enquanto isso, as famílias lutam na justiça pelas indenizações prometidas pelo Estado. Das sete famílias, duas ainda não receberam o seguro do ingresso (no valor de R$ 25 mil) e três ainda não tiveram decisão favorável do governo, prevista na Lei Estadual nº 10.954, quanto ao pagamento das pensões.
Sobre a situação da absolvição, assim se expressou o Coordenador do Curso de Educação Física da UFBa, professor Cláudio Lira: "Aqui se mata a rodo e não se pune nada. Ainda assim tem gente que crê na possibilidade de saída institucional pela via da democracia (alçada a valor universal, ou seja, sem classes). Para render uma homenagem aos que guardam ilusões, São Gregório de Nissa - no seu sermão aos usurários - diz: "de que adianta consolar um pobre se tu ajudas a fazer outros cem?"
Pois é. De que adianta? De que adianta tanto empenho em fazer da Bahia e de Salvador, especificamente, uma rota do esporte internacional, se tratamos de forma tão vil o nosso povo, desconhecendo, inclusive, os seus direitos legalmente constituídos? De que adianta a tão propalada liberdade de imprensa se esta fica a serviço do sistema? Quando a imprensa vai paltar de forma séria e aprofundada as questões de fundo da relação entre esporte e sociedade e dá voz e vez aos despossuídos da terra?
Muitas perguntas e uma certeza: as respostas não estão nos encartes esportivos.

domingo, 9 de agosto de 2009

Qual a prioridade?


Enquanto a comunidade do bairro de Fazenda Grande do Retiro se reunia na última sexta-feira para protestar e pressionar contra um projeto que transforma o espaço livre da Empresa Gráfica da Bahia (EGBA) situada no bairro em galpões, o prefeito de Salvador e o Governador do Estado comemorava e capitaneava politicamente a etapa da Stock Car no circuito de rua no Centro Administrativo da Bahia (CAB) nos diferentes veículos de mídia.

Ciente da carência extrema por espaços de lazer na cidade e, em especial, no referido bairro, representantes de projeto sociais e moradores da localidade temem que dois espaços (um campo de futebol e uma quadra que juntos somam quase 4 mil metros quadrados) de lazer pertencentes a EGBA sejam transformados em galpões para depósito de materiais da própria gráfica.

São 130 mil pessoas que moram no bairro e que utilizaram o espaço durante mais de 20 anos e que estão impedidos, há quase três anos, de acessarem a área para atividades esportivas, teatrais, de leituras entre outras.

Segundo o presidente da Associação de Moradores, Sr. Dalmo Santos, foi entregue no último mês de abril à Secretaria de Relações Institucionais e à Casa Civil, um projeto que solicita ao governo do Estado a cessão da área para que a mesma não só volte a ser utilizada como espaço de lazer pela comunidade mas seja oficialmente parte constituinte desta para ser utilizada conforme objetivos traçados pelos próprios moradores que vivem, como a imensa maioria dos baianos nos diferentes municípios do Estado, em meio à violência e ao tráfico, e que já executam, por conta própria, tirando seus minguados dinheiros de seus próprios bolsos, atividades culturais diversas.

Enquanto isso, os governos constituídos por voto popular desembolsam quase 6 milhões de reais para a realização da Stock Car. Destes, um milhãos e meios foi utilizado exclusivamente para asfaltar as ruas do CAB, local da prova, montante que poderia muito bem ser revertido para financiar projetos sociais como os que são dsenvolvidos pelos moradores de Fazenda Grande do Retiro e com um alcance social infinitamente superior ao alcance de um evento esportivo como este da Stock Car, por exemplo.

O empenho agora, destes governos que governam privadamente o nosso dinheiro público é trazer, para Salvador, a Fórmula Indy. Por essas e outras questões perguntamos ao Sr. João Henrique (prefeito) e ao Sr Jacques Wagner (governador): qual a prioridade? Política pública de lazer para todos ou somente para poucos?

domingo, 2 de agosto de 2009

Stock Car


No próximo final de semana, precisamente no dia 09 de agosto, teremos em Salvador uma das etapas da Stock Car brasileira, o Grande Prêmio Bahia de Stock Car. Será a segunda vez que a capital baiana sediará uma competição automobilística deste nível.

Em novembro de 2005, precisamente no dia 20, tivemos, na Cidade Baixa, ao lado da Baía de Todos os Santos, a Fórmula Renault conjuntamente com a Copa Clio. Naquela oportunidade Salvador se configurava como a primeira cidade do Nordeste a sediar estas provas automobilísticas, denominadas de Renault Speed Show by Tim.

Este ano, Salvador desponta também como primeiríssima, agora não apenas do Nordeste, mas nacionalmente, ao realizar a competição da Stock Car no formato de circuito de rua. Esta façanha só foi possível graças ao empenho da presidente da Federação de Automobilismo da Bahia, Selma Morais, que contou com o apoio tanto de Wagner (Governador) como, também, de João Henrique (Prefeito). E olha que isso se deu quando os dois ainda estavam (como ainda estão) no imbróglio em relação à candidatura para o próximo governo da Bahia.

Em 2005, o prefeito João Henrique assim se pronunciou no Site Oficial de Turismo da Bahia: “Nos próximos cinco anos teremos a Fórmula Renault em nossa cidade. É um evento que gera milhares de empregos e que ainda vai divulgar Salvador para o mundo, visto que a prova também será transmitida para Portugal e Espanha”.

Ledo engano. A prova ocorreu em 2005 e fim. Nada aconteceu em 2006, 2007 e 2008. Agora em 2009, teremos a Stock Car, que é uma outra competição, sem relação nenhuma com a Copa Renault que, aliás, era da Tim, e a do dia 09 de agosto é da Nextel.

As telefonias estão em alta!!!

Estão em alta também os valores dos ingressos. Mas uma vez, sobrarão para os “de baixo”, guardarem os carros dos “de cima”, que desembolsam R$ 80,00 (arquibancada inteira) a R$ 120,00 (setor da rotatória) para assistir ao evento que, também, assim como a Copa Renault, tem promessa para ocorrer durante cinco anos seguidos.

Todo esse empenho dos governos (estadual e municipal) visa atender a um projeto maior existente no setor de turismo e que objetiva criar eventos que transcendam o carnaval e que mantenham o fluxo turístico na capital fora do verão, o que consideramos extremamente positivo, muito embora continuemos considerando as ações extremamente seletivas e fora de um contexto mais abrangente de uma política pública de esporte e lazer mais “inclusiva”, socialmente referendada pois, até onde sabemos, a ideia de uma competição deste nível saiu das cabeças iluminadas de poucos que continuam achando que o dinheiro público deve servir para patrocinar eventos que beneficiem apenas uma ínfima parcela do público.

Aliás, falando em dinheiro público e de automobilismo lembrei-me, com auxílio do José Arbex Júnior, de que estamos financiando a General Motors (GM) que, em função da crise financeira, foi estatizada recentemente. 60% de suas ações passaram ao controle do Estado, tornando-se, portanto, propriedade dos Estados Unidos. Como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "é um dos principais financiadores da GM do Brasil (...) nós, contribuintes, passamos a financiar, via bancos estatais, ninguém menos que o governo dos Estados Unidos. É mole? E os especialistas tampouco informam que a sobrevida da GM e de outras montadoras no Brasil deve-se à renúncia fiscal, que significa subtrair fundos para obras públicas, educação e saúde (...)".

E ainda tem gente que tem a cara de pau de dizer, em alto e bom som, como fez o senhor Pedro Paulo Diniz, da PPD Sports, empresa promotora e organizadora do evento de 2005, a Copa Renault, de que "Salvador, com certeza, vai ser nossa Mônaco (principado às margens do Mediterrâneo) brasileira”.

Resta saber se quando ele diz "nossa" ele está se referindo aos guardadores dos carros nos estacionamentos ou aos que assistirão da arquibancada a corrida da Stock Car. Alguém tem dúvida?